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Marina Branco
Publicado em 15 de abril de 2025 às 16:03
Reencontrar um ex, geralmente, não traz sensações boas. Seja por relembrar tudo que viveu com aquela pessoa, por saudade ou mágoa, a volta de personagens que um dia nos pertenceram e fizeram feliz costuma machucar - e é exatamente isso que o Bahia vem experimentando no Brasileirão.>
Ainda sem vencer na competição, o tricolor empatou com Corinthians, Santos e Mirassol, e se prepara para encarar o Cruzeiro na próxima quinta-feira (17). Mas, entre os muitos empates, um fator chama a atenção: gols marcados no Bahia nos últimos dois jogos foram feitos por jogadores que já passaram pelo clube tricolor. >
Contra o Santos, aos quatro minutos do segundo tempo, Thaciano aproveitou uma sobra de bola para mandar direto no gol de Ronaldo. Enquanto o técnico do Peixe, Caixinha, ia à loucura comemorando em direção à torcida que o xingou, o autor do gol escolheu não comemorar a rede balançada. O motivo é muito simples - até o ano passado, Thaciano defendia o Bahia.>
No dia 13 de janeiro de 2025, a contratação de Thaciano foi anunciada pelo Santos até dezembro de 2028. O meia já havia jogado no alvinegro por empréstimo ao Santos B entre 2016 e 2017, fazendo até mesmo um jogo no principal. No Bahia, foi emprestado em 2021, fazendo 26 jogos e cinco gols no ano, e contratado entre 2023 e 2024, período em que disputou 95 jogos e fez 21 gols. Um deles, mais que especial.>
Thaciano ficou para sempre marcado na história do tricolor ao marcar o gol de número dez mil do clube em março do ano passado, contra o Caxias, no mesmo ano em que foi artilheiro do time, com 15 gols marcados. No Bahia, ele aparece no top 3 meio-campistas com mais gols neste século, sendo um deles um dos que garantiu o clube na tão sonhada Libertadores após 35 anos, em um jogo contra o Atlético-GO.>
Depois de, pela primeira vez, não comemorar um gol marcado por Thaciano, a torcida tricolor precisou reviver a mesma angústia contra o Mirassol, com o gol de Gabriel. Abrindo o placar batendo no travessão e mandando no gol, o também ex-Bahia optou por não comemorar, assim como Thaciano, em respeito ao clube que o formou. >
Gabriel veio da base do Bahia, mas o Esquadrão já corria em seu sangue desde muito antes. Neto de Flávio, Campeão Brasileiro de 1959 com o tricolor, Gabriel jogou na base e no profissional, e teve contrato com o clube até 2015. Em 2012, se tornou titular absoluto e venceu o Baianão como craque do campeonato, melhor meia direita e líder em assistências, com 18 no total.>
Agora, vem o Cruzeiro pela frente, e com ele o medo de chorar novamente pelo gol de um ex-jogador. No entanto, sem nenhum ex do outro lado, talvez seja a vez do Bahia torcer para que a lei atue em campo, e os jogadores tricolores que já passaram pela Raposa marquem a favor do Esquadrão.>
O primeiro e mais importante deles não poderia ser outro: Everton Ribeiro, capitão da equipe tricolor, que jogou no Cruzeiro de 2013 a 2015. Por lá, se tornou ídolo ao conquistar o bicampeonato brasileiro em 2013 e 2014, sendo eleito melhor jogador do campeonato em ambos os anos, e fazer 23 gols em 108 jogos.>
Além do capitão, o técnico da equipe do Bahia também é um velho conhecido da Raposa. Em 2019, ano em que o Cruzeiro caiu para a Série B, Rogério Ceni estava à frente do clube, mas saiu em pouco tempo por polêmicas com os jogadores.>
Os dois times se encontram no Mineirão, nesta quinta-feira (17), às 21h30, em um confronto que vale o primeiro triunfo do Bahia no Brasileirão, com o Esquadrão buscando se colocar em campo no Brasileirão com a mesma força que se colocou na Libertadores, quando venceu o Nacional do Uruguai por 1 a 0. >
Há doze jogos sem perder, o Bahia ocupa a décima quarta colocação na tabela, com três pontos, frente a quatro do Cruzeiro em décimo segundo lugar. Para o clube mineiro, foi um triunfo, uma derrota e um empate até aqui, contra Mirassol, Internacional e São Paulo, respectivamente.>