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Ídolo do Corinthians volta para a várzea após depressão e golpe de R$ 50 milhões

Cristian conta que no futebol amador reencontrou a alegria de viver

  • Foto do(a) author(a) Gabriel Rodrigues
  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 20 de março de 2025 às 17:08

Cristin sofreu gol de R$ 50 milhões dos familiares
Cristian sofreu golpe de R$ 50 milhões dos familiares Crédito: Daniel Augusto Júnior/Ag. Corinthians

Ídolo do Corinthians e com passagens por Flamengo e Grêmio, o ex-jogador Cristian, de 41 anos, reencontrou na várzea a alegria de viver. Após sofrer depressão e perder tudo que conquistou na carreira, ele decidiu recomeçar no futebol amador.

Cristian defenderá o Conta Forte, time recém-criado na várzea paulista. Em entrevista ao ge, o volante, que encerrou a carreira profissional em 2021, contou que depois de muito tempo voltou a sentir felicidade em jogar futebol.

"A realidade é que a gente vê esse negócio da depressão como se fosse uma brincadeira. A gente vê muito isso na televisão, muitas coisas... e nunca acha que vai acontecer isso com a gente. Então quando acontece dentro da família ou com a gente mesmo, a gente vê que o negócio é bem sério. E foi o que eu falei para você, não só foi a várzea que me tirou, o processo de todos os sentimentos das coisas que acontecem, de quem é envolvido. E me recuperou muito, me deu autoestima de novo, de voltar, de querer jogar futebol de novo, de querer estar nos campos", explicou ele.

"A gente nunca espera que transforme a gente dessa maneira, mas quando acontece e as coisas acontecem, a gente sabe que às vezes é o caminho de Deus que coloca as coisas assim, nos dá a direção e você fala: "Não, isso não vai acontecer". E acontece. Então ela (a várzea) me deu a felicidade de novo, de voltar a sorrir, de voltar a poder acompanhar os jogos, de poder jogar. Então ela me deu a oportunidade de ser feliz de novo", completou.

Cristian começou a carreira no Paulista e passou por Athletico-PR e Flamengo antes de chegar ao Corinthians, em 2008. O jogador ganhou destaque com a camisa alvinegra e depois anos depois trocou o Brasil pelo Fenerbahçe, da Turquia, onde jogou por cinco temporadas.

Em 2015, o volante voltou para o Corinthians, onde ficou até 2017, quando foi para o Grêmio. Foi nesse momento que ele percebeu que vinha sofrendo um golpe de pessoas do círculo familiar e gerentes de bancos. O problema afetou o psicológico do atleta, que fez apenas cinco jogos no Grêmio. Ele ainda passou por São Caetano, Juventus e Atibaia, mas sem foco, não conseguiu jogar.

O jogador tenta na Justiça recuperar os mais R$ 50 milhões que perdeu, patrimônio acumulado durante toda a carreira.

"Eu ainda jogava quando isso aconteceu, você acaba perdendo a vontade de jogar, porque eu estava no meu auge, no Corinthians, no Grêmio. Mas isso vai se resolver, porque está no processo, os processos estão andando, a gente sabe que as coisas são um pouco demoradas, mas vai se ajeitar e vai colocar no devido lugar, no lugar certo, e as coisas vão rodar", explicou ele, que por questões judiciais, não pode dar muitos detalhes do caso.

"O valor para mim é indiferente. Eu acho que a dor maior é de quem fez. Isso para mim machuca muito mais do que o valor. É um valor bem simbólico, é um valor muito alto. O problema não é o valor, o problema é o constrangimento de tudo o que aconteceu, de quem foi, mas Deus está colocando as coisas no devido lugar e daqui a pouco volta tudo, vai ficar aí para os meus filhos, para os netos. Acho que a maior riqueza da nossa vida é a nossa simplicidade, então, tudo o que aconteceu comigo, ainda consigo ser um cara simples, minha vida sempre foi assim, então não é por causa do dinheiro ou porque fizeram alguma coisa comigo, porque eu perdi a minha identidade, minha simplicidade de ser, continuar a minha vida normal", disse.

Após pendurar as chuteiras, ele voltou para várzea, onde encontrou apoio e pôde e um meio de reduzir o prejuízo financeiro.

"Não é fácil você ver tudo o que você conquistou ir embora assim", diz ele, antes de completar:

"Meio complicado você entender o que realmente aconteceu, porque quando é de fora, você acaba cortando aquela raiz e a pessoa fica para lá e você vive sua vida, mas quando é dentro, você nunca acredita, o mundo fala, mas você nunca acaba acreditando, porque você está ali dentro e você nunca acredita que aquela pessoa vai fazer isso, então foi um baque muito grande. Eu continuo vivendo a minha vida, continuo tendo as minhas coisas, continuo caminhando, mas isso é uma coisa que me deixa muito triste, porque é uma coisa que eu podia estar desfrutando ainda".