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Estadão
Publicado em 23 de setembro de 2023 às 08:50
Um programa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), em parceria com o Palmeiras resultou na prisão de 28 pessoas em quatro partidas disputadas no Allianz Parque. O sistema de reconhecimento facial, implementando neste ano na arena palmeirense, ajudou a polícia a efetuar as prisões. Um dos detidos era procurado por tráfico internacional de drogas Ele havia fugido em março de 2020, após a queda de um avião com mais de 400 kg de cocaína, e foi preso antes de entrar no estádio.
Outras 42 pessoas que estavam descumprindo medidas judiciais foram identificadas, impedidas de entrar no Allianz Parque e notificadas para a vara de custódia. A iniciativa, batizada de Muralha Paulista, ainda identificou 253 desaparecidos.
Segundo a SSP, ao todo, 146.793 ingressos foram verificados pela nova ferramenta da Secretaria da Segurança Pública em colaboração com o Palmeiras. A biometria facial, implementada no Allianz Parque no início deste ano, ajuda a identificar pessoas com pendências na Justiça.
O programa funciona a partir da integração de sistemas e possibilita que vendas de ingressos sejam analisadas em tempo real por meio de algoritmos de inteligência que respeitam um plano de gestão de riscos pré-estabelecidos para cada tipo de evento.
A ação realizada pela SSP em parceria com o Palmeiras cumpriu mandados de prisão de diversos estados, relacionados aos crimes de roubo, peculato, furto e tráfico de entorpecentes.
Os dados utilizados nessa verificação são nacionais. Uma pessoa procurada pelo crime de pedofilia em Alagoas foi presa tentando acessar a arena palmeirense para assistir a uma partida.
"Trata-se de uma ação da área de inteligência policial com a finalidade de deixar o local do evento mais seguro, impedindo o acesso de pessoas que possam comprometer a ordem pública. Os eventos passam a contar com tecnologia de ponta e parceria entre o setor privado e público, sem nenhum custo de implantação para o estado", disse o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
O sistema de biometria facial, implementado em janeiro deste ano pelo Palmeiras para coibir o cambismo, favorece a atuação da SSP A tecnologia garante que o dono do CPF responsável pela compra do ingresso é o mesmo de quem entra no estádio, o que não necessariamente ocorre quando são utilizadas bilhetes físicos ou com código de barras.
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, decidiu apostar na tecnologia para combater o cambismo depois de muitas denúncias de irregularidades na venda dos ingressos. O mesmo sistema também existe nas catracas do clube social. A biometria facial começou a funcionar a partir de janeiro de forma gradual e, atualmente, funciona em todos os setores da arena palmeirense. O clube considera satisfatória a experiência, mesmo com algumas falhas, travas e outras intercorrências.
"Investimos na implementação do reconhecimento facial para proteger o nosso maior patrimônio, que é o torcedor do Palmeiras Queremos que a nossa casa seja cada vez mais segura para todas as famílias que a frequentam e estamos satisfeitos em contribuir com as autoridades públicas de segurança", afirmou a presidente do Palmeiras.
No caso dos jogos de futebol, a polícia analisa a compra de ingresso de cambistas, uso de documento falso ou de terceiro, mandados de prisão em aberto, descumprimento de ordens judiciais ou de sanções impostas pelo Estatuto do Torcedor e pessoas desaparecidas. Quando alguém cai nesse filtro, ocorre o impedimento de acesso ao local do evento e a polícia intervém.