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Alan Pinheiro
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 22:37
Apoio incondicional. Esse foi o sentimento comum que uniu os torcedores que compareceram à Arena Fonte Nova na noite desta terça-feira (19), para o jogo entre Brasil e Uruguai. Sejam eles da Bahia ou de fora daqui, a vontade de marcar presença no estádio para ver a Amarelinha jogar ultrapassou as barreiras físicas entre os estados.
Esse foi o caso de uma família que saiu de Itapissuma, em Pernambuco, e viajou 12 horas de carro para acompanhar, pela primeira vez, a equipe verde e amarela in loco. Com um sorriso no rosto e o pequeno Vagner Leonardo nos braços, a mãe Nayara Gadelha falou sobre a expectativa para a partida.
“A família inteira veio para assistir ao jogo da Seleção. Estamos muito apreensivos e confiando na vitória. Saímos de Pernambuco só para isso. Mais ou menos uns 600 quilômetros. Mas não estamos cansados”, disse a matriarca.
Já a filha Marianrrilly Cristodio se emocionou ao falar do amor pela Amarelinha. “A situação está mais ou menos, mas eu estou confiando. Somos brasileiros, não desistimos nunca. Sempre foi o meu sonho estar aqui. Eu cresci sendo ensinada a amar a Seleção e não importa a fase, tem que estar apoiando”, bradou, com a voz embargada pela emoção.
A ansiedade para ver a equipe nacional em campo também pode ser explicada pelo jejum de jogos na capital baiana. O último havia sido disputado há cinco anos, em 2019, quando o Brasil empatou sem gols com a Venezuela, pela Copa América.
Pela atual convocação do técnico Dorival Júnior, os jogadores que atuam em clubes estrangeiros sempre são os que geram mais expectativa de ver em campo, como os destaques Vinícius Júnior e Raphinha. No entanto, engana-se quem pensa que esses foram os únicos favoritos da galera.
Para uma família de Irecê, que esperou por horas o ônibus do Brasil chegar ao estádio, é Estêvão quem está sendo aguardado. A torcedora palmeirense Melissa Antonine afirmou que são nos momentos de crise que os brasileiros mais precisam apoiar o time canarinho.
“A Seleção perdeu muito o brilho, mas, do mesmo jeito, a gente continua amando muito. Mesmo com esse momento difícil, estamos aqui. Eu estou muito animada, porque eu nunca assisti o Brasil no estádio e é uma oportunidade que poucos têm. Estou ansiosa para assistir o Estêvão também, espero que faça gol”, comentou.
Apesar da vinda para a capital ter sido com a intenção de assistir ao jogo entre Bahia e Palmeiras, metade da família é flamenguista declarada. Foi o caso de Tiago Dourado, que enxergou a oportunidade de ver de perto jogadores ligados ao clube carioca, como Gerson, Paquetá e, é claro, Vinícius Júnior.
Do lado de fora da Arena Fonte Nova, outro grupo esperava para entrar no estádio. Enquanto os torcedores se enfileiravam em frente ao Dique do Tororó, a família Maia aguardava para saber como iria entrar, já que os integrantes tinham sido convidados pelo goleiro Bento, da Seleção, para assistir ao duelo. Soteropolitanos, Verena, Wanda e Paulo conheceram o jogador ainda pequeno, enquanto viviam no Sul do país.
“O Bento, desde a infância, sempre gostou de futebol. Quando nós morávamos em Curitiba, ele era nosso vizinho e jogador do Athletico-PR. Às vezes, a gente acompanhava ele no CT do clube. Voltamos para Salvador, eles ficaram lá em Curitiba e a carreira dele só deslanchou. Viemos aqui para torcer e prestigiar ele” explicou Wanda.