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Gabriel Rodrigues
Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 16:47
Primeiro treinador do Bahia na gestão do Grupo City, Renato Paiva criticou as condições de trabalho que encontrou no tricolor durante a sua passagem, em 2023. >
Em entrevista ao Charla Podcast, o português afirmou que tinha um elenco fraco em mãos e que mesmo assim conquistou o título de Campeão Baiano. Paiva pediu demissão em setembro do mesmo ano após resultados ruins no Campeonato Brasileiro. >
“E eu gostaria muito de ter esse elenco [atual]. Mas com um elenco pior, bem mais limitado, gostem ou não gostem, tem um título nosso. Entramos para a história do Bahia com um título no museu. Depois, Copa do Brasil, com esse elenco limitado, chegamos às quartas de final, a melhor marca da história do clube com esse elenco”, iniciou ele.>
“Se [o elenco] não fosse limitado, não teriam contratado o que contrataram. Everton Ribeiro, Jean Lucas, Caio, Arias, Lucho… E agora mais. Se o elenco fosse bom não iriam contratar tudo isso. Não entrei no momento errado, entrei quando tinha que ser e fiz um trabalho difícil, mas que não foi do agrado de muita gente”, completou.>
Na análise de Renato Paiva, o departamento de futebol do Bahia, sob o comando de Cadu Santoro, errou nas contratações. O treinador disse ainda que teve que lidar com atletas jovens que o City tentava recuperar no Esquadrão. >
“Tive 25 contratações, mas nem todas chegaram ao mesmo tempo. Alguns chegaram sem tempo para treinar. Muitas contratações mal feitas, reconheço. Uma ideia do Grupo City que eu entendi era que Kayky, Diego Rosa e Artur Sales, que estavam na Europa, não jogavam em clubes do meio da tabela para baixo em Portugal, não jogavam, e eles queriam trazer para recuperá-los, em uma torcida de milhões que exige ganhar. Mas o Kayky foi uma pena a lesão no joelho, pois ele estava no melhor momento e não iria sair do time titular”, explicou. >
INTERFERÊNCIA NO TRABALHO >
Durante a conversa, Renato Paiva também reclamou de uma suposta interferência do City no trabalho da comissão técnica. O que mais incomodou o treinador foi a relação com departamento de performance e saúde do clube baiano. >
“Essas coisas, com funcionamento da área de performance do Grupo City, que teve na minha ótica, intervenção naquilo que era área física do meu trabalho, e eu gosto de ser avaliado pelo meu trabalho. E tivemos uma sucessão de lesões musculares, que, para nós, não foi nossa responsabilidade. As lesões impediam um elenco reduzido de jogar. Eu pedi uma reunião e senti que isso não iria mudar. A torcida acha que não, mas pelo respeito que tenho pela torcida eu vi que não era a solução e saí, tive essa honestidade e a torcida não percebeu. Eu quero que o Bahia ganhe. O Bahia faz parte da minha vida e do meu currículo. A torcida do Bahia é uma das torcidas da minha vida. São marcas que não dá para desligar. Como também não dá para desligar que o Paiva, o pior treinador da história do Bahia, segundo muitos, tem um título. O Baiano não interessa? Mas tinha três anos sem ganhar o Baiano”, finalizou.>