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Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2021 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Soteropolitanos e turistas já podem mergulhar no passado, presente e futuro da produção sonora da primeira capital do Brasil. Com 1.914,76 m² de área construída e quatro pavimentos, o Cidade da Música da Bahia, novo museu instalado no emblemático Casarão de Azulejos Azuis, no bairro do Comércio, foi inaugurado na última quinta-feira (23) e está com agendamento aberto para visitação de terça-feira a domingo, com horários disponíveis de 10h às 18h através do bit.ly/borapracidadedamusica. Todo o acervo do museu é 100% audiovisual.>
Entre atrações como loja, biblioteca, midiateca, café e exposições permanentes, o visitante do equipamento cultural inédito no país conta com a mostra A Cidade de Salvador e Sua Música, que fica no primeiro andar e retrata a musicalidade de 33 regiões da capital baiana, além de trazer histórias, depoimentos e novas tendências. Com curadorias de Antonio Risério e Gringo Cardia, os vídeos apresentados podem ser assistidos em uma sala com telas de projeção, que passa os filmes em looping, ou estações espalhadas pelo salão, onde o visitante pode escolher o conteúdo sobre um bairro específico.>
“Nesta exposição mostramos que todo lugar de Salvador está se fazendo algum tipo de música, o tempo inteiro e músicas diferentes. É impactante como a produção musical que Salvador tem é imensa. Aqui você consegue retratar bem as regiões da cidade, você identifica a história de cada bairro”, ressalta Gringo Cardia, artista e arquiteto, referência mundial em cenografia e, também, o curador da Casa do Carnaval, na Praça da Sé.>
Museu vivo O protagonismo dos soteropolitanos na exposição é um destaque. Os depoimentos são de pessoas que vivem nos bairros de Salvador e contam, com propriedade, as histórias das diversas músicas feitas em cada região da capital baiana.“Este é um museu diferente. A história da música é contada pelas pessoas. É um museu vivo. É uma linguagem que já venho desenvolvendo há algum tempo de colocar as pessoas no protagonismo para contar a história da sua cidade, da sua música, da sua cultura”, conta Gringo Cardia.Visitação A visitação pode ser feita por meio do próprio smartphone do visitante, a partir do sistema do Cidade da Música da Bahia, acessado através de QR Code e mediante preenchimento do cadastro. O espaço oferece serviço de wi-fi gratuito e não é preciso baixar nenhum aplicativo. A entrada custa R$ 20 a inteira, com estudantes, idosos (60 anos ou mais) e residentes em Salvador podendo pagar meia entrada mediante comprovação. Gratuidade para crianças até 6 anos e pessoas com deficiência.“Sem sombra de dúvidas é um ambiente agradável e que retrata a cultura, a mistura da Bahia e como ela é importante para o surgimento dos eventos culturais, dos novos ritmos. Você consegue ter um estado só diverso, com ritmos riquíssimos e tudo isso é tratado no museu. Só vindo para entender o que é o Cidade da Música”, destaca Fábio Mota, secretário de Cultura e Turismo de Salvador.Além da mostra A Cidade de Salvador e Sua Música, há também mais duas exposições: A Magia da Orquestra, que exibe conteúdo voltado para a música clássica; A Nova Música da Cidade, com conteúdo de grupos novos, cantores em ascensão e grupos periféricos de música; e Quem Faz a Música da Bahia, que mostra 260 depoimentos das pessoas mais importantes e representativas da música baiana. O museu Cidade da Música é equipamento cultural inédito no país (Betto Jr/SECOM) Há ainda três salas de karaokê com gravação de clipes; uma sala que mostra vídeos de vários rappers; trappers e poetas de todo o Brasil com espaço para o visitante recitar seu rap ou poesia; jogos da memória sobre a música baiana; perguntas e respostas baseadas na exposição e instalações interativas que simulam mesa de som; além de exibições de documentários e espaço especial de demonstração de um set de percussão, que também foi desenhado para ser um estúdio de gravação. Tudo isso no último pavimento, idealizado para oferecer entretenimento interativo.>
Azulejos Azuis As intervenções físicas e os equipamentos instalados no emblemático Casarão dos Azulejos Azuis, tombado em 1969, tiveram investimento total de R$ 19,2 milhões (sendo R$11 milhões fruto de financiamento do provenientes de financiamento junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), através do Programa de Requalificação Urbanística de Salvador (Proquali). Os azulejos portugueses nas cores azul e branco que compõem a fachada do edifício passaram por um trabalho minucioso de restauração. O imóvel tem mais de 21 mil peças de revestimento, espalhadas entre as ruas Portugal e Bélgica.>
Durante o processo de retirada dos azulejos - que medem 13,5 x 13,5 cada, e foram produzidos entre 1850 e 1860 -, foi empregada a técnica de faceamento, quando é colado papel seda na face vidrada (onde fica a “estampa” das pedras), a fim de evitar danos ao desenho. Apesar de todos os cuidados dos técnicos na hora da remoção das pedras, nem todos os quadradinhos puderam ser reaproveitados devido à argamassa usada em diferentes períodos do passado. Os azulejos portugueses que compõem a fachada do edifício passaram por um trabalho minucioso de restauração (Betto Jr/SECOM) Quando aproveitados, os azulejos retirados da fachada do casarão foram submetidos a diferentes etapas, passando por limpeza e mergulho em três tanques de água dessalinizada, antes de serem secados em uma espécie de estufa. O processo ainda envolveu lixamento, pintura à mão e aplicação de verniz. Todos os trabalhos aconteceram em um ateliê montado dentro da própria estrutura do casarão.>
As peças com falta de pedaços também foram restauradas, mas houve também produção de outras para substituir as que não puderam ser aproveitadas. As novas unidades foram similares às originais e estiveram de acordo com as diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).>
Serviço: CIDADE DA MÚSICA DA BAHIA Aberto ao público a partir de 24 de setembro Funcionamento: terça a domingo, das 10h às 18h Visitas por agendamento através do site: bit.ly/borapracidadedamusica Agendamento: até 80 pessoas por hora marcada Ingresso: R$ 20 (inteira) / R$ 10 (meia-entrada) - Meia entrada para idosos (60 anos ou mais); estudantes mediante carteira; residentes de Salvador. Gratuidade para crianças até 6 anos e pessoas com deficiência>
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