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Alan Pinheiro
Publicado em 16 de setembro de 2024 às 20:59
O jogador Osvaldo, do Vitória, deu entrada na UTI de um hospital de Salvador nesta segunda-feira (16) com quadro de tromboembolia pulmonar. Em nota, o clube diz que o atleta de 37 anos segue em observação. Ainda não há informações sobre uma previsão de alta.
De acordo com o rubro-negro, o jogador apresentou um incômodo no tórax durante a viagem de volta para Salvador - após o jogo contra o Atlético-GO -, o que motivou a realização de exames de imagem e condutas imediatas.
A reportagem tentou contato com médicos do Vitória, mas recebeu a resposta de que o clube proibiu declarações do departamento médico para a imprensa e de que o assunto só poderia ser tratado com a assessoria de imprensa. A ascom, por sua vez, não confirmou informações além do pronunciamento divulgado nas redes sociais.
Osvaldo foi poupado pelo técnico Thiago Carpini da partida contra o Atlético-GO. Em coletiva no fim da partida, o treinador comentou sobre a ausência do atleta durante a semana. “Ele sentiu desconforto no tornozelo, entorse, no início da semana, treinou na véspera, conseguiu suportar em alguns momentos e pôde estar conosco aqui”, disse.
Em uma rede social, Osvaldo fez uma postagem agradecendo a Deus pelo cuidado. Mais tarde, o atacante voltou para tranquilizar os torcedores. “Agradecer todo o departamento médico do clube por ser ágil na minha internação, estou na UTI em observação já com o cuidado médico”, disse. Osvaldo deu ainda detalhes sobre o ocorrido. “Esse problema aconteceu por causa de uma pancada que eu havia sofrido na perna, o edema acabou gerando um coágulo que se deslocou, mas graças a Deus foi detectado a tempo”.
Segundo explica o médico cardiologista Marcelo Vieira, o jogador teve um caso de tromboembolia pulmonar, que é quando um coágulo (trombo) se desprende e chega ao pulmão através da corrente sanguínea. Quando o coágulo se desprende, ele é chamado de êmbolo. “Se for um trombo muito grande, vai ocluir vasos grandes do pulmão e o paciente pode ter até uma morte súbita. Se for menor, pode ter um quadro de falta de ar. A angiotomografia descobre qual é o vaso pequeno que esse trombo foi e já trata. E o tratamento é anticoagulação”, explicou.
No caso de Osvaldo, o médico diz que é preciso investigar se ele não tem nenhuma doença genética ou algum distúrbio que possa ter favorecido o aparecimento do coágulo. A viagem de ida e volta para o duelo contra o Atlético-GO também pode ser um fator que aumentou o risco de tromboembolia pulmonar. No entanto, o profissional enfatiza que é preciso haver uma investigação.
Prevenção
A internação do jogador do Leão aconteceu justamente na data em que é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose (16 de setembro). O objetivo é promover a prevenção, incentivando a busca por informações, o diagnóstico precoce e a adoção de hábitos saudáveis, fundamentais para reduzir o risco da doença. Entre os sintomas mais comuns estão: inchaço súbito, dor muscular e alteração da cor da pele em uma das pernas. Embora seja uma doença grave, os sinais podem ser sutis ou até inexistentes, o que pode dificultar o diagnóstico precoce.
Hábitos simples do dia a dia podem contribuir para a redução dos riscos de trombose. Manter o peso sob controle, praticar atividades físicas leves e garantir uma boa hidratação são algumas das orientações que ajudam a minimizar a chance de desenvolver a doença.
Contudo, é importante destacar que muitos casos de trombose também estão associados a fatores como doenças pré-existentes e imobilização prolongada.
O médico cardiologista Marcelo Vieira explica que viagens de longas distâncias podem favorecer o aparecimento de trombos pelo tempo parado. “Quando a gente fica muito tempo parado, sentado, as pernas geralmente dobradas na parte do joelho comprimem as veias, então você dá uma estagnada no sangue. Diminui o fluxo e o sangue fica mais parado nessa região, o que favorece a formação do coágulo. Da perna, o trombo pode se desprender e voltar para o coração com todo sangue venoso, através das veias. Ele vai seguindo o fluxo do sangue até chegar no coração direito e ir para artéria pulmonar”, explica o profissional.