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Alan Pinheiro
Publicado em 9 de outubro de 2024 às 19:17
Por cima, por baixo, na defesa ou no ataque. O zagueiro Wagner Leonardo é um dos pilares do Vitória desde a sua chegada em 2023. No Campeonato Brasileiro, o jogador chegou ao quinto gol contra o Atlético-MG e se tornou o zagueiro com mais gols marcados na Série A. Com contrato renovado até 2028, Wagner reforçou o desejo de construir um legado com a camisa do Leão.
“Eu procuro levar muito a sério a minha vida, carreira. Por onde a gente passa tem que construir um lugar. Eu sinto muito respeito pelo Vitória, que meu oportunidade. A gente vai tendo uma vitrine aqui. Tem que ter muito respeito por essa camisa, tem que honrar. É o clube que sustenta. O que eu vivo aqui e tento transmitir para todos é respeitar o ambiente que trabalha. Muita gente queria estar no nosso lugar, a camisa grande que a gente veste, o esforço da diretoria para deixar os salários em dia. As pessoas que vivem mais tempo aqui acabam entendendo isso. Espero deixar um legado por onde passar. E acredito que aqui estou conseguindo” iniciou.
Com seis gols na atual temporada, o 2024 do jogador é o ano mais goleador do zagueiro na carreira. Em toda a passagem do capitão pelo Vitória, são 11 tentos entre o ano passado e a temporada atual. Apesar do papel defensivo, o camisa quatro se tornou o vice-artilheiro da equipe no Campeonato Brasileiro.
Sobre a fase goleadora, o jogador confessou que a intenção inicial não era se tornar um zagueiro. “99% de todas as crianças, quando jogam bola, querem ser atacante. Não foi diferente comigo. Eu queria ser meia. Mas na minha primeira avaliação não tinha zagueiro. O treinador perguntou se eu queria. Eu disse que sim e fiquei desde então. Mas o sonho sempre foi jogar alí na frente. Mas acabei virando zagueiro e estou feliz com isso”, disse.
Marcando ou não, a próxima oportunidade que Wagner Leonardo vai ter de entrar em campo pelo Leão será o confronto contra o Red Bull Bragantino, válido pela 30ª rodada do Brasileirão, no sábado (19). Sobre o embate contra a equipe paulista, o zagueiro comentou sobre o adversário e o fato do Vitória ser a segunda pior defesa da competição.
“Estamos analisando eles para saber como jogam. Números valem até o início da partida. Começou, são 11 contra 11. É se preparar bem para neutralizar o ataque deles e ser efetivo em casa”, deu o recado.
“É difícil ter uma resposta clara. Se eu soubesse, a equipe não levaria gol. Nos incomoda muito. Quando não toma gol está perto da vitória. É trabalhar para que não leve gols. Estudar o adversário, ter concentração. É trabalhar para melhorar e não levar tantos gols como temos levado agora”, complementou.
Sobre o futuro, o jogador não escondeu a vontade de continuar vestindo a camisa do Leão. “Minha cabeça não passa nada além do Vitória em permanecer. Deixar o Vitória no melhor lugar possível. Se existe outra coisa deixo para o meu empresário lidar. Minha cabeça está focada no Vitória”, finalizou.
A idolatria da torcida rubro-negra com o jogador pode ser explicada pelo alto desempenho do zagueiro em sua passagem. Wagner Leonardo foi presença constante na equipe titular do Vitória, jogando os 90 minutos de quase todas as partidas da Série A, com exceção do jogo em que foi expulso e quando cumpriu a suspensão.
Outro aspecto que credenciou a presença do jogador em 28 jogos no Campeonato Brasileiro são os poucos cartões recebidos durante a competição. Foram apenas um vermelho e duas advertências com cartões amarelos. O último deles ocorreu há três meses, quando o Leão enfrentou o Corinthians na 14ª rodada. Wagner, inclusive, comentou sobre o cartão recebido no confronto.
"Jogo a partida como tem que jogar. Se tomar cartão amarelo, tem que tomar. O que me deixa chateado é que o segundo amarelo que tomei, contra o Corinthians, eu estava indo para a área, combinar jogada com Matheuzinho, e o árbitro me deu cartão amarelo. Ele deu amarelo porque pensou que eu iria cobrar o escanteio. Ele pediu desculpas, mas não tirou o amarelo. É uma situação que eu não fui atrás. É difícil, controlar, mas faz parte do jogo. Eu acho que sou o zagueiro que leva menos cartões na Série A. É normal, procuro vencer as jogadas de forma limpa. Acredito que isso tem feito a diferença", explicou.
Campanha ruim no Barradão
A gente tem que trabalhar muito nessas duas semanas abertas que a gente tem para fazer o fator casa prevalecer, com apoio do nosso torcedor. Vai ser importante vencer em casa. Temos que usar esse fator, vencer as partidas em casa e conquistar os objetivos. É muito diferente Série A e Série B. Na Série B a gente era protagonista. Na Série A, a gente está na manutenção nesse primeiro ano. A maioria dos clubes que subiram no primeiro ano tiveram essa dificuldade.
Perda de amigo e concentração
Eu perdi um amigo muito próximo na noite de ontem. Acabou parando embaixo de duas carretas, em um acidente. Um amigo que era da minha cidade. Quando a gente jogou em São Paulo ele foi ver o nosso jogo. Final do ano está sempre comigo, no baba de final de ano. Perda muito significante. Renatinho. Que Deus possa confortar a família. E temos que trabalhar com isso também. Faz parte do atleta de alto rendimento superar essas adversidades, problemas em casa, no dia a dia. Temos que saber superar, está dentro do pacote.
Mudança de Carpini no time
A gente tem que se adaptar ao que o treinador pede. O que ele propor tem que fazer da melhor maneira para gerar resultado. Essa nova formação vem sendo positiva também. Temos que ter concentração para tomar menos gols, porque somos uma equipe que toma muitos gols. Se a gente conseguir neutralizar as armas do adversário fica mais perto da vitória.
Estratégia com time com três zagueiros
A gente montou linha de cinco. E na minha região ficava o Vargas. E muitas vezes ele baixava e poderia receber [sozinho]. Foi na hora do jogo [a decisão] para acompanhar ele. E praticamente espelhar [a formação]. Foi muito efetivo porque fomos mais felizes nos duelos de um contra um.
Estruturação
Não é fácil estar na Série B e ir para a Série A. Tudo passa por estruturação, processo. O Vitória passa por isso. Tem potencial para isso para permanecer e construir uma linda história daqui para frente. Mas passa pelo processo. Não vai subir da Série B e brigar pelo título no primeiro ano. Se a gente conseguir vencer esse processo, pode sonhar por coisas maiores lá na frente. Temos que pensar no hoje. É construir o dia a dia, passo a passo, que a gente vai conseguir voltara sorrir. Como outros times no ano passado que subiram.
Dupla com Neris
O Camutanga é algo que vem de antes, a gente já jogou em outro clube. Conquistei títulos com ele. O Neris eu já conhecia, grande jogador. Cada um tem a sua característica. A gente passa por processo de entrosamento. Está um completando o outro. Quem está à disposição tem dado o seu melhor.
Renovação de Carpini
A gente entende que ele é um treinador muito importante para a gente. A gente está adaptado, todo mundo entende e faz o que é proposto. Essa parte de renovação é ele com a diretoria. O clube entender o que é melhor. E ele também.