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Portal Edicase
Publicado em 5 de abril de 2024 às 16:25
As infecções na região vaginal estão entre as queixas mais frequentes entre as mulheres que procuram assistência ginecológica. Esses problemas podem ser acompanhados de sintomas como secreção, irritação, coceira e sensação de queimação, pois são causados por microrganismos como candidíase, vaginose bacteriana e tricomoníase.
Embora sejam frequentes, alguns hábitos e cuidados com a higiene íntima podem desempenhar um papel crucial na prevenção dessas infecções. Isso porque a prevenção delas é crucial, não apenas para evitar desconfortos e sintomas desagradáveis, mas também para prevenir complicações mais graves.
A Dra. Adriana Campaner, líder da comissão de Trato Genital Inferior da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), ressalta que existem medidas simples que as mulheres podem adotar para garantir uma higiene adequada.
“A primeira é em relação à limpeza. Quando for ao toalete , limpe sempre de frente para trás e, ao evacuar, prefira realizar uma lavagem ou utilizar lenços umedecidos neutros, como aqueles próprios para bebês, limpando a área para remover os resíduos de fezes e bactérias. Na hora da limpeza, evite utilizar sabonetes muito perfumados, pois esses podem irritar a região. Se possível, utilize produtos específicos para higiene íntima, pois eles podem ser utilizados todos os dias”, ressalta a médica.
Há uma variedade de produtos de higiene íntima disponíveis no mercado, e é recomendável que as mulheres optem por aqueles produzidos por laboratórios farmacêuticos conhecidos. “É importante ter cautela, pois muitos desses produtos contêm fragrâncias intensas, o que pode resultar em irritação, alergias, coceira e até mesmo lesões na pele se utilizados inadequadamente”, alerta a Dra. Adriana Campaner.
A falta de higiene pode resultar em odor vaginal e desconforto, especialmente porque na região da vulva. Mesmo na ausência de infecção vaginal, há produção de glândulas de suor e gordura, além de uma proliferação bacteriana. Os pelos longos também podem contribuir para esse desconforto, ao abafar a área.
Dessa forma, mesmo sem qualquer infecção vaginal, a mulher pode experimentar um aumento no odor vaginal se não mantiver uma higiene adequada. Ao despir-se, a vulva pode apresentar odor devido a essa proliferação de bactérias e suor. Como alternativa, para pacientes com pelos longos, ao invés de depilar, recomenda-se simplesmente cortá-los com tesoura para mantê-los aparados.
A médica reforça que quando não se mantém uma higiene adequada, a mulher pode ficar exposta à contaminação por bactérias provenientes do intestino, o que aumenta o risco de infecções na vagina. Em relação a essas infecções, podem ocorrer infecções urinárias, que exigem o uso de antibióticos.
“Quanto às infecções vaginais, as pacientes podem apresentar corrimento , cuja coloração varia de acordo com o agente causador. Por exemplo, na candidíase, o corrimento é branco e lembra nata de leite; na tricomoníase, de cor amarelada, assemelha-se a pus. Já na vaginose bacteriana, o corrimento é de cor branca ou cinza em pequena quantidade, e a paciente relata um odor desagradável, semelhante ao peixe podre. Além do corrimento, a paciente pode experimentar ardor local e irritação. O tratamento varia conforme a condição diagnosticada”, destaca a Dra. Adriana Campaner.
A longo prazo, essas infecções podem se propagar para o útero, especialmente se ocorrerem repetidamente, o que pode resultar em inflamação das trompas. Se não tratada adequadamente, essa inflamação pode levar à infertilidade ou à dor pélvica. Além disso, infecções urinárias recorrentes podem se agravar e resultar em complicações.
A atenção à escolha dos tecidos das roupas íntimas é fundamental para a higiene feminina. O algodão, por exemplo, é altamente recomendado devido à sua capacidade de permitir uma melhor circulação de ar, tornando as roupas mais respiráveis. Isso contribui para evitar o acúmulo de sujeira e odor nas peças íntimas.
Optar por tecidos mais confortáveis também reduz os riscos de irritações na pele, especialmente na região genital . Portanto, escolher roupas íntimas feitas de materiais adequados é parte essencial dos cuidados diários com a saúde íntima.
Intensificar os cuidados durante o período da menstruação é essencial para manter a saúde íntima. Aqui estão algumas recomendações para diferentes tipos de absorvente:
Troque de preferência a cada 4 horas, dependendo do fluxo menstrual; a manutenção do absorvente por muito tempo no meio vaginal pode levar a proliferação bacteriana e risco de infecções.
Em geral, devem ser trocados a cada 3 a 4 horas, variando de acordo com a intensidade do fluxo.
As instruções de troca podem variar, mas costumam ser semelhantes às dos absorventes externos descartáveis. Sempre leia as orientações do fabricante.
Esvazie de preferência a cada 4 horas, também dependendo da intensidade do fluxo menstrual e das instruções do fabricante.A manutenção do coletor por muito tempo no meio vaginal pode levar a proliferação bacteriana e risco de infecções.
Por Jéssica Silva Cunegundes de Souza