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Alan Pinheiro
Publicado em 31 de dezembro de 2024 às 03:00
O torcedor do Vitória que ainda não cumpriu as suas promessas pode adiantar o processo para que a próxima temporada seja ainda melhor em relação ao ano de 2024. Apesar da luta contra o rebaixamento durante grande parte da Série A do Campeonato Brasileiro, o rubro-negro se despede com título e classificação para a Copa Sul-Americana.
O ano do Vitória começou da melhor forma possível. De volta à Série A após cinco temporadas fora da elite do futebol brasileiro e ainda embalado pela conquista da segunda divisão, primeiro título nacional de sua história, o Leão traçou um planejamento priorizando o Campeonato Baiano. A ideia era conquistar um título no ano para reafirmar o Vitória após temporadas de insucesso e instabilidade política dentro do clube.
Nesse contexto, o rubro-negro chegou a jogar com reservas na Copa do Nordeste e foi eliminado da competição, não chegando nem a passar da fase de grupos. O objetivo, no entanto, estava traçado e foi cumprido. Venceu o rival Bahia dentro do Barradão virando o placar aos 94 minutos e ergueu o troféu da competição dentro da Arena Fonte Nova depois de empatar no tempo regulamentar.
Base da equipe campeã da Série B mantida, treinador na melhor fase de sua carreira e recém campeão estadual. Foi assim que o Vitória voltou à Série A. A estreia, no Barradão, aconteceu contra o até então campeão da competição, o Palmeiras. Dentro de campo, o Leão foi superado por 1x0 e perdeu os dez meses de invencibilidade em casa.
O revés foi o primeiro de uma sequência com apenas um ponto conquistado em 15 disputados. O desempenho nas primeiras rodadas custou o cargo de Léo Condé, que foi rapidamente substituído por Thiago Carpini. O novo treinador chegou ao Vitória botando ordem na casa, já que expôs os bastidores conturbados da equipe e afastou jogadores que considerou prejudiciais ao ambiente.
Nesse contexto, Mateus Gonçalves, Rodrigo Andrade e Dudu perderam espaço dentro do clube. Os volantes, inclusive, estiveram envolvidos em um episódio de agressão cometido por integrantes de uma das torcidas organizadas do Vitória contra os jogadores, o que marcou o fim da passagem de ambos pela Toca do Leão.
A volta de Carpini a Salvador foi a primeira das decisões que culminou na permanência do Vitória na primeira divisão. O treinador entendeu a missão e deixou claro que o objetivo seria recuperar a moral da equipe e escapar da degola ao final da competição. Em 61 jogos no ano, foram 26 vitórias, 23 derrotas e 12 empates do Leão, com 49% de aproveitamento conquistado por meio de 82 gols marcados e 71 sofridos.
A estratégia montada pelo comandante rubro-negro teve como primeiro passo “estancar” a defesa da equipe, que tomava muitos gols. Foram 11 tentos sofridos com Léo Condé na Série A, média de 2,2 por partida. Para isso, o técnico modificou o esquema da equipe e o Vitória passou a jogar com três volantes, o que ofereceu mais estabilidade defensiva. A mudança surtiu efeito e o time conseguiu somar mais 14 pontos no primeiro turno.
Com o início do returno, novas contratações chegaram e o Vitória embalou de vez na competição. Com 32 pontos conquistados, o rubro-negro teve a sétima melhor campanha dos últimos 19 jogos do Brasileirão e conseguiu se livrar do rebaixamento na antepenúltima rodada. No jogo seguinte, empatou com o Grêmio no Barradão e garantiu classificação para a Copa Sul-Americana, competição internacional que não disputava desde 2016.
Em sua última entrevista coletiva na temporada, Carpini relembrou as dificuldades enfrentadas pelo Vitória e projetou um 2025 com mais segurança. “Foram muitas oportunidades de aprendizado, erros e acertos. Nós não podemos cometer alguns erros que aconteceram nesse processo, vamos cometer outros erros, mas que não se repitam. O que o Vitória fez em 2024 é uma coisa muito rara, principalmente em pontos corridos”, disse.
“Se cometermos os mesmos erros ano que vem, pode ser que a conta saia mais cara. Espero que a gente tenha mais planejamento e organização dentro do processo. Conheço bem o elenco, sei o que faltou. Poderemos ter um caminho traçado para 2025”, finalizou.