‘Difícil explicar a derrota’, lamenta Carpini após derrota para o Corinthians

Apesar das críticas ao time, o treinador do Leão exaltou a partida do Vitória

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Publicado em 5 de julho de 2024 às 13:38

Thiago Carpini concede primeira entrevista coletiva como técnico do Vitória
Thiago Carpini em entrevista coletiva como técnico do Vitória Crédito: VICTOR FERREIRA / ECV

Após a derrota do Vitória para o Corinthians na Neo Química Arena, o treinador Thiago Carpini criticou o time pelos erros cometidos dentro de campo. No revés por 3x2, a equipe baiana empatou o jogo duas vezes antes de Janderson vacilar em cobrança de escanteio e o clube paulista vencer com um gol marcado no apagar das luzes.

“Difícil explicar a derrota. Não adianta ter números e não ter resultado. Uma derrota a gente precisa assimilar. Não devemos olhar muito para esses aspectos de parte inferior ou superior da tabela. Nossos melhores momentos, quando começamos a pontuar, foram contra adversários da parte inferior, quando a gente empata com Cuiabá e Juventude, e depois vence jogos improváveis contra Atlético-MG e Internacional. Enfrentar o Corinthians em Itaquera é muito difícil. Esse perde e ganha é o tempo todo. Depende muito do momento da competição”, iniciou.

Sobre a partida, o comandante do rubro negro falou sobre os erros cometidos pelos jogadores nos últimos jogos. De acordo com Carpini, ajustes vão precisar ser realizados. "A gente tem sofrido com alguns erros grandes. O erro faz parte, mas o erro que compromete o resultado da partida são os que a gente precisa ajustar".

“Algumas situações a gente não controla. Tomada de decisão do atleta. Somar o ponto fora de casa contra um adversário direto é muito importante. Nós precisamos entender a competição. Tivemos a oportunidade de segurar a bola no ataque, fazer uma posse sem correr riscos. Não precisava acelerar o jogo para buscar o terceiro. Mas é isso, algumas situações no jogo a gente não consegue controlar. Coisas que fogem do nosso controle”.

Após o fim da partida, o volante Willian Oliveira comentou que faltou eficiência para sair com a vitória de São Paulo. O jogador afirmou que o confronto desta quinta-feira (4) foi a melhor atuação do clube, opinião que é compartilhada pelo técnico da equipe. “O sentimento do Willian é o mesmo do vestiário. A equipe vem apresentando uma evolução, ficou nítido, principalmente no segundo tempo, depois de um primeiro tempo mais igual. Acredito que fomos superiores, mas não conseguimos traduzir isso em pontos. Ficar duas vezes atrás do placar aqui e ter forças, equilíbrio emocional para buscar os empates”, destacou o treinador.

“Mas prefiro enaltecer a entrega e a evolução da equipe. Em relação aos detalhes, acho que no final teve uma defesa do Arcanjo, fora isso ele não sofreu defensivamente. No primeiro tempo os gols da entrada da área, com muito mérito individual para o atleta. A gente trabalha muito esse encaixe na frente da área, mas sofremos dois gols naquele setor. Coisas que a gente ajusta, treina, mas que fogem do nosso controle. No final, um gol com a cara do Corinthians. A gente foi um pouco para trás e deixou de controlar o jogo. A bola pune”, completou.

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Thiago Carpini:

Como recuperar o astral

"Página virada. Já foi. Não dá para chorar o leite derramado. Nas vitórias foi da mesma maneira. Meu desafio agora é recuperar os atletas não só fisicamente, mas também em relação a esse gol no final, a maneira que se perde a partida mesmo fazendo um bom jogo. É dolorido a derrota, não somar pelo menos um ponto aqui, mas a gente sabe que o campeonato é esse, vamos ter essa dificuldade. Outro ponto positivo que temos agora são os dois jogos em casa. O Barradão precisa voltar a ser nossa força".

O que faltou

"Foi só um gol de bola parada, os outros dois foram de bola rolando, falhas no nosso encaixe na entrada da área. Se a gente estivesse mais próximo da segunda bola, não sairia o chute com tanta qualidade. Mas quero enaltecer mais uma vez a competitividade e a evolução coletiva. A gente perdeu um zagueiro, que já não era zagueiro, e trouxe um lateral para a zaga. Já não temos ali situações que consigam suprir as necessidades e ausências que temos no elenco. A gente perde peças importantes e é preciso reconhecer quem tem entrado, quem tem entrado muito bem".

Por que não fez a quinta mudança?

"Todo mundo estava muito bem no jogo, não tinha o que inventar. Faltava pouco para acabar. Eu só fiz a quarta mudança porque o Luan pediu para sair, estava muito cansado. Se não eu não teria nem mudado. O encaixe estava muito bom, e quando as coisas fluem assim, não tem por que querer fazer as cinco. Não via essa necessidade. Não via ninguém no banco que pudesse entrar para fazer algo tão diferente assim. Eu falo do aspecto físico porque é notório. A gente está aqui agora, volta para Salvador amanhã praticamente de noite, e treina apenas sábado, já para jogar no domingo. Como eu não vou falar de cansaço? Isso é um problema de todos, mas temos sofrido pelo elenco mais curto, com jogadores fora por lesões que ainda nem jogaram comigo".

Alerrandro

"Eu comemorei muito os gols dele. Ele precisava desse gol para ele mesmo. Coletivamente é um cara que cumpre funções, ajuda muito. Vinha se cobrando por esses gols e que bom que aconteceram. Uma pena que mesmo com dois gols a gente não pode acompanhar esse bom momento dele com uma pontuação. Levar para Salvador pelo menos um ponto era justo para o que foi apresentado. Mas é bom para tirar pelo menos um peso, agora a tendência é que as coisas sigam de maneira mais natural".

Qual a briga do Vitória?

"Ele briga para se manter na Série A. O nosso campeonato é esse. Ano passado foi o retorno do Bahia para a Série A e eles escaparam do rebaixamento na última rodada. O retorno é sempre difícil. Hoje eles fazem uma campanha mais sólida. Eu poderia citar outros tantos exemplos de clubes que voltam e não conseguem, ficam nesse sobe e desce. No início o Vitória ficou cinco ou seis rodadas com um ponto. Recuperar isso contra Corinthians, Grêmio e Palmeiras, é difícil. Nossa competição é de permanência. Claro que a gente sonha com algo a mais, mas sem promessas para o torcedor. A gente trabalha com nossa realidade".