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Millena Marques
Publicado em 13 de abril de 2025 às 14:00
Mito. Ninguém adoece por causa da vacina da gripe. O antídoto é composto por partícula do vírus, mas não tem a capacidade de adoecer ninguém. Quem explica é a infectologista Clarissa Cerqueira, especialista em Imunodeprimidos pela Universidade de São Paulo e pós-graduada em Infecção Hospitalar no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE-SP). >
"São pedaços do vírus (presentes na vacina) que vão somente estimular o nosso corpo a reconhecer o vírus quando tiver contato. Então, não tem essa capacidade (de adoecimento)", diz Clarissa. >
O que ocorre – e pode confundir muita gente – é que as pessoas podem ter um mal-estar, que não é configurado como gripe. Isso porque a vacinação estimula o sistema imunológico e, durante esse estímulo, o paciente pode ter alguma reação. >
"Pode ter algum mal-estar, alguma dor de cabeça, mas não é uma gripe. Dor no local da picada, isso também pode acontecer. Então, assim, as pessoas podem estar sujeitas a isso, mas frente ao benefício da vacinação, a gente continua optando pela vacinação. É muito mais válido tomar vacina frente a um desconforto temporário do que o risco de pegar gripe mesmo", pontua Clarissa. >
Se os sintomas forem mais fortes, um contato com vírus antes da vacinação pode explicar a reação. "Então, geralmente a pessoa teve contato próximo à vacinação. Depois da vacinação, a pessoa adoeceu por um vírus que realmente entrou em contato próximo e estava no período de incubação", diz Clarissa. >
A vacina leva 15 dias para fazer efeito. Portanto, muitas vezes, os sintomas que ocorrem nos primeiros dias após a vacinação são resultados do vírus que estava em processo de incubação. Ou seja, sintomas decorrentes de uma gripe adquirida antes do processo de imunização. >
O médico infectologista Robson Reis, professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), explica que a vacina da gripe é de vírus inativado, ou seja, pode ser administrada em pacientes com imunidade baixa. “As pessoas não vão adoecer por conta da vacina. É uma vacina extremamente segura e eficaz”, pontua. >
Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), pessoas que têm alergia ao ovo de galinha apresentam a única contraindicação real. Pacientes com quadro febril agudo devem postergar a sua tomada. >
Em Salvador, 45.623 idosos já foram vacinados contra a gripe dentro da Campanha Nacional de Imunização, iniciada no dia 25 de março. O número representa 64% de todas as doses aplicadas até o momento entre todo o público-alvo formado por 19 grupos prioritários. A vacina contra influenza está disponível em todos os postos de saúde da capital baiana e, para ter acesso à dose, basta apresentar documento oficial de identificação com foto e Cartão SUS. >
A meta é imunizar 90% das mais de 617 mil pessoas que compõe a população passível de cálculo de cobertura vacinal, que seriam as crianças de 6 meses a menores de 6 anos; idosos de 60 anos ou mais e, gestantes. >
Os demais grupos prioritários, computamos as doses aplicadas, a saber: povos indígenas a partir de 6 meses; trabalhadores da saúde, puérperas; professores; pessoas em situação de rua; profissionais das forças de segurança e salvamento; profissionais das Forças Armadas; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade); pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores do transporte rodoviário coletivo; trabalhadores portuários; trabalhadores dos Correios; funcionários do sistema de privação de liberdade; população privada de liberdade, adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos) e quilombolas. >