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15ª edição do Festival de Queima dos Homens de Barro movimenta turismo na região do cacau

O festival acontece de 18 a 21 de setembro, das 9h às 17h

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 22:14

Selma Calheiras é artista plástica e criadora do Festival de Queima dos Homens de Barro
Selma Calheira é artista plástica e criadora do Festival de Queima dos Homens de Barro Crédito: Divulgação

A 15ª edição do Festival de Queima dos Homens de Barro teve início nesta quarta-feira (18) em Ibirataia, na zona cacaueira do sul da Bahia. O evento, criado pela ceramista Selma Calheira, finaliza a produção das novas esculturas da artista, que busca levar turismo para a região. Este ano, a festa oferece oficinas e exposições de arte, experiências culinárias, além da tradicional "Queima dos Homens de Barro".

Nesta quarta-feira, cerca de 80 crianças das escolas públicas locais participaram de atividades de cerâmica, música e pintura. Selma, que liderou algumas das oficinas, acredita que a iniciativa ajuda a fomentar o espírito de coletividade e o desenvolvimento do turismo na cidade de 18 mil habitantes. "A nossa região não tem essa cultura de associativismo, mas sem ajuda a gente não faz nada. Nós pretendemos criar uma cultura local em que as pessoas saibam receber umas as outras. Aqui a gente não sabe lidar com turismo", diz. 

A atração principal do evento, a Queima dos Homens de Barro, composta por esculturas que podem atingir até 8 metros de altura e pesar 3 toneladas, acontece desde 2018. Este ano, o processo de queima será mais rápido, segundo Selma. "Antes demorava sete dias, mas este ano consegui reduzir para cinco dias. Começamos a queimar as esculturas na segunda, então no sábado, que é o dia de encerramento, elas vão estar prontas", revela. De acordo com Selma, os Homens de Barro representam a conexão entre o povo e sua terra. "Homens de barro são pessoas da terra que cuidam da terra. Pessoas que lutam por sua terra, essa terra de cacau, são homens de barro", conta.

A artista afirma que o ritual de queima das esculturas tem uma série de significados, entre eles a vida. "A queima é a mágica de quando você transforma a argila em cerâmica. Eu vejo a queima como o homem primitivo quando teve conhecimento do fogo e passou a se desenvolver como ser humano. A queima é quando dou vida a cerâmica e aos Homens de Barro", afirma.

Outra atividade de destaque no evento é o ritual do "Nascimento dos Homens de Barro", que envolve mais de 80 performistas locais. "O nascer do homem de barro é muito especial. É o momento em que as pessoas se vestem de barro, as luzes são apagadas e elas circulam com lamparinas acesas. É um ritual que eu criei que está muito vinculado ao meu trabalho, ao propor isso e sentir esse ser", conta.

O festival acontece de 18 a 21 de setembro, das 9h às 17h. Os ingressos do primeiro lote custam R$ 30 e a expectativa é que cerca de 5 mil turistas compareçam a festa.

Museu de Homens de Barro

O festival faz parte de um projeto maior de Selma Calheira: a criação de um museu a céu aberto com as esculturas. Com 85 já prontas, a ideia é instalar o museu em uma montanha da região, que será batizada de "Montanha dos Homens de Barro". O objetivo é que, em até 10 anos, o local abrigue cerca de mil esculturas. "Cada queima tem sido um degrau na construção desse sonho", diz.

Selma conta que os primeiros Homens de Barro eram pequenos, surgiram a partir de uma encomenda de clientes da Bélgica que pediram uma coleção de pequenos homens de cerâmica. No entanto, a ceramista trouxe a ideia para sua cidade natal. A argila é extraída próximo aos leitos do Rio de Contas e é Selma quem prepara suas próprias massas. Na queima, a escultura gigante é exposta no forno a uma temperatura de 900 a mil graus. As peças, levam, em média, de quatro a seis meses para serem produzidas e, quase sempre, em grupos de nove a 12 homens por vez.