Em estreia de Dorival Júnior, Brasil fará teste de fogo contra a Inglaterra

Após resultados ruins em 2023, Seleção quer resultado positivo no amistoso para começar a se reerguer

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 23 de março de 2024 às 05:00

Vini Jr durante treino em Wembley: brasileiro deve formar ataque ao lado de Rodrygo e Raphinha
Vini Jr durante treino em Wembley: brasileiro deve formar ataque ao lado de Rodrygo e Raphinha Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

A Seleção Brasileira entra em campo pela primeira vez em 2024 para encontrar uma luz no fim do túnel, depois de um ano terrível em 2023. Logo de cara, terá um grande desafio pela frente, e enfrentará a Inglaterra, no lendário estádio de Wembley, em Londres. Apesar do momento de crise, há no torcedor a expectativa de ver uma amarelinha reenergizada após a chegada do técnico Dorival Júnior.

A partida deste sábado (23), às 16h, marcará a estreia do novo comandante. O primeiro objetivo é encerrar o jejum de quatro jogos sem vencer. Mas a partida, apesar de ter caráter amistoso, também dá a Dorival a chance de mostrar que é possível salvar um ciclo que começou com dois pés esquerdos.

Em 2023, a Seleção viveu uma série de resultados ruins, com cinco derrotas em nove jogos - um aproveitamento de apenas 37%. Com uma performance tão fraca, a equipe canarinha é apenas a 6ª colocada nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. São só sete pontos somados, a oito de distância da líder Argentina.

“Temos que falar abertamente que o ano que passou foi muito ruim para a Seleção em termos de resultado e planejamento. Mas entendo que toda a crise é uma oportunidade. Nesse momento, poder enfrentar um rival tão importante, num ambiente tão emblemático, temos que mostrar que foi um erro de cálculo e de percurso. Mostrar que a Seleção tem capacidade de praticar um bom futebol diante de adversário tão importante e tradicional”, afirmou o capitão Danilo.

O histórico, ao menos, é amplamente favorável do lado brasileiro. Em 26 duelos na história, são 11 vitórias verde e amarelas, 11 empates e apenas quatro triunfos ingleses.

Por outro lado, a Seleção ainda busca o primeiro resultado positivo em Wembley, depois da reinauguração, em 2007. Desde que o estádio foi demolido e modernizado, as equipes se enfrentaram em somente três oportunidades. Na inauguração, em 2007, com empate por 1x1; em 2013, com derrota canarinha por 2x1; e a mais recente, em 2017, com um 0x0, já sob o comando de Tite.

Escalação

Dessa vez, a responsabilidade será de Dorival Júnior. O técnico, porém, não poderá mandar a campo um ‘time dos sonhos’ contra a Inglaterra. O Brasil tem uma série de desfalques importantes, a exemplo do astro Neymar, dos goleiros Alisson e Ederson, dos zagueiros Thiago Silva e Eder Militão, do meia Casemiro e do atacante Gabriel Martinelli.

Para suprir tantas ausências, Dorival chamou oito estreantes: os goleiros Léo Jardim (Vasco) e Rafael (São Paulo); os zagueiros Beraldo (PSG), Fabrício Bruno (Flamengo) e Murilo (Palmeiras); o meia Pablo Maia (São Paulo); e os atacantes Savinho (Girona) e Galeno (Porto).

Desses, dois terão a responsabilidade de serem titulares logo em suas primeiras convocações: Beraldo e Fabrício Bruno, formando uma zaga inédita. Além da dupla, outros três atletas devem estrear na formação inicial: o goleiro Bento, o lateral Wendell e o volante João Gomes.

No meio, outra novidade fica por conta de um retorno. Após ser preterido por Fernando Diniz nos seis primeiros jogos das Eliminatórias por suposta participação em irregularidades envolvendo apostas, Lucas Paquetá está de volta. Ele também será um dos titulares, ao lado de João Gomes e Bruno Guimarães. Já o ataque diante da Inglaterra será formado por Rodrygo, Vini Jr e Raphinha.

A provável escalação tem: Bento, Danilo, Fabrício Bruno, Beraldo e Wendell; Bruno Guimarães, João Gomes e Lucas Paquetá; Vini Jr, Rodrygo e Raphinha.

“Eu tentei avaliar por uma única condição: merecimento. Me surpreendi positivamente com as condições de todos os convocados. Todos aqueles que aqui vieram nos deram uma resposta muito positiva”, afirmou Dorival.

“Temos jogadores de muito bom nível. A partir do momento que eles entenderem tudo o que estiver sendo passado, não tenho dúvida que os resultados serão promissores. Nesse momento, temos que acelerar, sabendo que é um início, mas já exigindo resultados. Para todos nós que estamos no futebol há um tempo, sabemos que não teria outro caminho. Temos que ter o entendimento que precisaremos reverter esse quadro o mais rápido possível”, completou o treinador.

Depois de encarar a Inglaterra, a delegação brasileira viaja no domingo para Madri, onde encara a Espanha, na próxima terça-feira, no Santiago Bernabéu.

Esses serão os dois primeiros grandes testes antes da disputa da Copa América, em junho, nos Estados Unidos. Além dos dois amistosos, a Seleção também enfrentará o México e os EUA às vésperas da competição, a primeira oficial após a Copa do Mundo do Catar, em 2022.

O rival

Do outro lado do campo, o Brasil enfrentará um adversário com uma forte geração - principalmente do meio para a frente - e que também se prepara para um torneio. O técnico Gareth Southgate quer fazer seus últimos testes na Inglaterra antes da disputa da Eurocopa, em junho, na Alemanha.

Assim como o time canarinho, o comandante inglês vem sofrendo com importantes desfalques para esta convocação. Às vésperas de enfrentar o Brasil, Bukayo Saka foi cortado por problema no joelho. No mesmo setor, o capitão Harry Kane vem tratando lesão no tornozelo e é dúvida.