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Alan Pinheiro
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 18:21
Em alta pela participação no Big Brother Brasil, o ex-ginasta Diego Hypolito teve uma carreira de conquistas, mas também de traumas adquiridos por práticas violentas. O medalhista olímpico relembrou durante participação no reality show da Globo uma das práticas de sufocamento ao qual foi submetido na infância por um ex-treinador.
Durante a primeira Prova do Anjo, Diego Hypolito demonstrou sinais evidentes de desconforto ao ficar num cubículo e ser içado pela "garra humana", mecanismo usado no desafio. O atleta revelou que sua fobia de lugares fechados tem raízes em um trauma vivido na infância, por uma prática conhecida como "caixão da morte", realizada durante sua formação esportiva.
A prática consistia em colocar alguém em um objeto semelhante a um caixão enquanto outros atletas sentavam em cima para impedir sua saída. Em algumas ocasiões, magnésio era assoprado no interior, intensificando o desconforto. Ele relatou que a prática era aprovada pelos treinadores e funcionava como uma espécie de castigo ou ritual para os atletas mais jovens.
Ele também foi forçado a ficar nu e escrever gay no peito, quanto tinha cerca de 12 anos. As revelações sobre os episódios de violência e abusos foram escritas pelo ginasta na biografia "Não Existe História sem Sacrifício". Diego também foi um dos ginastas que depôs contra o ex-treinador da seleção brasileira masculina de ginástica Fernando de Carvalho Lopes.
Apesar de ter convivido já adulto com Fernando, Diego lamentou a postura do profissional e relembrou sua trajetória. "Foram menos de dois anos, e eu já era adulto. Então, eu não vivenciei isso que as crianças viveram. (...) É uma pena, muito absurdo que isso tenha acontecido", disse em entrevista ao portal ge.com.
"Eles me faziam ficar pelado, e pegar com o ânus uma pilha colocando uma pasta de dente em cima e a questão da humilhação. E, neste dia, quando aconteceu isso, eu tive ataque epilético e, depois, por ter tido o ataque epilético, eu não consegui fazer a prova toda (...) Depois a gente tinha de colocar ainda com o ânus, não podia ajudar com a mão, você tinha de se agachar, pegar a pilha com o ânus e depois deixar dentro de um tênis, num buraquinho de um tênis. E, depois, (...) se a pilha caísse fora, você tinha de voltar e fazer a prova de novo. Eu fiquei muito nervoso com a situação acontecendo, me deu desespero", relatou Hypolito em 2018.