Dono do Botafogo defende teto salarial no Brasil: 'Se não fizermos, Bahia vai ganhar 20 campeonatos seguidos'

John Textor usou investimento do City no Esquadrão como exemplo para fair play financeiro

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Publicado em 17 de julho de 2024 às 13:25

John Textor, dono da SAF do Botafogo
John Textor, dono da SAF do Botafogo Crédito: Vítor Silva/Botafogo

Dono da SAF do Botafogo, o americano John Textor defendeu a criação de um teto salarial no futebol brasileiro. Para ele, a medida será necessária para impedir que o Bahia "ganhe 20 campeonatos seguidos" na Série A.

A declaração foi dada por Textor durante entrevista ao quadro "Abre Aspas", da TV Globo, e foi motivada pelos investimentos que o Esquadrão tem recebido do Grupo City, dono de 90% da SAF do clube baiano.

"Se você fizer isso ou nada, e esse é meu aviso para Corinthians, Palmeiras, Flamengo... Se não fizermos algo, vamos acordar daqui a 70 anos, sob a atual estrutura administrativa, com as pessoas que estão aqui hoje, o Bahia vai ganhar o Campeonato Brasileiro em 17 de cada 20 anos", iniciou ele.

"Eu amo as pessoas no Manchester City, as pessoas que trabalham lá são incríveis. Mas o fato é que o Brasil trouxe dinheiro do petróleo para casa. Se não fizermos algo agora sobre um teto salarial, o Bahia vai comer nosso almoço. Aquela cidade maravilhosa [Salvador], ótimo hotel, ótima comida, perfeita. Eles vão ganhar todos os campeonatos por 20 anos consecutivos. Lamento dizer isso para os torcedores do Flamengo aí fora. Esqueçam, acabou, acabou. Precisamos consertar isso agora. A Liga tem que ser feita agora, o teto salarial também", completou.

Apesar das críticas ao investimento recebido pelo Bahia, John Textor atua de modo semelhante ao Grupo City no futebol. Ele dono da Eagle Football, empresa que além do Botafogo, gerencia clubes como Crystal Palace, na Inglaterra, Lyon, na França, e Molenbeek, na Bélgica.

O americano tem usado a sua rede de clubes para burlar o fair play financeiro na Europa. Em fevereiro, o Botafogo anunciou a compra do atacante Luiz Henrique, por 20 milhões de euros (cerca de R$ 106,6 milhões), em um acordo que prevê a ida do jogador para o Lyon.

No início de julho, o Botafogo de Textor contratou também o meia argentino Thiago Almada, que estava no futebol dos Estados Unidos. O clube desembolsou 25 milhões de dólares (cerca de R$ 137,4 milhões). O jogador também usará o alvinegro como ponte para o futebol francês.

Desde que chegou ao Botafogo, John Textor já investiu mais de R$ 350 milhões na contratação de atletas. O clube carioca chegou a liderar boa parte do Brasileirão do ano passado, mas caiu de rendimento na reta final e perdeu o título.