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Portal Edicase
Publicado em 16 de janeiro de 2024 às 17:53
Durante o raio-x desta terça-feira (16), no BBB24, Yasmin Brunet disse estar comendo muito no programa e, mesmo assim, se sentindo vazia. “Eu estou completamente descompensada na alimentação. Eu estou muito ansiosa e eu já tive questões alimentares, então eu estou depositando absolutamente tudo na comida”, admitiu.
Essa situação chama atenção para um assunto ainda pouco falado: a fome emocional. “A fome é uma sensação fisiológica que faz o organismo procurar e ingerir alimento para satisfazer as necessidades diárias de nutrientes. Mas isso também pode ser ‘embaralhado’ pela saúde emocional , quando temos outros estímulos além de nutrir e dar energia ao organismo”, explica a endocrinologista Dra. Deborah Beranger.
A fome emocional, segundo a médica, também tem relação com sentimento de vazio, ansiedade, tédio, depressão, oferta ou restrição de alimentos e até comemorações, situações presentes no reality show e que podem despertar o gatilho emocional da fome.
“O apetite emocional pode ser uma resposta ao estresse , acontecendo em situações específicas ou de forma crônica, quando o paciente sempre lida com questões emocionais adversas ingerindo mais alimentos. O problema pode causar compulsão alimentar e doenças metabólicas”, afirma.
Segundo a Dra. Deborah Beranger, o ato de ingerir alimentos é mediado por uma série de sinais e estímulos. “Entre eles estão a redução da quantidade de nutrientes como carboidratos , proteínas e gorduras ou até a diminuição da temperatura corporal”, explica.
Geralmente, uma pessoa come para obter nutrientes e energia para o organismo, e sua falta pode levá-la a procurar o que comer. “Porém, a comida pode fornecer prazer imediato e o principal elemento envolvido nessa sensação é um neurotransmissor chamado serotonina. Por esse motivo, principalmente para pessoas ansiosas, comer pode ser uma válvula de escape em situações de estresse”, explica a médica.
Os alimentos mais calóricos, que produzem rápido aumento de energia, podem liberar mais rapidamente a serotonina. “O hormônio cortisol causa desejo por comida altamente energética. Os hormônios do estresse fomentam também a formação de células adiposas, que dão mais espaço ao corpo para armazenar energia. Se a procura por alimentos mais calóricos for constante, o paciente pode desenvolver doenças metabólicas como o diabetes “, explica a médica.
A endocrinologista comenta que, sempre que um paciente perceber esse tipo de relação entre saúde emocional e fome, é importante tratar as causas que as levam à compulsão alimentar. “O tratamento deve envolver mais de um especialista, com médicos endocrinologistas e psiquiatras , além de nutricionistas, psicólogos e educadores físicos, que podem atuar em conjunto para identificar esses gatilhos emocionais e ajudar o paciente a melhorar sua relação com a comida”, finaliza a Dra. Deborah Beranger.
Por Maria Claudia Amoroso