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Giuliana Mancini
Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 13:48
Acelino Freitas, o Popó, já viveu uma noite inesquecível na última quinta-feira (23). Filho do tetracampeão mundial de boxe, Juan Popó Freitas, de 24 anos, se formou em medicina, levando o pai às lágrimas na colação de grau. >
Um vídeo publicado nas redes sociais mostra o baiano subindo ao palco ao lado da mãe de Juan, Manoela Vidal, e da avó Cláudia Vidal após o nome do jovem ser chamado. Muito emocionado, o boxeador abraça o filho e entrega o diploma para ele. Os dois fazem uma brincadeira, simulando movimentos de boxe, e voltam a se abraçar.>
Popó, aliás, fez vídeos assim que chegou ao evento, mostrando as fotos de Juan que passavam no telão. No convite da formatura, Juan agradeceu aos pais. >
"A verdade é que esse sonho nunca foi sonhado sozinho, pois eu sou a soma das pessoas que me amam e me apoiaram durante esta jornada. lsso não seria possível sem o incentivo dos meus pais, Manuela e Acelino, que me mostraram desde pequeno a importância dos estudos e da determinação e coragem para seguir os nossos sonhos", escreveu.>
Em 2024, Juan fez uma homenagem [leia na íntegra ao final da matéria] a Popó, destacando a luta do pai para conseguir se tornar atleta profissional. Também gradeceu ao apoio do boxeador em relação a sua sexualidade.>
"Quando, durante a minha adolescência, tive o meu direito de me 'assumir' violado, sem a minha permissão e o meu consentimento, no maior momento de dor e incerteza na minha vida, ele me acolheu como ninguém e não virou as costas quando mais precisei, cumprindo com a sua obrigação de me amar e me respeitar independente de qualquer coisa. E, não ironicamente, foi quando ele me abraçou por ser quem eu sou, que finalmente nos conectamos como pai e filho. Foi de tamanha hombridade essa atitude que, sem isso, eu não chegaria tão longe", contou.>
Leia a homenagem de Juan para Popó:>
“Para você, uma pessoa que dormiu no chão de casa até os 23 anos, o que ela poderia conquistar na vida?>
Quem me conhece sabe que eu não gosto do meu sobrenome. Além de trazer um desconforto fonético para os meus ouvidos, ele fala tão pouco sobre mim. De quem sou. Da minha história. Eu gosto mesmo é de Juan, embora haja vários no mundo, esse é único. Na verdade, o sobrenome conta a história do meu pai e da minha família. Meu pai se chama Acelino Freitas, mas muitos o conhecem como o “Popó”. Ele é um grande motivo de orgulho para o Brasil, para o mundo, pois foi com muita luta que ele conseguiu se consagrar Tetracampeão Mundial Unificado de Boxe e se tornar esse ídolo mundial, além de recordista por 29 nocautes consecutivo, com 41 vitórias de 43 lutas. Mas isso nem se compara a maior luta que ele já enfrentou: a pobreza. Ele dormiu no chão de casa até os 23 anos de idade e lutou contra a fome e todas as dificuldades que a vulnerabilidade social poderia trazer. Meu pai é motivo de muito orgulho. Quem o conhece, sabe a pessoa que ele é. Mesmo com todas as adversidades da vida ele manteve a fé, a garra, a determinação e a humildade. Ele transformou a realidade de toda a minha família e nos permitiu acreditar em um futuro melhor.>
Quando, durante a minha adolescência, tive o meu direito de me “assumir” violado, sem a minha permissão e o meu consentimento, no maior momento de dor e incerteza na minha vida, ele me acolheu como ninguém e não virou as costas quando mais precisei, cumprindo com a sua obrigação de me amar e me respeitar independente de qualquer coisa. E, não ironicamente, foi quando ele me abraçou por ser quem eu sou, que finalmente nos conectamos como pai e filho. Foi de tamanha hombriedade essa atitude que, sem isso, eu não chegaria tão longe. Nossa relação foi marcada por altos e baixos, mas tudo o que passamos foi para nos fortalecer e chegarmos a esse momento. O que passou foi perdoado e o que está por vir será celebrado”.>