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Alan Pinheiro
Publicado em 11 de agosto de 2024 às 05:00
A história do clássico Ba-Vi em 2024 foi dividida em seis capítulos e, neste domingo (11), torcedores de Bahia e Vitória vão presenciar as últimas linhas serem escritas, a partir das 16h na Arena Fonte Nova. O confronto, válido pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro, vai ser marcado pela necessidade dos dois times em pontuar para alcançarem seus objetivos na competição.
No primeiro turno do Brasileirão, o embate entre os dois gigantes baianos acabou empatado. Logo na terceira rodada, o Ba-Vi no Barradão teve o rubro-negro abrindo 2x0 no placar e vendo o tricolor se reencontrar na partida até empatar. Na ocasião de início de Série A, o empate foi um resultado negativo para os rubro-negros, diante das condições do confronto e do fato de jogar em frente à torcida. Agora, somar apenas um ponto não é suficiente para nenhuma das equipes.
Mesmo com a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil, o contexto do Esquadrão no Brasileirão não é um dos melhores. A equipe comandada por Rogério Ceni está há cinco jogos sem conseguir vencer na competição. Se antes o clube brigava entre os primeiros pela liderança, agora iniciou a rodada a cinco pontos do Palmeiras (4º) e a 11 do Botafogo, atual líder.
Já o Leão precisa ganhar para recuperar a pontuação perdida no primeiro turno. Com apenas 15 somados nessa primeira metade do campeonato, a missão do técnico Thiago Carpini é a de, ao menos, dobrar o aproveitamento da equipe nos últimos 19 jogos para conseguir fugir do rebaixamento. A missão fica ainda mais complicada analisando a tabela, já que o time está a apenas um ponto do Z4 e só não tem mais partidas disputadas que Corinthians e Atlético-GO.
Este será o Ba-Vi de número 499 na história do confronto e o sexto somente em 2024. Foram três embates pelo Campeonato Baiano, um pela Copa do Nordeste e o outro pelo Brasileirão. Levando em consideração apenas o desempenho neste ano, quem está em desvantagem é o Bahia, que saiu com o triunfo em apenas um jogo. Caso o tricolor não consiga sair com os três pontos, qualquer resultado vai desequilibrar ainda mais a balança, visto que o Leão venceu duas partidas, ambas por 3x2, e houve ainda outros dois empates.
Seja tricolor ou rubro-negro, o torcedor não via um número grande de clássicos em uma mesma temporada desde 2017, quando as duas equipes se enfrentaram sete vezes no ano. De lá para cá, no entanto, foram seis anos com Bahia e Vitória se desencontrando nas principais competições estaduais e nacionais e, consequentemente, diminuindo o número de Ba-Vis. Agora, já reacostumados com a emoção de encarar o rival, as torcidas contam com novos nomes como esperança de mudar o resultado do último confronto.
No lado rubro-negro, cinco jogadores foram contratados recentemente e podem experimentar o clássico pela primeira vez: Ricardo Ryller, Neris, Edu, Machado e Carlos Eduardo. Além deles, nem Janderson ou Rául Cáceres - titulares contra o Cuiabá - entraram em campo pelo Vitória contra o Bahia na temporada. Outro estreante é o técnico Thiago Carpini, que assumiu o comando do clube após a demissão de Léo Condé. Apesar de ter sido jogador do Esquadrão quando ainda era atleta, o ex-volante nunca disputou um Ba-Vi.
“O sentimento é um dos melhores possíveis. A gente sabe da grandeza deste clássico, é um dos maiores do futebol nacional e a expectativa é muito boa. Todo mundo sonha e quer jogar um jogo desse. Então [a expectativa] é das melhores possíveis”, disse o volante Ricardo Ryller sobre estrear no clássico.
Com a ausência do meio-campista Matheuzinho, a tendência é de que o substituto seja a única incógnita na escalação do clube. Carpini pode optar por colocar um ponta na função, como Carlos Eduardo e Zé Hugo, ou dobrar uma das laterais. O treinador terá os retornos dos laterais Lucas Esteves e Willean Lepo, além do atacante Everaldo e do volante José Breno - expulso contra o Palmeiras.
Se no Vitória a novidade é a força motriz para a rodada deste fim de semana, o Bahia aposta na experiência do conjunto para fazer valer o mando de campo. Como mandante, o time não perdeu para o Leão na temporada e também não é superado pelo rival no Brasileirão desde a temporada 1991. Foram oito jogos disputados desde o último triunfo dos rubro-negros, com três empates e cinco vitórias do Bahia. Para domingo, Rogério Ceni pode promover as estreias de Iago Borduchi e Lucho Rodríguez no clássico, contratações do clube na atual janela. O uruguaio, inclusive, foi o autor do gol que garantiu a classificação da equipe para a próxima fase da Copa do Brasil.
Titular do Bahia na Série A desde a temporada passada, o goleiro Marcos Felipe enxerga o clássico como uma oportunidade do grupo de reverter o momento ruim na competição. Para isso, será necessário concentração de quem entrar em campo.
“Jogo muito importante em todos os aspectos. Temos que nos preparar bem psicologicamente, fisicamente e taticamente para não só ganhar o jogo, ter uma boa atuação para que todos saiam satisfeitos no domingo. (...) Se manter concentrado o máximo possível, sabemos que clássico é sempre um jogo à parte. Buscar fazer nosso melhor para vencer o jogo”, disse o jogador.
A tendência é de que Ceni mande à campo os mesmos 11 que iniciaram contra o Botafogo no meio de semana. Entre os desfalques para o clássico, o volante Rezende, o lateral direito Gilberto e o atacante Ademir deram continuidade ao tratamento e não devem ser relacionados para encarar o rival.