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Marina Branco
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 12:53
Os ataques constantes a Vinicius Jr pelo mundo não são novidade para ninguém. Desde os gritos racistas nas arquibancadas espanholas às bandeiras de "pirraça" nas inglesas, o brasileiro é constantemente criticado pelos mais diversos motivos e torcedores. >
Na onda de comentários sobre o craque que surgiu nesta semana devido ao jogo do Real Madrid contra o Manchester City pela Champions League, uma página brasileira em específico recebeu ataques relacionados a Vini. Em comentários que começaram a surgir no último domingo (9), internautas estrangeiros encheram a página da Torcida LGBTricolor no Instagram, conta voltada para a torcida lgbtqiap+ do Bahia.>
Os ataques se concentraram em uma postagem de Vini segurando a camisa da LGBTricolor, que une a bandeira LGBT+ ao escudo do Bahia. A fotografia foi tirada no treino da Seleção Brasileira no Barradão, em novembro do ano passado. >
Nos comentários, ataques escritos, em maioria, na língua uzbeque, falada no Uzbequistão, chamavam o jogador e o Real Madrid, clube onde Vini joga, de "gays", em tom pejorativo. Com emojis mostrando o dedo do meio, os internautas encheram a seção da frase "Gey Madrid".>
Comentários como "Mentalidade de Vini: Racismo ?♂️ LGBTQ ?♂️" encheram os comentários, e outros foram direcionados ao direct da página. Expostas em um tweet/X do fundador da LGBTricolor e da Canarinhos LGBT, Onã Rudá, as mensagens diziam coisas como "Vai Corinthians, aqui é hétero", e outros áudios repetiam a palavra "gay" incessantemente.>
Até mesmo uma mensagem de uma conta intitulada "contra LGBT" com o usuário "odeio trans" foi enviada, chamando a página de "exótica" e perguntando se poderia "comer a bunda" da LGBTricolor. Muitos ataques também foram feitos em menções nos stories, com reposts da foto de Vini com a camisa.>
"A página da LGBTricolor está sofrendo mais um ataque no Instagram. O curioso é que dessa vez os ataques são feitos por estrangeiros, comentando e copartilhando massivamente a foto do Vini Jr com nossa camisa. Filmei a tela com uma parte desses ataques, que viagem!", publicou Onã.>
Ao CORREIO*, Onã afirmou que os ataques são comuns, mas se destacam pela língua inusitada. "Não é uma coisa incomum a nossa página sofrer ataques. Quase todo dia a gente recebe um comentário, uma mensagem, tanto nacional, de torcedores de outros clubes do Brasil, quanto internacional. Como a página é verificada já há alguns anos pela meta e o nome é LGBT, em qualquer lugar do mundo, se você escrever LGBT, a LGBTricolor vai aparecer. Não é bacana, mas a gente recebe muitas mensagens, inclusive de fora, de outros países", comentou.>
Segundo ele, os ataques pareciam coordenados, e duraram cerca de 36 horas em fluxo constante, começando a diminuir na madrugada da última terça-feira (11). "Eu até filmei algumas mensagens que a gente recebeu porque a gente recebe muita coisa. A gente apaga mesmo, a gente não é obrigado a deixar lá. Mas algumas coisas eu deixei lá para poder fazer aquele vídeo que eu postei na internet, para o pessoal ver. É muita coisa, é um processo bem difícil", contou.>
"A página da Canarias também não é muito diferente. Mas como a LGBTricolor acaba tendo esse destaque todo pela história que tem, acaba sendo o alvo preferido desses haters de internet", finalizou.>