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CAIXA Cultural Salvador completa 25 anos

Local tem duas galerias de arte, anfiteatro, salão para espetáculos, sala para eventos e para oficinas

  • Foto do(a) author(a) Estúdio Correio
  • Estúdio Correio

Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 18:09

Caixa Cultural Salvador
A Caixa Cultural Salvador ocupa um casarão do século XVII desde 1999 Crédito: ACERVO CAIXA

Completou 25 anos, na cena cultural baiana, a CAIXA Cultural Salvador, que, ao longo do tempo, se consolidou como símbolo de resistência e preservação da cultura soteropolitana. Foi em 22 de outubro de 1999 que a construção barroca do século XVII foi reinaugurada como espaço cultural, após cuidadosa restauração pela CAIXA no edifício que foi tombado pelo Iphan, na década de 1949.

Caixa Cultural Salvador
O acervo do local tem cerca de 3,6 mil itens Crédito: ACERVO CAIXA

Como CAIXA Cultural Salvador, o local ganhou duas galerias de arte, anfiteatro, salão para espetáculos, sala para eventos e sala de oficinas, ocupados por intensa programação que enriquece a cena cultural do estado.

Os três pavimentos da CAIXA Cultural Salvador oferecem uma imersão na história do prédio e nas várias camadas de significados que adquiriu com o tempo. O edifício é a Antiga Casa de Oração dos Jesuítas e ganhou novas vidas e conceitos ao longo dos séculos. Localizado na Rua Carlos Gomes, originalmente foi uma residência familiar. Depois de passar pelas mãos dos jesuítas, foi remodelado por um novo proprietário, o comandante Manuel Gomes da Costa, que celebrou ali o casamento da neta. Foi nessa ocasião que o teto, em formato de gamela, preservado até hoje, foi adicionado.

Caixa Cultural Salvador
Os pavimentos oferecem uma imersão na história do prédio e nas várias camadas de significados que adquiriu com o tempo Crédito: ACERVO CAIXA

Entre os espaços históricos estão o salão nobre, com gradis do século XIX, e o mirante, com vista para a Baía de Todos os Santos. No sítio arqueológico, há fragmentos e artefatos do século XVII que conservam a memória dos primeiros moradores. O acervo do local, com cerca de 3,6 mil itens, inclui moedas jesuíticas, documentos históricos e registros bancários dos primeiros anos da CAIXA, além de pinturas, gravuras e esculturas que ajudam a contar a história do Brasil.

Caixa Cultural Salvador
Um dos espaços do local voltado para exposições Crédito: ACERVO CAIXA

Desde setembro deste ano, a unidade celebra seu aniversário com uma série de exposições e apresentações artísticas que seguem em novembro. Em paralelo, o Programa Educativo CAIXA Gente Arteira promove ações de acessibilidade cultural, levando estudantes, pessoas com deficiência e idosos das periferias de Salvador para vivências culturais no centro da cidade. O projeto viabiliza visitas mediadas e oficinas voltadas para escolas e organizações sociais, muitas vezes com transporte gratuito.

Caixa Cultural Salvador
Desde setembro deste ano, a unidade celebra seu aniversário com uma série de exposições e apresentações artísticas Crédito: ACERVO CAIXA

Consciência Negra

A programação gratuita, no Mês da Consciência Negra, destacou duas exposições. O Povo Negro é o Meu Povo reuniu as principais obras da artista Lita Cerqueira – considerada a primeira fotógrafa negra da Bahia – ao longo de uma carreira de 50 anos. Já a mostra Dois Indígenas da Amazônia – Vida e Arte apresentou a produção visual de Duhigó e Dhiani Pa’saro, artistas que trazem como base de sua pesquisa a ancestralidade dos povos indígenas.

Um pouco mais de história

Ao longo das últimas quase três décadas, a CAIXA Cultural Salvador se consolidou como ponto de encontro e intercâmbio cultural, por meio de vivência artística em meio ao ritmo intenso do centro da cidade.

Duzentos e setenta e cinco anos separam o início das atividades da CAIXA Cultural Salvador da época em que os primeiros habitantes foram forçados a abandonar o prédio. Na época colonial, os casarões de Salvador, testemunhas da fundação do Brasil, carregavam memórias de um período vibrante e cheio de transformações. Em 1760, seguindo orientação da metrópole portuguesa, o Brasil Colônia expulsou os jesuítas de seu território, e o prédio, que fora doado a eles, foi deixado para trás. Três anos antes, eles haviam instituído a Casa de Oração dos Jesuítas na, então, Rua de Baixo das Portas de São Bento. Hoje o Centro Antigo ainda abriga casarões longevos e charmosos, retratados na literatura de Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro.

A história do prédio é repleta de curiosidades: já foi a sede da Santa Casa de Misericórdia, o escritório dos Diários Associados e a Rádio Sociedade de Salvador. Muitos artistas passaram pelo estúdio da rádio para participar de shows de calouros, incluindo o roqueiro baiano Raul Seixas. E outras personalidades notáveis frequentaram o prédio, como Glauber Rocha, Caetano Veloso e Lina Bo Bardi. Em uma das salas, foi criado o Esporte Clube Bahia, o primeiro campeão brasileiro de futebol.

Linha do tempo

  • 1699 – Data de construção do prédio, de acordo com inscrição da fachada
  • 1757 – Casarão doado aos jesuítas, e instituída a Casa de Oração
  • 1760 – Jesuítas abandonam o prédio, expulsos por Portugal por serem considerados traidores do Império
  • 1884 – Imóvel adquirido em ruínas pela família Freire de Carvalho, do Comendador Manoel Gomes da Costa, que realizou grande reforma para utilizá-lo como residência
  • 1919 – Artista italiano Rossi Batista pinta o teto do Salão Nobre para o casamento de Maria, neta do comendador
  • 1930 – Espaço se transforma na sede do Jóquei Clube
  • 1931 – Fundação do Esporte Clube Bahia é assinada no prédio
  • 1938 – Tombamento do imóvel pelo Iphan - 1941 – Imóvel vendido à Santa Casa de Misericórdia, para servir de asilo às viúvas pobres de bom comportamento, velhas e sem trabalhar
  • 1947 – Diários Associados, um dos maiores conglomerados de comunicação, reforma o espaço para instalação de um auditório e painéis de vidro, onde funcionaria a Rádio Sociedade. Vários jovens ocupavam os estúdios da Rádio para assistir a shows de calouros e competições de cantores desconhecidos que ainda pretendiam ter suas músicas tocadas nas rádios da cidade, como Raul Seixas
  • 1956 – Feita, no espaço, a segunda transmissão experimental de televisão da Bahia, com execução do hino nacional, assistida em aparelhos de TV espalhados por diversos pontos de Salvador/BA
  • 1983 – Fim do aluguel do Diários Associados e do jornal Diário de Notícias, onde trabalharam Caetano Veloso, Lina Bo Bardi e Glauber Rocha
  • 1983 – Grande incêndio atinge o prédio
  • 1984 – CAIXA recebe o imóvel da Santa Casa de Misericórdia como pagamento de dívida
  • 1997 – CAIXA inicia uma grande restauração do espaço
  • 1998 – Restauração da pintura do teto do Salão Nobre pela CAIXA
  • 1999 – Inaugurada a CAIXA Cultural Salvador, a primeira do Nordeste

Para saber mais sobre a CAIXA Cultural e conferir a programação, acesse www.caixa.gov.br/cultura.

Visite

CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57 – Centro, Salvador – BA

Visitação: Terça a domingo, das 9h às 17h30

Informações: (71) 3421-4200 ou site da CAIXA Cultural

Entrada gratuita. Acesso para pessoas com deficiência

Este conteúdo não representa a opinião do jornal Correio e é de responsabilidade do autor.