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Alan Pinheiro
Publicado em 11 de setembro de 2024 às 17:25
Após ser conduzido à delegacia na manhã desta quarta-feira (11) para responder a uma acusação de tentativa de estupro, o ex-técnico do Vitória Ricardo Silva registrou um termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra a ex-companheira de 37 anos, autora das acusações. Em entrevista ao CORREIO, Ricardo negou ter cometido crime e afirmou que foi agredido pela mulher com um pedaço de corda no Jardim de Alah, onde mais tarde foi conduzido por uma equipe da 39ª Companhia Independe da PM (CIPM/Boca do Rio) para a 9ª Delegacia (Boca do Rio).
Ricardo confirmou ter se relacionado com a mãe e, posteriormente, com a filha. De acordo com o ex-treinador, os dois já se conheciam e ele era chamado de "tio" pela jovem de 19 anos, mas a relação amorosa começou somente após ela ter alcançado a maioridade. "Eu conheço há mais tempo, sou amigo da mãe dela, mas tive a história com ela [a filha] acima de 18 anos. Eu falei para a gente contar para a mãe dela que a gente tinha um envolvimento para não magoar, porque era minha amiga", afirma.
Ele diz que a jovem não queria contar da relação dos dois para a mãe. No início deste ano, ele voltou a insistir para os dois conversarem com a mulher, mas teria ouvido da filha que era melhor deixar em segredo por receio da reação da mãe dela. Ainda segundo Ricardo, na manhã desta quarta-feira (11) sua ex abordou ele em um estacionamento da região e o acusou de estupro.
"Eu vi o carro dela chegando, aí ela fechou meu carro. Eu mandei ela encostar no estacionamento, ela parou e eu pensei que ela viesse conversar comigo sobre isso (o relacionamento com a filha), para eu explicar a ela. Ela chegou para mim já falando que eu tinha estuprado a filha dela, que eu tinha feito isso, que eu era aquilo e que ia me matar. Disse que fiz tudo com consentimento dela também, aí ela pegou uma corda e tentou pegar no meu pescoço para me enforcar", conta.
Ricardo Silva disse que um amigo apareceu para intervir. Neste momento, segundo disse o ex-treinador do Vitória, a mulher teria gritado acusando-o de estupro. A polícia foi chamada para atender à ocorrência. Com a chegada da PM, ambos foram encaminhados à 9ª Delegacia, localizada na Boca do Rio.
O advogado Diego Spínola, presente na Central de Flagrantes, explicou que Ricardo Silva foi conduzido para esclarecer a situação, mas não houve flagrante. O representante disse que o ex-técnico não responde a nenhum processo criminal. "O meu cliente foi conduzido à delegacia, que é o procedimento de praxe. Não tinha nenhuma denúncia, boletim de ocorrência ou inquérito policial contra ele. [Ricardo Silva] não está respondendo a absolutamente nada neste momento", diz.
Ainda segundo o advogado, a ida para a Central de Flagrantes ocorreu para registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) pela suposta lesão corporal e ameaças sofridas por Ricardo Silva. Em nota, a Polícia Civil diz que registrou um termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo crime de injúria.
Oitivas estão em andamento para elucidação do ocorrido. O caso será encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim). A reportagem não conseguiu contato com a defesa da mulher. O espaço segue aberto.
* Com orientação da subeditora Fernanda Varela