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Alan Pinheiro
Publicado em 19 de setembro de 2024 às 05:00
Nas últimas temporadas, dezenas de jogadores passaram pelo gramado do Barradão e deixaram suas marcas na memória do torcedor rubro-negro. Entre lembranças afetivas e a impressão do presente, Matheuzinho cada vez mais se destaca vestindo a camisa do Vitória. O meio-campista alcançou números em 2024 que só são superados por um ídolo do clube, há 16 anos.
A ausência do camisa 30 do Leão na partida contra o Vasco foi sentida pela importância do jogador para o time. Já contra o Atlético-GO, Matheuzinho retornou como titular e marcou um gol, mostrando porque briga para carregar o título de protagonista da equipe no Campeonato Brasileiro. O atleta soma quatro gols e quatro assistências em 23 aparições na primeira divisão nacional, números incomuns para um meio-campista do clube baiano nesta competição.
Entre todos os jogadores da posição que atuaram na Série A pelo Vitória no atual formato da competição, apenas Ramon Menezes, em 2008, tem índices melhores que o atual camisa 30, com cinco gols e quatro assistências. Apesar de ocupar a segunda posição, Matheuzinho ainda tem 12 jogos para chegar ao topo dessa lista. A próxima chance será neste sábado, no Barradão, diante do Juventude. A bola rola a partir das 16h, pela 27ª rodada do Brasileirão. Na temporada como um todo, Matheuzinho tem cinco gols e oito assistências.
De volta após lesão, o meia entrou em campo contra o Atlético-GO em uma função com mais presença pela faixa central do campo, onde costuma render melhor. Antes, passou grande parte do tempo na Série A atuando pela direita. A mudança de posicionamento foi explicada pelo técnico Thiago Carpini em entrevista coletiva após o fim do duelo.
“Matheuzinho treinou a semana toda fazendo a função onde enxergo ele nesse momento. Não uma função de ponta, de fora para dentro, comportamentos que a gente obrigava sem a bola. Ele se mostrou recuperado e querendo ajudar. Tem identificação. A gente ressalta a participação, gol, o jogo que fez”, pontuou o comandante rubro-negro.
As oito participações diretas na Série A deixam o camisa 30 à frente de nomes como Renato Cajá (com 7), Escudero (6) e Luís Cáceres (5), em 2013, além de Yago Felipe (5) e Cleiton Xavier (4), em 2017. Mas o feito alcançado por Matheuzinho, além de coroar o bom momento do jogador, expõe a baixa participação em gols de meio-campistas do Vitória na primeira divisão.
Jean Mota em 2024, Rhayner em 2018, Danilinho e Leandro Domingues em 2017 e Cárdenas em 2016 são alguns dos atletas contratados para ocupar a função que não conseguiram ter a mesma efetividade de Matheuzinho. Destes, inclusive, apenas Danilinho deixou boa impressão na torcida rubro-negra pelo desempenho na reta final do Brasileirão, com um gol e duas assistências em 10 partidas.
O atual camisa 10 do Vitória, inclusive, não entra em campo há mais de um mês, quando jogou o clássico Ba-Vi no dia 11 de agosto. Com 15 duelos disputados no Campeonato Brasileiro, Jean Mota tem apenas um gol marcado na competição, e começou como titular somente em três compromissos, em cenários onde havia a indisponibilidade de outro meio-campista ou quando Matheuzinho tinha sido poupado por opção de Thiago Carpini.
Em coletiva, o técnico do Leão comentou sobre a falta de oportunidade para o camisa 10. Segundo ele, nenhum jogador está descartado. “Todos estão trabalhando muito e buscando oportunidades. A opção é também pelo que a gente vê do adversário, tentar encontrar os espaços e alternativas dentro do jogo onde a gente pode ser mais eficiente. (...) Acho que não era um jogo para o Jean Mota”, disse Carpini após a derrota para o Vasco.
Após marcar o seu primeiro gol contra o Red Bull Bragantino, o próprio jogador reconheceu o baixo desempenho com a camisa do Vitória. “Cheguei um pouco abaixo e sabia que precisava melhorar. Havia uma expectativa sobre mim para dar esse resultado. Eu tenho buscado ser melhor”, afirmou.