‘Já entendi o que posso tirar de cada um’, diz Carpini após segunda vitória na Série A

O técnico do Leão também comentou sobre a mudança de função de Willian Oliveira

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  • Alan Pinheiro

Publicado em 20 de junho de 2024 às 22:24

Vitória venceu o Atlético-MG por 4x2 no Barradão
Vitória venceu o Atlético-MG por 4x2 no Barradão Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Após vencer o Atlético-MG por 4x2, o Vitória ampliou a invencibilidade para quatro jogos e já se encontra fora da zona de rebaixamento. O desempenho da equipe foi comemorado pelo técnico Thiago Carpini, que falou sobre os desafios de lidar com o elenco no início de sua passagem pelo Leão.

“Eu acho que encontrei uma maneira de criar vínculos. Hoje temos uma unidade bacana e eu já entendi o que posso tirar de cada um. O controle do ambiente foi importante para mim e o início foi desafiador. Foi preciso colocar limites nesse processo. É preciso se reinventar para continuar vencendo e algumas coisas precisavam ser feitas. O problema no futebol só aumenta, então tivemos que resolver os pequenos detalhes. Hoje eu acho que tenho o grupo na mão”, disse.

Em relação à partida disputada pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro, o comandante do Leão comemorou o resultado, mas ressaltou que é preciso manter os pés no chão para que a empolgação contagie o trabalho.

“A gente sabe que não acontece sempre um placar dessa maneira. Não nos permitimos tirar o pé do chão. É uma vitória importante, a gente fica feliz pelo que aconteceu, mas sem euforia porque quando começarmos a perder não vai estar tudo errado. Vamos sofrer e ter dificuldades, assim como sofremos hoje”, ressaltou.

Conhecido por treinar equipes com mais posse de bola, o Vitória de Carpini não vem apresentando essa característica nas últimas partidas. Questionado sobre o estilo de jogo da equipe, o técnico respondeu que precisou se adaptar ao que encontrou no clube. “O desafio do treinador é se adaptar àquilo que tem. Eu estou tentando me adaptar, passando aos atletas o que gosto. Gosto sim de um jogo mais controlado, mas por uma mudança de filosofia isso precisa de mais tempo. Está melhorando, mas ainda muito distante do que considero como o ideal. Precisamos também de mais peças para elevar o elenco”.

“Sentimos fisicamente, o Atlético-MG foi melhor no primeiro tempo. Nem tudo que eu acredito é possível nesse momento. Estou otimista, mas a gente entende nossas limitações. Não tenho mais o Camutanga, o Caio está fora pelo terceiro cartão e o Matheuzinho está muito desgastado. O certo era ele não jogar, mas pelo erro no último jogo, pelo emocional do atleta, ele teve que jogar. Praticamente não treinou na semana e talvez eu precise repensar na próxima partida”, comentou.

Com a vitória por 4x2, a equipe rubro negra chega aos nove pontos na competição, empatado em pontuação com o Criciúma, que possui dois jogos a menos. Atualmente ocupando a 15ª posição, o Vitória agora vai fazer as malas para enfrentar o Red Bull Bragantino no estádio Nabi Abi Chedid. O jogo, válido pela 11ª rodada, acontece neste domingo (23), às 18h30.

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Thiago Carpini:

Desempenho de Willian Oliveira

“Ele é já formado, é talentoso. Tem uma característica física muito boa, uma capacidade de finalizar. Cobro muito que ele pise na área por trás. Ele tem feito gols assim. Cobro isso também dos outros jogadores que fazem essa função. O mérito é dele. Quero que o Léo Naldi faça isso também. Eu já tentei trabalhar com o Willian em outro clube, então conheço ele. Sempre achei que tinha essa característica, já que ele não faz muita força para percorrer grandes distâncias pela passada. Enxergamos essas qualidades nele e, no tripé de meio campo, ele se adaptou melhor a essa função pelas características do atleta”.

Alternativas no elenco

“Eu não tinha muita opção, não tenho um zagueiro destro no banco e não gosto de dois zagueiros canhotos no jogo. O Caio Vinícius tem alguns atributos e características para poder fazer perfeitamente a primeira linha. Descobrimos um novo atleta no elenco. Ele treinou todos esses dias como zagueiro e o Pablo como lateral. Temos que pensar nesses detalhes, olhar para dentro do nosso elenco e encontrar alternativas”.

Volta de Raúl Cáceres

“Feliz pela volta do Raúl e pelo desempenho dele. Ganhamos mais uma opção e resgatamos o Raúl. Precisamos dar carinho para os jogadores. Precisamos que ele evolua mais também. No próximo jogo ele vai ser melhor, mas é preciso de paciência. Primeiramente, precisamos seguir vencendo dentro de campo”.

Ausência de Dudu

“O Dudu é um bom jogador, mas ele agora tem que se adaptar ao elenco e ao Vitória. O Dudu tem que se preocupar em ocupar o espaço dele de novo. O Willian ocupou o espaço e os atletas têm que ocupar os espaços”.

Elenco curto

“Estamos indo para o quinto jogo em sequência. Estamos tentando dar oportunidade a outros atletas, mas fico muito seguro pelo compromisso deles, pela vontade de competir. Vamos enfrentar dificuldades no domingo e vamos precisar ter um pouco de paciência. Não vai ser uma das nossas melhores apresentações.

Aproveitamento dos jovens da base

“O Fábio Soares é jovem, entrou cheio de personalidade. Do meu ponto de vista, a base é pura obrigação formar e formar bem. O Vitória faz isso muito bem. Cabe ao profissional, ao técnico, terminar essa formação jogando e oportunizando. Tive treinadores que achavam que o jogador nunca estava pronto. O atleta só vai se formar jogando, acertando e errando. Se tivesse entrado mal, ia ganhar mais oportunidades. Eu tenho acompanhado três jogadores do Itabuna e quero trazer eles. Dentro do nosso dia-a-dia, o que importa é o merecimento, não tenho problema de colocar. A coragem eu tenho e não abro mão. Porém, precisamos ter cuidado. Nem todo garoto tem condição de jogar no profissional”.