Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Alan Pinheiro
Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 15:28
Além da goleada do Vitória por 4x1 na Juazeirense, o dia dos rubro-negros ficou ainda mais iluminado por um momento especial: o gol de Osvaldo. Após 141 dias do último gol marcado pelo atacante de 37 anos, o "Vovô" voltou a balançar as redes em sua volta aos gramados após precisar ser afastado pelo diagnóstico de tromboembolia pulmonar.
"Glorifico a Deus por esse momento, depois de quatro meses, estava morrendo de saudade de viver isso aqui novamente, viver o vestiário, entrar em campo e dar o meu melhor. Agradeço a toda a equipe médica do Vitória, foi tudo muito rápido a equipe médica do Hospital Santa Izabel, minha pneumologista Rafaela Martins, o meu angiologista Aldo Brasil, que também me deu todo suporte. Toda minha família, minha esposa, meus filhos. Glorifico a Deus, poder voltar, marcar e sair com a vitória. É sempre difícil jogar no campo da Juazeirense, mas agora é seguir na batalha que ainda tem muita coisa boa pela frente”, afirmou ele em entrevista à TVE.
A última vez que o atacante rubro-negro balançou as redes antes desta quarta-feira (15) ocorreu no dia 27 de agosto de 2024. O jogo, válido pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro, terminou 2x2 entre Vitória e Cruzeiro. Osvaldo foi o responsável por abrir o placar da partida. Depois do confronto, o jogador ainda entrou em campo em mais dois jogos no ano.
Osvaldo havia disputado a última partida em setembro, contra o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro. Ele chegou a ser relacionado para o jogo contra o Atlético-GO, em Goiânia, mas se sentiu mal e não foi utilizado. No retorno a Salvador, o jogador sofreu um quadro de tromboembolismo pulmonar.
Segundo explica o médico cardiologista Marcelo Vieira, o jogador teve um caso de tromboembolia pulmonar, que é quando um coágulo (trombo) se desprende e chega ao pulmão através da corrente sanguínea. Quando o coágulo se desprende, ele é chamado de êmbolo. “Se for um trombo muito grande, vai ocluir vasos grandes do pulmão e o paciente pode ter até uma morte súbita. Se for menor, pode ter um quadro de falta de ar. A angiotomografia descobre qual é o vaso pequeno que esse trombo foi e já trata. E o tratamento é anticoagulação”, explicou.
No caso de Osvaldo, o médico diz que é preciso investigar se ele não tem nenhuma doença genética ou algum distúrbio que possa ter favorecido o aparecimento do coágulo. A viagem de ida e volta para o duelo contra o Atlético-GO também pode ser um fator que aumentou o risco de tromboembolia pulmonar. No entanto, o profissional enfatiza que é preciso haver uma investigação.
A internação do jogador do Leão aconteceu justamente na data em que é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose (16 de setembro). O objetivo é promover a prevenção, incentivando a busca por informações, o diagnóstico precoce e a adoção de hábitos saudáveis, fundamentais para reduzir o risco da doença. Entre os sintomas mais comuns estão: inchaço súbito, dor muscular e alteração da cor da pele em uma das pernas. Embora seja uma doença grave, os sinais podem ser sutis ou até inexistentes, o que pode dificultar o diagnóstico precoce.
Hábitos simples do dia a dia podem contribuir para a redução dos riscos de trombose. Manter o peso sob controle, praticar atividades físicas leves e garantir uma boa hidratação são algumas das orientações que ajudam a minimizar a chance de desenvolver a doença.
Contudo, é importante destacar que muitos casos de trombose também estão associados a fatores como doenças pré-existentes e imobilização prolongada.
O médico cardiologista Marcelo Vieira explica que viagens de longas distâncias podem favorecer o aparecimento de trombos pelo tempo parado. “Quando a gente fica muito tempo parado, sentado, as pernas geralmente dobradas na parte do joelho comprimem as veias, então você dá uma estagnada no sangue. Diminui o fluxo e o sangue fica mais parado nessa região, o que favorece a formação do coágulo. Da perna, o trombo pode se desprender e voltar para o coração com todo sangue venoso, através das veias. Ele vai seguindo o fluxo do sangue até chegar no coração direito e ir para artéria pulmonar”, explica o profissional.