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Portal Edicase
Publicado em 6 de junho de 2024 às 10:28
O período das festas juninas é bastante aguardado pelos pais com filhos em idade escolar. Enquanto algumas crianças estão cheias de energia e prontas para participar de todas as atividades, outras podem se sentir tímidas e inseguras em relação à dança em público. Neste momento, é essencial buscar compreender e acolher essas crianças, priorizando o respeito pelos seus limites.
Escolher a roupinha, arrumar o cabelo, fazer pintinhas ou bigodes são ações que despertam lembranças em muitos pais. Com isso, eles podem querer reviver as emoções das festas juninas, mas agora no papel de adulto. No entanto, há um dilema: essa é uma expectativa dos pais, que não necessariamente vai ser correspondida pela criança. O que fazer, então, se ela disser que não quer dançar?
A educadora parental Priscilla Montes, certificada pela Positive Discipline Association (PDA) e pós-graduanda em Neurociência e Desenvolvimento Infantil pela PUC-RS, pontua que no primeiro momento é necessário acolher e procurar entender os motivos da criança , procurando sempre deixá-la à vontade para que possa curtir as festas juninas, sendo um momento prazeroso todos.
A educadora parental Priscilla Montes traz 3 dicas para ajudar os pais a lidar com essa situação. Confira!
Podem acontecer duas situações diferentes: a criança se recusar a participar da dança desde os ensaios ou “travar” na hora de subir no palco. Em geral, o segundo caso acontece mais com os pequenos e é comum, já que eles se veem em uma circunstância nova e ficam assustados. Já o primeiro cenário pede a atenção de pais e professores para avaliar se há algo a mais se passando com a criança.
“É um tema muito recorrente e deve ser sempre abordado, conversado. Algumas crianças conseguem expor os sentimentos e falam que não se sentem confortáveis. Isso é maravilhoso e os pais precisam validar o que está sendo exposto e colocado pela criança. É um ponto super positivo e os pais só precisam acolher, entender”, alerta Priscilla Montes.
Se os pais notarem esse tipo de recusa de forma intensa, vale uma conversa na escola para procurar entender se há situações relacionadas a bullying ou se o pequeno demonstra dificuldades de interação social. “É importante verificar se é uma questão pessoal da criança ou se está com vergonha por conta de alguma fala de um amiguinho. Precisa ser avaliado com muito cuidado, tendo uma ajuda da escola”, explica a educadora parental.
Não importa se é a primeira vez ou se a criança já está acostumada a dançar – pais, tios e avós costumam criar expectativas e amam registrar cada passinho dos pequenos. Mas é fundamental que essa expectativa não se torne um peso para a criança.
“Não é um bicho de sete cabeças. Essa criança precisa ser ouvida e o adulto precisa aprender lidar com essa frustração e respeitar . Você pode dar algumas alternativas para tentar entender o motivo pelo qual ela não quer dançar, perguntar sobre a roupa, sapato, talvez não tenha gostado da música. Enfim, entender sempre acolhendo e oferecer escuta e palavras de carinho. Isso vai acalmar o seu coração e o da criança também”, ressalta Priscilla Montes.
Por Danielle Campos