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Alan Pinheiro
Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 02:00
Na Bahia, dia de sexta significa sair de branco para atrair proteção e boas energias. E, em uma terra que é culturalmente carregada por misticismo e tradições, é claro que os clubes de futebol iriam se apegar à superstição quando a bola não entra. Foi assim com o Vitória em 2024. Na esperança para dar a volta por cima, adotou o uniforme branco como seu principal no pior momento da temporada.
O Leão iniciou o Campeonato Brasileiro comandado por Léo Condé. Nesse período, foram cinco rodadas e apenas um ponto somado, justamente contra o rival Bahia. O aproveitamento de apenas 6% fez a direção repensar o comando técnico. Assim, Condé foi demitido e Thiago Carpini chegou para ocupar a função. Logo no início da passagem, uma eliminação para o Botafogo na Copa do Brasil, uma derrota no Barradão para um rival direto na briga contra o rebaixamento e dois empates fora de casa.
O cenário só começou a mudar para o Vitória no dia 16 de junho, quando o time recebeu o Internacional em Salvador. Na época, o Leão havia acabado de lançar a camisa branca para a temporada, e aproveitou o confronto para estrear a peça. Dentro de campo, Willian Oliveira abriu o placar no começo do jogo, aos 7 minutos. Aos 36, Wesley empatou para o Colorado, mas Wagner Leonardo assumiu a responsabilidade no último lance da partida e converteu o pênalti, garantindo os primeiros três pontos do clube na Série A.
Depois disso, a equipe entrou em campo de branco em mais 22 compromissos. Saiu com a vitória em 11 partidas, empatou outras quatro e foi derrotada em sete. Foram 40 pontos conquistados neste recorte, o que equivale a um aproveitamento de 58%. Somente sete pontos foram somados com outros uniformes - o que faz a atual camisa 2 ter participação em 85% de toda a pontuação do Leão na competição.
Além das 23 rodadas já citadas, o Vitória escolheu a cor em mais dois jogos, empatando um e perdendo o outro. No entanto, o uniforme usado em ambas as ocasiões foi o da temporada passada.
Em contrapartida, o vermelho e preto - cores tradicionais do clube - apareceu apenas em 11 partidas no Campeonato Brasileiro. Para quem não acredita em superstição, pode até achar que o uniforme rubro-negro foi usado como bode expiatório para a má fase da equipe no início da competição. Fato é que o Leão não venceu um confronto dessa forma. Foram três empates e oito derrotas.
Segundo o presidente do Vitória, Fábio Mota, o uso da camisa branca na maioria dos duelos na Série A ocorreu inicialmente pelo tecido do uniforme. “Primeiro, começou porque Salvador faz muito calor. Começou assim, o sol incessante, os caras começaram a reclamar [dos uniformes pretos]. A branca era mais leve. Então foi assim, mas aí começou a ganhar e ficou por isso mesmo”, explicou.
O uniforme 3, por sua vez, foi usado em apenas dois jogos, com uma vitória e uma derrota.