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Marina Branco
Publicado em 10 de janeiro de 2025 às 08:30
O Corinthians teve suas contas bloqueadas após uma ação do empresário André Cury contra o clube na Justiça Federal. O processo foi o motivo pelo qual a diretoria do clube paulista atrasou o pagamento dos salários de janeiro. A expectativa é de que o acesso à movimentação financeira seja normalizado ainda nesta sexta-feira.
De acordo com o jornal Gazeta Esportiva, Cury acionou o Corinthians por entender que o clube teve "conduta fraudulenta" ao citar contratos que não poderiam constar no Regime Centralizado de Execuções (RCE). Por isso, recorreu à esfera federal. Em dezembro, o Corinthians obteve uma decisão liminar na Justiça que suspende os bloqueios judiciais e as execuções pelo prazo de 60 dias.
O Estadão apurou que o Corinthians entende estar protegido pelo regime e não terá dificuldade em conseguir a liberação por entender que todos os débitos existentes estão abrangidos no RCE a partir do momento que plano foi homologado pela Justiça de São Paulo e, por isso, todas as execuções devem permanecer suspensas. Cury é o terceiro maior credor do clube, que deve R$ 28,8 milhões ao agente.
Na segunda-feira, o empresário Giuliano Bertolucci acionou o Corinthians na Justiça para cobrar uma dívida de aproximadamente R$ 78 milhões. Ao todo, cinco ações foram registradas na 4ª e na 5ª Varas Cíveis do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). Segundo o clube, as ações foram realizadas para o agente ser contemplado no regime de RCE.
Somando as pendências com André Cury, Bertolucci e também o empresário Carlos Leite, o Corinthians deve somente aos agentes aproximadamente R$ 170 milhões. Em novembro, o clube paulista apresentou um pedido para ingressar no RCE, com um plano de pagamento e parcelamento de dívidas com empresários, ex-jogadores e clubes, no valor de R$ 379 milhões.
A equipe jurídica deve iniciar os contatos com os credores a partir deste mês para negociar a dívida e alinhar o pagamento. O RCE é um mecanismo criado junto à Lei de SAF que prevê a possibilidade de que clubes de futebol ou pessoas jurídicas originais requererem a centralização das execuções em um único juízo, para organizar e facilitar o pagamento de suas dívidas.
Ao todo, o Corinthians tem uma dívida de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. Somente a pendência com a Caixa Econômica Federal pela construção da Neo Química Arena representa um montante de R$ 710 milhões do total.