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Marina Branco
Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 15:15
Desde a última sexta-feira (4), as notícias sobre o caso do meia Rodrigo Garro circulam no mundo da bola. O tempo até a resolução da situação deve se estender ainda mais, após declarações dadas pelo promotor responsável pelo processo.
O promotor Francisco Cuenca está avaliando a culpabilidade do jogador do Corinthians no acidente em que esteve envolvido com um motociclista por volta das cinco da manhã do dia do seu aniversário, em 4 de janeiro. Representante do Ministério Público de La Pampa, ele deu uma entrevista ao portal brasileiro Globo Esporte, revelando os próximos passos do inquérito.
O principal motivo do atraso está relacionado ao recesso jurídico, que postergará o julgamento apropriado do caso. “Nesse momento estamos em recesso, então se espera que a partir de fevereiro essas perícias serão realizadas com mais profundidade. Normalmente não temos processos muito longos, creio que em dois ou três meses a situação estará resolvida”, especulou.
Até lá, Garro pode sair da Argentina, onde estava passando férias quando se envolveu no acidente, para disputar jogos com seu clube. Na noite de hoje (6), ele já retornará a São Paulo para se apresentar com o Corinthians amanhã.
Julgado pela Justiça Argentina, ele não chegou a ser preso, e se apresentou na delegacia com prontidão após o acidente. “O Ministério Público entende que não há riscos processuais, por isso não se pôs nenhuma medida coercitiva como prisão preventiva ou proibição de sair do país, porque ele sempre respondeu a todos os chamados da Justiça”, disse Cuenca.
A gravidade da situação se dá pela morte do motociclista, identificado como um homem de 30 anos chamado Nicolás Chiaraviglio. Dirigindo a moto sem capacete, ele chocou com o carro que Garro dirigia.
De acordo com a justiça do meia, o motociclista estava, ainda, de farois apagados, o que até então não foi confirmado, aguardando os resultados da perícia. “Temos que analisar bem as câmeras do local, algumas são particulares e outras são da polícia. Temos que fazer perícias nos veículos, na moto e caminhonete e ainda ouvir algumas testemunhas”, contou o promotor.
“A investigação fará uma perícia completa do local do acidente, analisar a velocidade dos veículos, o impacto. E também se analisará se a pessoa, que infelizmente perdeu a vida, havia consumido algo. Faremos um exame toxicológico”, completou.
A hipótese de ingestão de substâncias sob as quais não se deve dirigir também foi levantada em relação a Garro, que fez um exame e identificou presença de álcool em seu sangue. Contudo, a quantidade indicada pelo teste etilômetro foi de apenas 0,54g, o que não configura quebra da lei argentina, que proíbe a direção para motoristas que testem acima de 1g.
A investigação teve início, efetivamente, no domingo (5), quando um juiz foi designado e o atleta foi oficialmente indiciado por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. Assim, foi enquadrado no artigo 84 do código penal, relacionado a condução imprudente e negligente de veículo automotor.
Até então, a punição destinada a Garro foi apenas a suspensão de sua habilitação.