‘Perdemos por erros nossos’, admite Rogério Ceni após derrota para o São Paulo

Treinador do Bahia comentou sobre a busca da equipe pelo topo da tabela, além de analisar o jogo contra o São Paulo; veja os destaques

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Publicado em 1 de julho de 2024 às 06:00

Rogério Ceni
Rogério Ceni acredita que erros do Bahia foram determinantes para o placar final Crédito: Paula Fróes/CORREIO

A derrota para o São Paulo por 3x1 abriu margem para o Flamengo abrir três pontos da liderança do Campeonato Brasileiro para o Bahia. O desempenho do Esquadrão na partida foi abaixo do que a equipe vinha mostrando na Série A. Para o treinador Rogério Ceni, a derrota aconteceu por erros da própria equipe, que agora vai precisar achar maneiras de vencer os jogos fora de casa - como disse o técnico.

"[Para] chegar à primeira colocação, estar à frente, [o Bahia] precisa encontrar maneiras de vencer fora de casa. Eu não acho que nós fizemos um jogo ruim hoje. Principalmente até o momento do gol do São Paulo, foi muito parecido com o jogo do Flamengo, com o controle do jogo, mas pouco ataque à última linha deles. Nós tivemos duas, três boas finalizações no começo do jogo. É sempre difícil jogar aqui, jogar no Maracanã, jogar contra o Atlético em Minas, mas talvez a gente tenha que acreditar um pouco mais que podemos. Poderíamos ter vindo aqui hoje e ter vencido, mas o São Paulo foi mais assertivo, mais letal. Não teve tantas oportunidades, mas as que teve fez", iniciou.

"Nós temos que encontrar uma maneira de fazer uma melhor pontuação fora de casa se a gente quisesse manter nessa posição. Porque senão você acaba levando sempre muita pressão para casa, tendo que vencer seu jogo. Então aqui é sempre, quando a gente vence o jogo em casa, como foi contra a Vasco, como foi contra o Cruzeiro, você cria uma boa perspectiva e leveza para jogar. Mas infelizmente, num dia que nós fizemos um jogo ruim, eu continuo tendo admiração pelos meus jogadores, só que nós hoje trabalhamos muito a bola atrás e em momentos que dava para atacar a última linha, nós continuamos trabalhando a bola atrás. Estamos assim, estamos melhorando isso, mas mais longe de ter sido críticas ao time ou coisa assim, poderíamos ter sido melhor, poderíamos ter evitado erros, nós perdemos por erros nossos dentro do campo", completou.

O comandante do Esquadrão também comentou sobre o sonho dos torcedores tricolores em disputar o título do Campeonato Brasileiro. Segundo Ceni, que preferiu não fazer uma afirmação, é necessário acreditar e brigar por tudo que puder sem perder os pés no chão. "Depende muito de cartões, lesões, é um elenco que tem suas peças de jogo com algumas trocas. Estamos na 13ª rodada e não tivemos nenhum dos quatro jogadores do meio que normalmente começam o jogo suspensos ou lesionados. Passa muito por isso. Temos bons jogadores em determinadas posições, dois. Lateral esquerda a gente depende muito do Juba, cansa um pouco, mas temos o Iago chegando a partir do dia 10 [de julho]. Na direita temos o Cicinho, o Arias na seleção [Colômbia]. Cada jogo vai ser uma nova história, mas se a gente conseguir se manter bem, sem lesões, e com jogadores que têm uma dedicação, temos que concentrar a cada rodada. Viver o presente e se manter nele", respondeu

O próximo compromisso do Esquadrão já tem data marcada e a equipe de Rogério Ceni não terá muito tempo para lamentar, já que enfrenta o Juventude nesta quinta-feira (4), às 19h, na Arena Fonte Nova. 

Veja outros trechos da coletiva de Rogério Ceni:

Gols sofridos pelas laterais

"Primeiro gol começa no chutão do Jandrei, disputa do Calleri e Gabriel. Sai escanteio, do escanteio a bola roda, e aí sai cruzamento para gol do Calleri. O terceiro gol também é um outro chutão, balão do Jandrei. Disputa Calleri com Kanu, bola bate nas costas do Kanu, gira e sai o gol. Quando se sofre gol a gente tem que encontrar um lado culpado. Time normalmente defende bem, hoje fez uma ou outra escolha errada na maneira de abordar a defesa, teve o terceiro gol, quatro jogadores nossos [driblados]. Pesou um pouco além do normal, a gente está sujeito a errar. Tivemos até mais finalizações, mas não fomos assertivos e efetivos como foi o São Paulo".

Segundo tempo

"Voltamos para o segundo tempo para encontrar o primeiro gol. São Paulo tomou gol nos acréscimos contra o Criciúma e já ficou mais nervoso. Time encaixou novamente, fez 15 bons minutos, mas sai aquele gol, bate e rebate, sobra. Quarto gol, anulado, mais um erro. Hoje erramos acima do normal. Como sistema de jogo funcionou, tivemos controle, quem controla jogo contra o São Paulo? Mas não fomos efetivos, ter tantas chances reais de gol. Não podemos desanimar, seguir, se preparar bem, recuperar bem esses jogadores, tirei o Caio [Alexandre] no final porque faz muita diferença para conduzir o time e tem dois cartões. Tirei Everton, Jean Lucas, já estava cansado, tentar também já pensar nesse jogo contra o Juventude que vai ser difícil".

Futuro do Bahia

"Grande lugar para se trabalhar, só que nós não vamos fazer tudo, eu gostaria muito de fazer, o grupo tem muitos anos de Bahia e vai construir um Bahia a cada ano mais forte, vai construir seu centro de treinamento e vai se tornar mais forte. Se o Bahia quiser se tornar cada vez mais São Paulo, Flamengo e Palmeiras, a categoria de base é muito importante. Ou o custo fica muito alto. E as pessoas têm o conceito que o Grupo City vai enfiar dinheiro. É uma empresa como qualquer outra, relação de captação e gasto de dinheiro. Já foi explicado. É algo para se crescer gradativamente. Adoraria que a gente tivesse mais opções, contratações, mas entendo o ritmo do grupo. Claro que o tempo deles é maior do que muitas vezes o nosso como profissional, mas sou muito feliz em trabalhar no Bahia, grato pelo esforço deles em trazer bons jogadores. Acho que a evolução passa muito pela categoria de base, jogadores jovens, que vão trazer retorno financeiro e vão fazer as pessoas investirem mais".

Carinho pela torcida 

"Sempre legal, o Morumbi é um estádio fantástico. Para mim é Morumbi e sempre será Morumbi, sempre um encontro bacana, legal, e claro que venho sempre para vencer. Tentei fazer o meu melhor, infelizmente hoje não fizemos um jogo ruim, mas não estivemos próximos da vitória, falhas defensivas e longe da inspiração ofensiva. (...) Hoje se fosse bater ia chutar para fora, meu time hoje é o Bahia, mas sou grato pelo carinho, história que foi construída aqui, fica para sempre. Vamos tristes para Salvador, mas repito, não é de se jogar fora tudo que foi feito aqui hoje. Tentar salientar de onde o Bahia saiu no ano passado para a atual situação. Isso não deve gerar acomodação. Tentar ser a referência, com o grupo que temos, condições que foram dadas, sem investimento numa janela. Vamos tentar fazer nosso melhor até o final do ano".

Tabu contra o São Paulo

"Não vencer é uma coisa que me incomoda, mas tem que saber conviver, ter resiliência com resultados que nem sempre são aquilo que você espera. Ano passado também perdemos o jogo, no último minuto. História aqui vai ficar para sempre, tenho muito carinho e respeito, mas cada vez que voltar vou sempre voltar para ganhar".