Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Giuliana Mancini
Publicado em 26 de novembro de 2024 às 14:29
Técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior se mostrou 'preocupado' com a possibilidade de nove atletas estrangeiros no futebol nacional. O treinador propôs um debate sobre a redução desse limite, pois, para ele, o número que pode prejudicar a formação de talentos no país.
Para justificar sua posição, o comandante usou como exemplo a Itália, que aumentou o limite de estrangeiros e ficou fora das duas últimas Copas do Mundo. O tema foi abordado durante o evento Summit CBF Academy, nesta terça-feira (26), em São Paulo.
"Chamo a atenção para um último detalhe: a Itália abriu para que dentro da comunidade europeia 11 jogadores (estrangeiros) pudessem transitar entre seus clube. Nós tínhamos equipes italianas com nenhum dos 11 atletas formados na Itália. E a Itália ficou duas Copas do Mundo afastada. Não perceberam o quanto foi prejudicial tudo isso", comentou Dorival.
"É apenas uma colocação, presidente (da CBF, Ednaldo Rodrigues), que o senhor terá com certeza reuniões. Hoje estamos com nove atletas estrangeiros autorizados a participarem de nossos clubes. É só um detalhe para que possamos rediscutir esse processo porque isso tem feito... Só para vocês terem uma ideia, um levantamento nosso interno (mostrou que) de 20 clubes da Série A, 12 tinham centroavantes estrangeiros. Daqui a um ano e meio, dois anos, vamos pagar um preço muito alto, porque não teremos quem vender, porque nossa iniciativa de lançar vai se concentrar exclusivamente nos fora de série", completou.
O aumento do limite de estrangeiros que podem ser utilizados por partida, de sete para nove, foi aprovado por unanimidade em conselho técnico no mês de março. Em 2023, o número já havia subido de cinco para sete atletas de fora do país por jogo.
Outro ponto de atenção destacado por Dorival foi a saída precoce de jovens jogadores do Brasil. Casos, por exemplo, de Endrick e Estevão, que foram vendidos para clubes europeus antes de completarem 18 anos.
"É algo fundamental para a gente rever esse contexto, situações que acontecem no futebol brasileiro e merecem atenção maior de todos: a saída de nossos jovens prematuramente, sem que possam dar retorno técnico aos clubes, fazendo com que os jogadores finalizem suas formações em clubes europeus. Também pagaremos um preço alto daqui a pouco", falou.