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Ronaldinho Gaúcho vira acionista de clube da 3ª divisão dos EUA

A aquisição foi feita em parceria com o irmão e também ex-jogador Roberto Assis

  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Estadão

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 14:51

Ronaldinho Gaúcho se torna acionista de clube da terceira divisão dos EUA
Ronaldinho Gaúcho se torna acionista de clube da terceira divisão dos EUA Crédito: Divulgação/Greenville Triumph

Ronaldinho Gaúcho decidiu investir no futebol dos Estados Unidos. O ídolo se tornou acionista do Greenville Triumph, clube que disputa a USL League One, equivalente à terceira divisão norte-americana. A aquisição foi feita em parceria com o irmão e também ex-jogador Roberto Assis.

"A ênfase que Greenville Triumph e Liberty colocam nos jovens, através das academias, e o nível de excelência competitiva da equipe profissional do Triumph e semiprofissional do Liberty é impressionante. Para mim e para o grupo, esta é uma oportunidade de apoiar o crescimento do futebol a todos os níveis e para todas as idades e de fazer parte de uma comunidade que valoriza a presença internacional e uma mistura única de culturas", afirmou Ronaldinho.

Apesar de estar em divisões inferiores dos Estados Unidos, o principal objetivo do Greenville Triumph é estar na principal liga americana, a MLS, até 2026, ano de Copa do Mundo no país, além de se projetar para o mercado global. Recentemente, o ex-atacante foi anunciado como "embaixador" do próximo Mundial, a ser disputado também no México e no Canadá.

"Em nossas idas a Greenville, nos reunimos com a equipe sênior da Triumph e da Liberty e ficamos encantados com a comunidade em que vivem, linda, calorosa e acolhedora. Sua proximidade com Atlanta, uma cidade-chave para a próxima Copa do Mundo, faz desta uma área importante para a expansão contínua do esporte nos Estados Unidos", comentou Roberto Assis.

A entrada de celebridades do próprio esporte, da música e do entretenimento comprando ou adquirindo fatias de clubes de futebol vem acontecendo com mais frequência que o normal. No mês passado, o astro do basquete Magic Johnson disse que muito em breve deve começar a fazer investimentos em equipes brasileiras, sem especificar de quais esportes.

"Acredito que é bom para o mercado como um todo, pois reúne um poderio financeiro ainda maior em clubes considerados de médio porte, mas com objetivos globais de crescimento a curto prazo, além de envolver uma publicidade muito grande em torno dos nomes dessas celebridades. Nada, no entanto, supera a boa gestão, seja com clubes associativos, SAFs, ou sendo adquiridos por ex-jogadores ou pessoas conhecidas", pontua Claudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management Brasil, especializada no gerenciamento da carreira de atletas.

Já o caso mais recente desses investimentos aconteceu ainda neste mês de agosto, quando o cantor Ed Sheeran adquiriu 1,4% do Ipswich Town, que disputa o Campeonato Inglês. Ele se tornou sócio minoritário da equipe e vai ter o direito de utilizar um camarote executivo no Portman Road, estádio da equipe, por muitos anos.

"A entrada de personalidades, artistas e atletas como investidores em clubes junta uma expectativa financeira, mas não só isso, especialmente a visibilidade que a aproximação com o esporte traz, o chamado 'soft power'. Isso envolve países, investidores e muito particularmente as personalidades da mídia. Não tem nada de irregular ou artificial em alguém querer fazer investimento em algo que possa ficar em evidência, ou que vai envolver algum componente intangível como uma paixão por algum clube, ou o interesse em mostrar sua participação em algo que atrai milhões de pessoas. Considero um movimento positivo, pois são mais recursos que vão tramitar no esporte", diz José Francisco Manssur, sócio do escritório CSMV Advogados e um dos autores do projeto de lei que criou a Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

"Acredito que todas as partes só tem a ganhar, com uma visibilidade que extrapola os padrões de marketing e publicidade Perceba que em muitos desses casos, essas celebridades adquirem clubes menores, com alguma ligação emotiva, mas em ligas e países desenvolvidos e que podem trazer a potencialização de receitas, seja com a própria exposição ou novas parcerias", acrescenta Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil.