Aproveitamento nos últimos 10 jogos supera pior jejum vivido pelo Vitória na história

Além do confronto contra o Cuiabá, o clube vermelho e preto empatou em outras duas oportunidades contra o Bahia

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  • Alan Pinheiro

Publicado em 7 de junho de 2024 às 05:00

Vitória está há 10 partidas sem conseguir vencer
Vitória está há 10 partidas sem conseguir vencer Crédito: Victor Ferreira/EC Vitória

Na última vez que os torcedores rubro-negros comemoraram um resultado positivo - sobre o rival Bahia, pelo primeiro jogo das finais do Baianão -, o cenário mais improvável de ser imaginado era de que o Vitória enfrentaria uma fase tão ruim. São dez partidas seguidas sem ganhar, com um péssimo início no Campeonato Brasileiro: apenas dois pontos em sete jogos disputados. Agora, 68 dias depois daquele duelo que garantiu o título estadual, o Leão possui um aproveitamento menor que o pior jejum do clube.

Entre 10 de fevereiro e 3 de maio de 2019, a equipe ficou 13 partidas sem ganhar, na maior sequência negativa desde a fundação do Vitória. Quatro competições foram disputadas no período: Campeonato Baiano, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série B. No total, foram sete empates e seis derrotas, o que representa um rendimento aproximado de 17%.

Na época, o CORREIO consultou dois pesquisadores para confirmar o retrospecto histórico do clube. Segundo Alexandro Ramos Ribeiro, autor do livro ‘Barradão, Alegria, Emoção e Vitória’, o jejum bateu o recorde negativo que datava de 1978. Na ocasião, o Leão havia ficado 12 jogos sem vencer, sendo cinco empates e sete derrotas, um aproveitamento de 13%. O outro pesquisador consultado, Marcelo Monteiro, também não encontrou em seus registros uma série pior que a de 2019.

Já nos dias atuais, o Vitória está há 10 jogos sem ganhar, e tem apenas três empates nesse período, assim como sete derrotas. O rendimento neste recorte é de apenas 10% - ou seja, menor que o pior jejum do clube, em 2019, e do período negativo de 1978. Os únicos pontos somados foram no 0x0 com o Cuiabá, na última quarta-feira, e em dois empates com o Bahia, pela final do Campeonato Baiano e pela terceira rodada do Brasileirão.

Apesar do cenário negativo, o técnico Thiago Carpini valorizou o segundo ponto conquistado na Série A após o duelo com o Dourado, na Arena Pantanal. O comandante rubro-negro também enfatizou preferir enxergar a situação como um “copo meio cheio”.

“Nós temos sete jogos na competição e tomamos 13 gols. Depende da maneira como a gente vai enxergar. Prefiro enxergar o copo meio cheio, empatamos fora de casa, não sofremos gol e somamos ponto. Trabalho gradativo, de recuperação durante toda a competição. Não se define hoje, mas passa por hoje e foi importante pontuar”, disse Carpini.

Torcida na bronca

O retrospecto negativo vem preocupando os torcedores do Leão. Enquanto alguns acreditam na virada de chave, outros pensam que o time caiu em uma situação irreversível. Para José Claudino, estudante de 21 anos, os problemas começam antes da chegada do novo técnico.

“Ele recebeu o time em um estado de ‘bomba-relógio’ já no colo dele, esperando para explodir. Não sei se eu consigo culpar ele, porque eu acho que questões internas e o mental dos jogadores tá influenciando. Como é que você culpa um técnico disso? À Carpini, só consigo relacionar uma não-melhora, porque é trabalho dele conseguir melhorar isso e não aconteceu”, afirmou.

Sobre o futuro do Vitória no restante da temporada, o torcedor foi enfático ao dizer não acreditar em uma recuperação da equipe. “Pode ser que eu esteja errado, torço para isso, mas hoje eu acho que não. Acho que, se tiver possibilidade de isso existir, vai ser por meio de um trabalho mental com jogadores e, além disso, boas contratações na janela de transferências”, avaliou.

Já para o comerciário Carlos Amorim, 51 anos, é só questão de tempo até a virada de chave chegar. Otimista, ele prevê que a equipe vai sair das últimas colocações. “Estamos atravessando uma fase ruim, mas isso vai passar e logo estaremos pontuando e saindo dessa zona desconfortável”, apontou.

Atualmente, o Vitória é o penúltimo colocado do Brasileirão. Com os dois pontos somados, está à frente apenas do Cuiabá, com um. O Criciúma é o primeiro fora do Z4, com 5.

Para tentar acabar com a sequência negativa, o rubro-negro viajará para Caxias do Sul para enfrentar o Juventude no estádio Alfredo Jaconi, na próxima terça-feira, às 19h. O rival gaúcho ocupa a 12ª posição, com 9 pontos.