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Larissa Almeida
Publicado em 14 de novembro de 2024 às 09:56
Com a quarta maior população entre as capitais do país, Salvador tem 1.213.972 habitantes vivendo dentro dos limites da cidade. Metade desse número, no entanto, está concentrada apenas em 39 dos 170 bairros do município, de acordo com Censo Demográfico 2022 do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). Itapuã, Pituba e Pernambués lideram o número de habitantes, reunindo 14% de toda a população da capital baiana.
Enquanto Itapuã tinha 60.968 habitantes em 2022, Pituba abrigava 57.894 e Pernambués 52.564. Por outro lado, o bairro do Aeroporto não tinha ocupação, Porto Seco Pirajá contava apenas com 48 habitantes, o Centro Administrativo tinha 173 moradores e Retiro contava com 754 pessoas habitando o bairro.
No que diz respeito ao número de domicílios, o líder era o bairro da Pituba, com 30.270 domicílios, sendo 25.447 deles particulares e permanentes ocupados. Em segundo lugar, estava Itapuã, com 30.046 domicílios, sendo 23.817 ocupados. Em terceiro lugar, aparecia Pernambués, com 27.278 domicílios, sendo 21.561 particulares e permanentes ocupados.
Para Mariana Viveiros, supervisora de Disseminação de Informações do IBGE, a atual configuração da distribuição populacional revela a desigualdade demográfica da cidade. “Há muitas áreas que há condições mais atraentes, mais serviços e estrutura, e se tornam mais interessantes para habitação. No entanto, em outras áreas não há tanto essa atratividade, seja por questões de estruturas ou distância”, aponta.
“Quando existe uma concentração muito grande de pessoas em poucos bairros, é possível que haja ali sobrecargas e desafios maiores, como trânsito, mobilidade e oferta de serviços públicos”, analisa Mariana Viveiros.
Os 85 bairros menos populosos de Salvador só reúnem 21% da população da cidade. São os locais conhecidos, tecnicamente, como vazios populacionais. Entre os 10 menos populosos, estão também os bairros com menos domicílios. Além do Aeroporto, onde não havia residências, aparecem nas últimas posições em total de residências Porto Seco Pirajá (com apenas 21 domicílios, sendo 17 ocupados), CAB (com 106 domicílios, sendo 68 ocupados) e Retiro (484 domicílios, sendo 324 ocupados).
Em 2022, Salvador tinha, em média, dois moradores por domicílio. Um pouco mais da metade dos 170 bairros (88 deles) tinham médias de moradores por domicílio maiores do que a da capital como um todo; 1 em cada 5 (37 dos 170) tinha a mesma média do município (considerando os arredondamentos) e 1 em cada 4 bairros (25,9% ou 44 dos 170) tinha menos moradores, em média, por domicílio.
O Censo apontou que 16,4% dos domicílios particulares permanentes de Salvador estavam vagos, isto é, não tinham moradores; e que 4,4% das residências eram de uso ocasional, usadas eventualmente, mas sem moradores em caráter permanente. Esse era o caso, sobretudo, de três bairros-ilhas da capital baiana: Ilha dos Frades/Ilha de Santo Antônio tinha 4 em cada 10 dos seus domicílios nessa situação (39,5%), Ilha de Maré (31,6%) e Ilha Bom Jesus dos Passos (29,6%) vinham em seguida.
Já os domicílios improvisados, que são edificações sem dependências exclusivas para moradia ou inadequadas para isso – como estruturas comerciais ou industriais, calçadas, praças, viadutos ou abrigos naturais, veículos e barracas –, eram apenas 0,07% dos existentes em Salvador. No entanto, esse índice variava para 3,2% do total de residências em Cassange, 2,3% em Areia Branca e 1,2% no Comércio – bairros soteropolitanos que lideravam nessa estatística.