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Marina Branco
Publicado em 15 de dezembro de 2024 às 19:31
Em sua época de ouro, o Botafogo assiste a uma das principais peças de seu sucesso nesta temporada, o técnico Artur Jorge, pensar em novos caminhos. O clube catari Al-Rayyan vem mirando no português, oferecendo quase três vezes o salário que ele recebe no clube brasileiro.
Apesar dos valores, Jorge só baterá o martelo sobre sue futuro após se reunir com John Textor, dono da SAF do Botafogo. Inicialmente, não está nos interesses do estadunidense perder o técnico, o que o levou a considerar um aumento salarial na renovação do contrato de Artur.
O salário do técnico alvinegro, hoje, já é maior do que o inicial, devido a bônus de desempenho conquistados pela Libertadores e pelo Brasileirão. Ainda assim, o aumento no clube do Catar seria ainda maior.
O time asiático vinha sondando Artur há dois meses, mas pelo momento de foco botafoguense nas competições que vinha disputando, não houveram propostas ou negociações. O contato veio apenas após os títulos do alvinegro.
Atualmente, o técnico do Al-Rayyan é Younes Ali, que até então venceu apenas quatro de 19 partidas da Qatar SUper League. Desde setembro à frente do elenco, Ali não tem entregado bons números, e pode estar assistindo à aproximação de sua queda no clube.
Por sua vez, o treinador do Botafogo tem opiniões conflitantes sobre a negociação. Dividido entre seguir seu trabalho no próspero alvinegro e alçar novas oportunidades (e salários) na Ásia, o português se pronunciou sobre as conversas que vem tendo com o clube, reafirmando a todo momento que nada será definido sem uma reunião com Textor.
Até então, não se sabe qual a preferência do treinador, que afirmou ser uma proposta ‘tentadora’ mudar de clube e continente, essencialmente pelos valores em jogo.
“Tenho tudo em aberto. As propostas que existem, principalmente do mundo árabe, são muito tentadoras do ponto de vista financeiro, mas surgiram ainda antes do Peñarol (adversário do Botafogo na semifinal da Libertadores), são propostas que têm já algum tempo e nunca me debrucei muito sobre elas, porque queria ganhar títulos e tinha um foco muito grande na Libertadores e no Campeonato Brasileiro. Temos de pensar e ver como vamos decidir o futuro”, comentou em entrevista ao jornal português "A Bola", após desembarcar no Porto.
“Tenho contrato com o Botafogo. Há, de fato, algumas possibilidades e propostas em cima da mesa. Tanto o Cajuda, que é o meu agente, como o Botafogo, estão a par de tudo isso. Tudo se vai resolver para o bem de todos. Agora, venho a Portugal para desfrutar da família e estar em casa para descansar após um ano superintenso. Depois disso, vamos entender o que será o início de janeiro para o arranque de uma nova temporada, onde quer que esteja”, completou.
Para o técnico, permanecer no Botafogo estaria atrelado ao protagonismo esportivo que o clube vem construindo no Brasil, essencialmente após a reviravolta vivida nos últimos anos.
“Entendo que se possa falar muito. Desde sempre o meu agente mostrou que existiam propostas para poder sair. O projeto é o mais importante, que jogadores vamos ter, se vai ser um ano de muitas alterações com saídas. Criamos uma equipe fortíssima. Ainda não falamos sobre isso. Tive uma semana difícil, porque fomos logo para o Catar jogar a Intercontinental”, afirmou Artur.
Indo ou ficando, certo é que o treinador está muito satisfeito com a temporada que construiu na estrela solitária: “É uma temporada que fica marcada para a história, não só a título pessoal, mas também para o clube. Foi extraordinário o que fizemos. Foi seguramente contra muitas probabilidades que tínhamos. Conseguimos dois grandes troféus. Um deles é inédito para o clube e outro é um tri. Foi uma grande conquista naquele que foi o primeiro ano de Brasileirão para mim”.