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Mudanças no Barradão e título internacional: o que Fábio Mota almeja para o Vitória em 2025

Em entrevista para o CORREIO, presidente do Leão falou sobre o planejamento do clube para a próxima temporada

  • Foto do(a) author(a) Alan Pinheiro
  • Alan Pinheiro

Publicado em 21 de dezembro de 2024 às 02:00

Fábio Mota desconversa sobre reeleição e traça planejamento para 2025
Fábio Mota desconversa sobre reeleição e traça planejamento para 2025 Crédito: Marina Silva/CORREIO

Um Barradão com melhorias na infraestrutura, um elenco capaz de manter o Vitória novamente na primeira divisão e a conquista da Copa Sul-Americana são alguns dos objetivos que o presidente do clube, Fábio Mota, tem para 2025. A temporada, inclusive, pode ser a última do dirigente no cargo - apesar de confessar que ainda não bateu o martelo sobre a decisão. O mandatário conversou com o CORREIO e falou sobre o planejamento do Leão para o ano que vem. Confira:

O Vitória conseguiu a classificação para a Copa Sul-Americana na penúltima rodada da Série A. Quais são as expectativas do clube para a disputa desse novo calendário internacional?

R: Vai ser uma temporada desafiadora, fruto de muito trabalho e das conquistas que nós conseguirmos galgar e, a cada hora, a régua vai subindo. Pela primeira vez, vamos disputar um campeonato sul-americano. Antes, era mata-mata e, desta vez, vamos disputar um campeonato. Já entramos na fase de grupos, vamos ter seis jogos na primeira fase. Isso é importante para a instituição, é o calendário internacional que eu sempre sonhei desde quando eu cheguei, vai levar a marca do Vitória para a América do Sul e vai fortalecer o clube. Tudo isso é desafiador, porque é o nosso segundo ano consecutivo na Série A depois da volta e a gente almeja voos maiores, por isso estamos fazendo esforço para ter um elenco bem maior, são muitas competições.

Quais as diferenças do Fábio Mota de hoje para aquele que assumiu em outubro de 2021? O que levou de aprendizado neste tempo como presidente do Vitória?

R: Mudou muito em todos os sentidos, me entreguei ao Vitória. Sempre fui gestor tanto da minha vida pessoal como gestor público por quase 20 anos e o futebol é bem diferente. Um dos problemas que a gente tem e que eu encontrei no Vitória é a falta de credibilidade da instituição. Assumir uma instituição que devia R$ 400 milhões com situações insalubres até de estrutura é muito difícil. Foi uma operação de guerra. Nós montamos uma equipe, fomos buscar patrocinadores para nos ajudar e o amadurecimento no futebol você aprende a cada ano. O Fábio Mota que assumiu interinamente em 2021 para o Fábio de quase três anos depois amadureceu, ganhou experiência para o futebol e aprendeu que a vida é um eterno aprendizado. Errei muito e acertei algumas coisas. Acho que acertei mais do que errei e estou sempre buscando a perfeição. Acho que a mudança engrandece o ser humano.

O que o presidente Fábio Mota quer entregar para a torcida do Vitória em 2025?

R: Eu almejo entregar o novo estacionamento do clube, que a gente vai entregar dia 11 de janeiro com mais 2.500 vagas. Quero entregar o novo CT com três campos de futebol, três prédios, mais dois campos de futebol para a base e um campo específico para o feminino, como se fosse um mini estádio. Vamos ter alojamento para o feminino, academia para o feminino, prédio administrativo etc. Isso tudo espero entregar durante o ano de 2025. Na área esportiva, almejo buscar um título inédito que seria o título da Copa Sul-Americana. Seria a primeira vez que um clube no nordeste iria ser campeão da Sul-Americana. Evidente temos outras prioridades e a principal é primeiro permanecer na Série A. Em segundo, buscar uma vaga na Libertadores.

A média de público do Vitória vem aumentando desde a Série C. Qual a importância desse movimento de reconstrução da torcida rubro-negra para o clube?

R: A torcida é fundamental para tudo que aconteceu. O Vitória chegou no fundo do poço. Não é menosprezando, mas ia virar um clube sem divisão, como hoje está o Santa Cruz e o Paraná em função das trágicas administrações que houveram. Foram sete presidentes em sete anos e, quando tem descontinuidade, é muito complicado. Com continuidade é difícil, imagine sem. O Vitória se superou muito pela chegada da torcida, nós tínhamos jogos com média de 4.000 pessoas durante esses seis anos. Ninguém queria jogar aqui, porque o Vitória não pagava ninguém, o fornecedor não queria fornecer... Nós montamos um planejamento para transformar e reconstruir o clube e a gente vem conseguindo isso ano a ano. Foi a tarefa mais difícil que eu encontrei na minha vida. Sem a torcida, a gente continuava na Série C do Campeonato Brasileiro. A torcida acreditou e abraçou o projeto, a gente saiu de quatro mil sócios em outubro de 2021, quando eu assumi o clube, para 41 mil em outubro de 2024. O fundamental de tudo isso foi o apoio da torcida. E, quando eu falo torcida, não é só no estádio. O Vitória vendia R$ 200 mil em produtos na única loja que tinha e agora vendemos R$ 20 milhões no ano nas sete lojas.

O setor de mercado do Leão sofreu alterações recentes. Como funciona essa nova configuração da diretoria?

R: O Vitória tinha um setor de análise de desempenho muito pequenininho, duas pessoas só com um computador. Investimos e contratamos as melhores plataformas de monitoramento e de desempenho de futebol hoje, temos o que os grandes clubes do mundo tem. Mudamos também a configuração da nossa diretoria de futebol, onde a gente tinha somente a figura do diretor de futebol para fazer tudo. Hoje não mais. Contratamos também Head Scout, que são os coordenadores dos dois departamentos, o de análise de desempenho, com a função de analisar o Vitória e os próximos adversários, e o departamento de mercado, que monitora todas as competições do Brasil e da América do Sul. Você tem um analista que monitora Série C, um com Série B e outro para Série A, além dos três monitorarem jogadores brasileiros que estão fora do país e na América do Sul. Tudo começa no início do ano, as contratações que estão acontecendo não são frutos de agora, mas de um trabalho de um banco de dados independente do treinador. O Vitória tem os dados armazenados dos jogadores e é sempre atualizado.

Com a determinação da Conmebol, o alambrado do Barradão vai precisar ser retirado. Qual o prazo de instalação do novo acrílico e quanto as obras vão custar ao clube?

R: O alambrado vai sair, mas por etapas. Para tirar de uma vez, teria que interditar o estádio. O Barradão tem sido ao longo da história do Vitória um dos principais aliados do clube, então vamos trocar. Inclusive, já pagamos 50% dos alambrados. Vai ser feito por etapas, primeiro fundo do gol, laterais etc. A ideia nossa é ter todo o acrílico colocado até a Sul-Americana. Temos a necessidade também de implementar a iluminação de LED no Barradão e a ideia também é que, no primeiro semestre, a gente possa trocar. São dois custos altos, o alambrado vai custar mais de R$ 1 milhão e a iluminação com a estrutura toda vai custar mais de R$ 3 milhões. Estamos estudando a mesma plataforma que o Corinthians usou para fazer o pagamento da sua dívida, que é imensamente maior do que a nossa na Caixa Econômica Federal. A gente vai fazer e também esperar a contribuição do torcedor para nos ajudar nessas reformas tão necessárias.

Reformas estão sendo realizadas neste momento para a troca do gramado do Barradão. A ideia do Vitória é voltar com o escudo do clube ao lado do campo?

R: Estamos trocando 40% da grama do Barradão, porque nós temos a grama que foi implementada desde a Copa do Mundo e, por falta de manutenção nesses longos anos que passaram, essa grama foi sendo comprometida pela grama Esmeralda, que é uma predadora. Compramos uma de São Paulo para substituir tudo que não é a original do Brasil como um todo. Quando terminar, o campo do Barradão vai voltar a ser no mesmo local onde era antes, vamos puxar quatro metros para os prédios da administração e, nesse espaço, que vai abrir, temos a ideia de voltar a construir o escudo do Vitória que toda a torcida pedia e era uma marca do estádio.

Com uma possível não reeleição, existe algum projeto que o presidente acredite que não será possível entregar no tempo restante do mandato?

R: O ginásio e o museu são dois projetos que eu tenho, mas acho que eu não vou conseguir fazer em mais um ano, não depende só do Vitória. Temos a área do ginásio definida, o projeto está quase pronto e precisamos de recursos federais para fazer. Conversamos com o Governo, com os parlamentares e a ideia é buscar emendas para a construção. O museu é uma coisa importantíssima que o Vitória precisa com urgência ter. Também já concluímos o projeto e estamos buscando o financiamento da obra, através da Lei de Incentivo à Cultura. O museu vai ficar dentro da área da Academia do Leão. São projetos que vamos trabalhar muito para deixar prontos e bem encaminhados se assim eu resolver não ser candidato à reeleição.