O que esperar de 2025 para o Bahia

Calendário apertado por cinco campeonatos, expectativa de novos nomes e sede por títulos acompanham o tricolor no novo ano

Um ano novo, uma temporada nova e, quem sabe, um novo Bahia. Acima de tudo, uma nova chance para que o tricolor baiano siga crescendo no cenário do futebol brasileiro, voltando ao protagonismo nacional e alçando até mesmo campeonatos internacionais.

As expectativas não são baixas. Se, de 2023 para 2024, o time saltou de uma luta árdua contra o rebaixamento um ano após subir, para uma briga pelas primeiras colocações da tabela no primeiro turno do Brasileirão e uma disputa pela conquista da vaga na Libertadores na segunda etapa do torneio, agora que o tricolor já está nas principais competições do ano que vem, a espera é por um salto ainda maior.

Em 2025, chegam para o Bahia oportunidades no Campeonato Baiano, na Copa do Nordeste, na Copa do Brasil, no Campeonato Brasileiro e na Libertadores da América. Cinco campeonatos que podem redimir a relação entre o clube e o torcedor, que vinha estremecida após um ano sem títulos para o tricolor.

Além disso, o ano novo traz esperanças de reforços e renovações no elenco. Com um time carente de rotação e sedento por talentos em suas extremidades, a expectativa é que o ciclo de contratações iniciado em 2024 com Everton Ribeiro, Lucho Rodríguez, Caio Alexandre e Jean Lucas cresça ainda mais com novos talentos.

Pela primeira vez desde que foi comprado pelo Grupo City, o tricolor baiano começará a temporada praticamente livre de dívidas, já que o montante que em março de 2023 somava R$ 300.935 milhões foi reduzido a menos de 50 milhões de reais. Com isso, o foco financeiro do clube pode passar para novos nomes no elenco, essencialmente nas pontas da escalação.

Um ano de transformações

Desde 2023, a prioridade do Bahia vem sendo o jogo no meio campo, que já se tornou coração e característica fiel do tricolor. A proposta de jogo, para o time, é ser protagonista, controlando o jogo e revertendo jogadas. O problema no plano de identidade do Bahia está na finalização - a equipe controla, cria, mas não finaliza, e acaba por perder mais jogos do que deveria.

A definição do resultado, por sua vez, está nas extremidades - no goleiro e no ataque. Justamente onde o Bahia precisa de titulares, jogadores experientes, decisivos e protagonistas.

O líder de assistências com nove anotadas na última temporada, Biel, não é titular absoluto do time. O mesmo serve para Ademir, deixando cada vez mais escancarada a necessidade por mais um ponta na equipe, que protagoniza time e jogadas, essencialmente após a possível saída de Thaciano, que interessa ao Santos. 

Indo além, em um time que vem jogando de maneiras parecidas ao longo de toda a temporada, a variação precisa e deve ser pensada, buscando um novo zagueiro ou volante que possa rotacionar jogadores, fazendo testes em outras posições. Talvez, até, um lateral esquerdo que dispute a posição com Juba, ou possibilite uma tentativa de escalação em que ele apareça no ataque, onde foi poucas vezes usado.

A necessidade por variação tática foi reconhecida, inclusive, pelo próprio Rogério Ceni, na coletiva concedida após a partida contra o Atlético-GO que garantiu a vaga na Libertadores para o tricolor.

O sonho das conquistas

Em 2024, o maior ‘título’ do Bahia foi a classificação para a Libertadores, garantindo o maior torneio disputado pelo clube neste ano. Faltou uma taça, faltou um título, um grito de campeão que ainda está contido no torcedor tricolor.

No Baianão, foi vice-campeão após perder em casa para o grande rival. Na Copa do Nordeste, parou nas semifinais, e na Copa do Brasil, nas quartas de final. No Brasileirão, oitava posição.

Por isso, o Bahia chega a 2025 precisando de um título, de um momento de triunfo que reconecte de vez o time com seu torcedor. A meta, quem sabe, possa ser vencer a Copa do Nordeste, alinhada com a capacidade do time caso se estruture bem.

Para o Campeonato Baiano, costumeiramente, o Bahia utiliza jogadores reservas ou de base, usando o torneio como trampolim para o time titular. São campeonatos menores frente aos grandes que o time disputará - mas, em uma realidade em que os títulos não estão chegando, não se pode negligenciar os torneios regionais.

A dificuldade estará, principalmente, na ausência de titulares, que em um calendário de cinco campeonatos não terão datas suficientes para jogar bem todos eles, pelo menos na primeira fase dos regionais. Com isso, os títulos seriam cobrados de times compostos, pelo menos em parte, com reservas ou jogadores de base, complicando a realidade tricolor.

Mirando na conquista de um título baiano ou nordestino, é possível sonhar com uma semifinal na Copa do Brasil, deixando a barreira das quartas que segurou o tricolor na temporada passada.

Já no Brasileirão, o foco deve ser na vaga direta para a Libertadores pela tabela, sem jogar a fase da Pré-Libertadores como neste ano. A briga pelo G-4 pode ser real, mas exige uma constância entre primeiro e segundo turnos do torneio que o time não pôde entregar no ano passado.

Por último, e certamente não menos importante, a Libertadores. O grande sonho e meta cumprida do Bahia em 2024. O maior desafio, até então, virá logo de cara, na segunda fase, quando o tricolor precisará superar a altitude imposta pelo The Strongest, da Bolívia.

A quase quatro mil metros acima do nível do mar, o estádio Hernando Siles é desafio constante para times brasileiros, e promete ser o grande obstáculo do Bahia. Caso passe do Tigre, o tricolor enfrentará Ñublense ou Boston River, ambos times possíveis para galgar uma vaga na fase de grupos da competição, a grande ambição do clube brasileiro.

Entre os cinco campeonatos no apertado calendário do Bahia neste ano, o tricolor disputará um mínimo de 58 e um máximo de 91 jogos na temporada, frente aos 66 jogados em 2024.

Dependendo das etapas conquistadas para avançar nos torneios, o Campeonato Baiano terá de 9 a 13 jogos para o Bahia; a Copa do Nordeste fica entre 7 e 11, e a Copa do Brasil, de 2 a 10. Já no Brasileirão, serão os costumeiros 38 jogos, já que o sistema de pontos corridos retira a diminuição da quantidade de partidas por eliminação.

Na Libertadores, por sua vez, o mínimo é de dois jogos, e o máximo de 19, sendo que, caso seja eliminado na 3ª fase ou ocupe a terceira colocação da fase de grupos, o Bahia disputará a Sul-Americana.

Caso isso aconteça, a quantidade mínima de jogos não se altera, mas a máxima recebe uma adição de mais duas partidas devido ao play off disputado entre o segundo colocado do grupo da Sulamericana e o terceiro da Libertadores.

O ano novo começa

Com a pré-temporada em Girona ainda este mês, o Bahia começa a desenhar seu 2025, com esperanças de novos jogadores que queiram assumir o protagonismo tricolor, mostrar seu valor e levar o clube ainda além.

A pressão só é grande porque o Bahia se mostrou capaz de alçar voos ainda maiores. O desafio é grande, o calendário é extremamente complicado, e o nível é alto - mas nada disso é impossível, e muito por ser sonhado e realizado ao longo de 2025, principalmente após os enormes saltos de crescimento nos últimos anos. Resta ao torcedor tricolor, então, torcer pelo melhor, e vibrar pelo retorno do Bahia à elite do futebol brasileiro de maneira cada vez mais consolidada.