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Alan Pinheiro
Publicado em 18 de novembro de 2024 às 19:39
Após a eliminação na última Copa do Mundo, três nomes passaram pelo comando técnico da seleção brasileira: Ramon Menezes, Fernando Diniz e Dorival Júnior, o atual comandante da Amarelinha. Nesta terça-feira (19), o treinador completa a sua 14ª partida sob o comando do Brasil contra o Uruguai, na Arena Fonte Nova. Apesar de reconhecer uma melhora no desempenho coletivo, Dorival admitiu que ainda não está satisfeito.
Tendo assumido o comando da seleção brasileira em março deste ano, o trabalho do treinador começou com bons resultados contra Inglaterra e Espanha, o que gerou expectativas acerca do novo ciclo. Durante o ano, houve ainda tempo para que o Brasil fosse eliminado na Copa América. A eliminação, junto ao rendimento abaixo dentro de campo, foi o chamariz para o trabalho ser inundado de críticas.
Olhando em retrospectiva para a temporada, Dorival explicou que a seleção vive um período de renovação, já que está sendo feita uma transição para novos jogadores assumirem o protagonismo, como Vinícius Júnior e Raphinha. Mesmo reconhecendo o cenário encontrado, o treinador admitiu que sabia o que iria encontrar.
“Não é um trabalho simples. Tivemos uma geração que acabou sendo finalizada com a Copa do Mundo e perdemos jogadores importantes. O início foi promissor, a Copa América foi uma competição diferente, uma série de fatores explicam. É um processo de recuperação que vem acontecendo, mas acredito que a equipe evoluiu muito tanto técnica quanto coletivamente. Os resultados ainda precisam ser melhores e eu reconheço isso. Feliz eu não estou, ainda poderíamos estar bem melhores”, iniciou.
Até a disputa da próxima Copa do Mundo, em 2026, o Brasil ainda vai contar com ao menos 13 jogos no ciclo. Assim, a partida contra o Uruguai marca a metade do atual ciclo. Falta de treinamento, poucos jogos e cortes por lesões foram elencados pelo treinador para explicar a demora em engatar o seu ritmo no futebol praticado pela Amarelinha. No entanto, o ex-treinador do São Paulo afirmou que o time estará coletivamente preparado para o principal torneio.
Para exemplificar, Dorival comentou sobre a seleção brasileira de 1982. Inclusive, aproveitando a presença do ex-lateral esquerdo Júnior na sala de imprensa da Fonte Nova. “Jogava de forma muito constante. Além de todos os craques que tinha, jogavam um amistoso a cada mês. Criou-se então um padrão”, disse.
Entre os onze que vão iniciar contra os uruguaios, dois brasileiros estão nos holofotes pela regularidade na temporada. Vestidos com as camisas sete e 10, Vini Jr. e Raphinha são as atuais referências técnicas dentro da equipe. Se o jogador do Real Madrid terminou em segundo na corrida pela Bola de Ouro, o meia-atacante do Barcelona vive grande fase, sendo um dos principais nomes deste início de temporada da equipe treinada por Hansi Flick.
Apesar do alto rendimento mostrado em clubes, apenas Raphinha está conseguindo chamar a responsabilidade com a camisa amarela. Nas palavras de Dorival, Vinícius ainda está amadurecendo e ainda precisa passar por etapas para se tornar sua melhor versão. O treinador ainda fez questão de ressaltar as diferenças entre jogar no clube espanhol e representar a seleção brasileira.
“Todas as equipes são diferentes coletivamente. Cada jogador tem uma forma de jogar dentro de seus clubes. Outros jogadores foram cobrados nessa forma, de apresentar um rendimento maior. O que eu mais cobro é o desempenho coletivo. Individualmente, depende dele”, deu o recado.
Contra a Venezuela, Vinícius Júnior até começou bem, assim como todo o time titular do Brasil. No entanto, ao decorrer do jogo, o desempenho da seleção foi diminuindo. A queda do desempenho foi "coroada" com o pênalti perdido pelo camisa sete, que também não conseguiu aproveitar o rebote. Caso surja uma nova oportunidade, Dorival revelou que Raphinha será o responsável pela cobrança.