Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Alan Pinheiro
Publicado em 2 de junho de 2024 às 17:59
Após a pausa no Brasileirão por conta da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, o torcedor do Esquadrão matou a saudade de ver o time jogar na tarde deste domingo (2), quando o Bahia foi até Belo Horizonte para enfrentar o Atlético-MG. O bom desempenho e a solidez defensiva do Tricolor de Aço não se abalaram depois de Hulk abrir o placar para os mineiros, já que não demorou muito para Ademir empatar a partida.
Com o resultado, o Bahia chega aos 14 pontos e ocupa a vice liderança do campeonato, atrás do líder Flamengo. Apenas o Athletico-PR poderia roubar a colocação do Esquadrão, mas a equipe do Paraná perdeu para o Fortaleza por 1x0. Agora, o tricolor voltará os holofotes para o próximo compromisso do time, que vai acontecer no próximo dia 13. O tempo de preparação vai servir para o time ajustar detalhes e estar pronto para receber o Fortaleza, às 21h30, na Arena Fonte Nova.
Equilíbrio
Em relação ao empate contra o CRB que terminou na eliminação do Bahia da Copa do Nordeste, o técnico Rogério Ceni manteve a base dos últimos jogos. A única alteração no onze inicial foi a entrada do centroavante Everaldo no lugar de Rafael Ratão. Do outro lado, o argentino Gabriel Milito promoveu três mudanças em relação a partida disputada pela Libertadores no meio de semana. Paulinho voltou a iniciar o jogo entre os titulares, assim como os gringos Alan Franco e Renzo Saravia.
Quando o árbitro apitou o início de jogo, foi o Bahia quem chegou primeiro à área adversária, com uma triângulação pelo lado esquerdo do campo que terminou com a cabeçada de Everaldo logo no primeiro minuto de jogo. Dono da casa, o Atlético-MG não se abalou e também se lançou ao ataque. Sem a bola, os mineiros fizeram uma pressão alta, incomodando a saída de bola do Bahia. Já com a posse do jogo, a equipe de Gabriel Milito construía suas jogadas pela velocidade dos alas, a partir de inversões no lado de campo. Quem se destacou nessa estratégia foi Gustavo Scarpa, que foi acionado diversas vezes.
A pressão sofrida impedia que o Esquadrão tivesse liberdade para construir pela faixa central do campo, já que o rival tinha um meio de campo "inchado". Se pelo meio não dava, o Bahia foi forçado a abaixar as linhas e apostar nos contra-ataques. O problema, no entanto, era a insistência de centralizar o jogo. Mesmo essa sendo a principal característica do time, o Galo mostrou intensidade para impedir o visitante de jogar. Por outro lado, o próprio Bahia mostrou uma solidez defensiva, interceptando as jogadas dos mineiros.
A crescente no ímpeto ofensivo do Bahia teve horário marcado para começar, pois quando o relógio bateu 23 minutos, foi o Tricolor de Aço quem conseguiu chegar mais perto de abrir o placar. No lance, Éverton Riberio recebeu na linha de fundo e achou Thaciano sozinho dentro da área, que finalizou com um "sem pulo" para fora. A chegada deu mais confiança para o time, que começou a ganhar os duelos pelo meio e teve mais liberdade para Cauly flutuar entre as linhas do Atlético-MG.
O primeiro tempo até teve um bom número de chegadas, mas ambos os times tinham dificuldade na decisão final das jogadas. Quando o passe não era ruim, o drible não encaixava ou era preciso recorrer a chutes de longa distância que não representavam perigo aos goleiros. Somado a isso, a intensidade do Bahia só foi melhorar em meados da primeira etapa, quando o Tricolor viu os mandantes caírem fisicamente.
Na volta do intervalo, tanto Rogério Ceni quanto Gabriel Milito mandaram à campo os mesmos jogadores que estiveram presentes na etapa inicial. Um ponto a se destacar da equipe baiana é o posicionamento flexível dos atletas tricolores. Na maior parte do jogo, o Bahia montou duas linhas de quatro, com Caio Alexandre entre elas e Thaciano mais avançado. Apesar da plataforma, por vezes, essa "posição" do camisa 16 era ocupada por outros jogadores, assim como Jean Lucas tinha liberdade para recuar, dobrando os volantes, e avançar, chegando por trás do centroavante.
Os primeiros dez minutos de jogo foram como uma repetição do primeiro tempo, com muitos erros de decisão e pouco perigo real para os goleiros. Foi só aos 11 que os torcedores mineiros puderam dar o primeiro suspiro. Falta para o Atlético-MG e Hulk cobrou com muito perigo. A bola passou muito perto e até acertou as redes de Marcos Felipe, só que por fora. Cinco minutos depois, o grito que ficou entalado na Arena MRV enfim foi liberado. Mais uma falta para o Galo e mais uma vez Hulk partiu para a cobrança. De mais perto, o camisa sete soltou uma bomba no canto superior esquerdo do goleiro do Bahia, que nada pôde fazer para impedir que o placar fosse aberto. 1x0 Atlético-MG.
Antes de tomar o gol, Rogério Ceni já tinha colocado Ademir na vaga de Thaciano. Porém, a falta cobrada por Hulk fez com que o técnico apressasse as entradas de Biel, Carlos De Pena e Óscar Estupiñán. As mudanças surtiram efeito rápido dentro do jogo e equilibraram a partida novamente, tanto em desempenho, quanto em placar. Aos 24 minutos, De Pena achou Estupiñán com um belo lançamento. O colombiano dominou e voltou a bola para Ademir, que cortou para o meio e chutou colocado no ângulo de Everson. Um golaço do camisa sete para igualar o jogo.
O empate representou o confronto como um todo, marcado por um equilíbrio das duas equipes em todas as fases do campo. Por estar mandando a partida, o Galo se lançou mais ao ataque na esperança de sair da partida com os três pontos. Quando Vargas deixou Marcos Felipe no chão, foi quando o Atlético mais chegou perto de ganhar, mas a finalização do chileno foi para fora. O esforço do Galo, no entanto, não foi suficiente. Com o empate, o Bahia mostrou novamente que consegue se defender contra adversários dito mais qualificados e saiu da Arena MRV com um ponto para se comemorar.
FICHA TÉCNICA
Atlético-MG 1 X 1 Bahia - 7ª Rodada do Campeonato Brasileiro
Atlético-MG: Everson, Saravia, Bruno Fuchs, Battaglia e Guilherme Arana; Alan Franco, Zaracho (Pedrinho), Alisson (Eduardo Vargas)e Gustavo Scarpa; Hulk (Cadu) e Paulinho (Alan Kardec). Técnico: Gabriel Milito.
Bahia: Marcos Felipe, Arias, Gabriel Xavier, Kanu e Luciano Juba; Caio Alexandre (Rezende), Jean Lucas, Everton Ribeiro (Biel) e Cauly (Carlos De Pena); Thaciano (Ademir) e Everaldo (Óscar Estupiñán). Técnico: Rogério Ceni.
Gols: Hulk, aos 16 minutos, e Ademir, aos 24 minutos do segundo tempo
Local: Arena MRV
Cartão amarelo: Thaciano, Gabriel Xavier e Biel (Bahia); Guilherme Arana, Gustavo Scarpa, Pedrinho, Alan Franco e Everson (Atlético-MG)
Público: 37.994 pagantes
Renda: R$ 2.162.482,05
Arbitragem: Bruno Arleu de Araújo, auxiliado por Rodrigo Figueiredo Henrique Correa e Thiago Rosa de Oliveira (Trio do RJ).