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Alan Pinheiro
Publicado em 22 de outubro de 2024 às 05:00
Parte fundamental do esporte é a convivência cotidiana com a superação, seja para ultrapassar barreiras impostas quanto para atravessar os obstáculos criados por si mesmo. Dentre os 20 clubes que integram o Campeonato Brasileiro, o roteiro seguido pelo Vitória nas 11 partidas mais recentes segue a cartilha do segundo exemplo. Afinal, a equipe rubro-negra já superou a pontuação da primeira parte da competição, com oito jogos ainda a serem disputados.
O Leão vem dado indícios que pode terminar a Série A livre da zona de rebaixamento. Neste momento, está fora do Z4, na 16ª colocação, com 32 pontos. É a mesma quantidade do Corinthians, mas o clube baiano está à frente por ter ganhado mais (9x7).
Dentre os 11 duelos disputados no returno, o Vitória somou 17 pontos, com cinco triunfos e dois empates. O aproveitamento neste recorte é de 51%.
Se esse rendimento for mantido nos oito confrontos restantes, a tendência é de que os torcedores rubro-negros possam comemorar a permanência na primeira divisão ao fim das 38 rodadas. Caso o time comandado por Thiago Carpini some mais 12 dos 24 pontos em jogo, terminaria a competição com o total de 44. Segundo o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pontuação carrega uma probabilidade de apenas 4,5% de queda.
Faltando pouco mais de um mês para o fim do Brasileirão, a expectativa criada pelos resultados recentes do clube parecia até improvável ao término do primeiro turno. O Vitória encerrou a metade inicial da Série A com 26% de desempenho, com somente 15 pontos de 57 possíveis. No período, o Leão ganhou quatro vezes, empatou três e perdeu outras 12.
reformulação
Um dos principais fatores para a recuperação foi a reformulação no plantel, tanto em relação aos jogadores quanto ao comando técnico. Com Léo Condé, foram cinco partidas disputadas e apenas um ponto somado. Já com Carpini, o rubro-negro conseguiu alcançar um equilíbrio. Ou, como definiu o próprio treinador, “estancou a sangria”.
Diante do Red Bull Bragantino, no último sábado, cinco jogadores que entraram em campo com a camisa vermelha e preta chegaram durante a segunda janela de transferências: Neris, Ricardo Ryller, Gustavo Mosquito, Machado e Carlos Eduardo. O último, inclusive, foi decisivo para superar o adversário paulista ao cruzar para o gol de Everaldo.
Com o resultado de 1x0 sobre o Massa Bruta, o rubro-negro se tornou o time com a 8ª melhor campanha no returno. Dentre os outros clubes que ainda brigam contra o rebaixamento, apenas o Fluminense e o Grêmio somaram mais pontos que o Vitória nos últimos 11 jogos. Ainda de acordo com os cálculos da UFMG, a equipe baiana tem 40% de chance de cair para a segunda divisão.
Mesmo com a recuperação no Campeonato Brasileiro, o técnico Thiago Carpini rechaçou a ideia de que é possível sonhar com uma vaga na Sul-Americana. Neste momento, se garantem na competição internacional os times que encerrarem a Série A entre a 7ª e a 12ª colocação. No entanto, a zona de classificação pode mudar de acordo com o desempenho das equipes brasileiras na Copa do Brasil, Libertadores e na própria Sul-Americana.
“De jeito nenhum. Nós precisamos sonhar com a permanência e trabalhar por ela. É difícil vencer neste momento da competição, é uma reta final muito difícil, cada um brigando pelos seus objetivos. Não dá para falar de coisas maiores, temos que nos consolidar. Esses 32 pontos não nos garante permanência, muito menos a Sul-Americana. Vamos pensar em fazer uma boa semana para vencer o Fluminense”, disse Carpini.
O tricolor carioca é o próximo adversário na sequência de confrontos diretos que o Vitória faz. O duelo será no sábado (26), às 16h30, no Barradão. O rival ocupa o 15º lugar no Brasileirão, com 33 pontos.