Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2023 às 16:54
A polêmica envolvendo Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), ganhou um novo capítulo - e uma nova personagem - nesta segunda-feira (28). A mãe do dirigente resolveu se trancar em uma igreja e anunciou uma greve de fome. Segundo Ángeles Béjar, a ação é um protesto contra a "perseguição" que, segundo ela, seu filho vem sofrendo nos últimos dias.
Rubiales beijou a atacante Jenni Hermoso na boca, sem o consentimento da jogadora, durante a cerimônia de premiação na final da Copa do Mundo Feminina, há pouco mais de uma semana. A Espanha conquistou o título inédito, superando a Inglaterra na decisão.
De acordo com a imprensa local, Béjar participou de uma missa pela manhã e, ao final, quando o padre saiu, ficou na igreja, localizada em Motril, uma pequena cidade na região da Andaluzia, no extremo sul da Espanha. Segundo uma prima de Rubiales, Vanessa Ruiz Béjar, a greve de fome de Ángeles durará até que Jenni Hermoso "diga a verdade" e "mantenha a versão que teve no início dos acontecimentos".
"Ela chora sem parar, nós estamos sendo perseguidos nas nossas casas. Só queremos que a Jenni (Hermoso) fale a verdade", falou Vanessa. Um médico e um policial chegaram a entrar na igreja para checar o estado de Ángeles.
Guerra de versões
Desde o início da polêmica, Luis Rubiales alegou que o beijo foi consentido e rechaçou renunciar à presidência. Ele afirmou que havia pedido a Hermoso para lhe dar um selinho em meio aos festejos dentro de campo. Mas, em uma transmissão ao vivo feita em suas redes sociais logo após o jogo, a jogadora disse: "não gostei (do gesto)".
No dia seguinte, a Federação Espanhola de Futebol divulgou uma nota na qual a atacante teria dito que o beijo foi um gesto entre amigos consentido. O comunicado, porém, não foi compartilhado por Hermoso. A atleta então rebateu e, em texto divulgado pelo sindicato FutPro, afirmou que não deu permissão para o beijo.
Na mesma nota, as jogadoras espanholas anunciaram que não vão defender a seleção da Espanha "se continuarem os atuais dirigentes".
No sábado (26), a federação publicou um comunicado afirmando que a atleta mentiu e ameaçou que, "diante da gravidade da nota à imprensa do sindicato FutPro, vai iniciar as correspondentes ações legais". No mesmo dia, porém, o presidente da RFEF foi suspenso provisoriamente pelo Comitê Disciplinar da Fifa, enquanto o caso é julgado por um tribunal esportivo da Espanha, a pedido do governo espanhol.
Rubiales está impedido de participar de atividades relacionadas ao futebol tanto em âmbito nacional quanto internacional, por um período inicial de 90 dias. Além disso, ele não deve contatar ou tentar contatar Hermoso ou seu entorno nem de forma direta nem via terceiros. O mesmo bloqueio foi imposto à federação espanhola e a seus dirigentes e empregados.
Já nesta segunda-feira (28), o Ministério Público espanhol abriu diligências para investigar o caso. Em nota, a Promotoria disse ver "indícios" de agressão sexual no comportamento do presidente da RFEF.