Cérebro de Maguila será doado para estudos na USP

Órgão do ex-boxeador, que morreu nesta quinta (24), ajudará em pesquisas da chamada "demência do pugilista"

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Publicado em 24 de outubro de 2024 às 18:21

Maguila
Maguila Crédito: Reprodução / Redes Sociais

O cérebro do ex-boxeador Maguila, que morreu na tarde desta quinta-feira (24), será doado para estudos sobre a chamada “demência do pugilista” na Universidade de São Paulo (USP). Adilson dos Santos, nome de batismo do lutador, convivia há anos com a doença degenerativa, consequência dos impactos repetidos na cabeça em esportes como boxe, rugby e futebol.

Em 2018, o ex-boxeador, com consentimento da família, concordou em doar o órgão para a equipe da universidade. O ato poderá auxiliar na prevenção da doença que afeta principalmente atletas da sua modalidade. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

Maguila, natural de Aracaju, estava internado desde 2017 com a doença em uma clínica em Itu, interior de São Paulo, e morreu aos 66 anos.

Entenda a doença

A doença degenerativa chamada “demência do pugilista” tem como nome oficial encefalopatia traumática crônica (ETC). Causada por impactos na cabeça durante a prática de esportes, a condição é considerada incurável.

Por muito tempo, a enfermidade tem sido confundida com o Mal de Alzheimer, em virtude dos sintomas semelhantes. Porém, ao contrário do Alzheimer, a ETC tem sintomas comportamentais e possui um melhor prognóstico, com um tempo de vida mais longo.

Além da perda cognitiva, a doença está associada a distúrbios de comportamento, como episódios de depressão, violência e suicídio.

Estudos para prevenção

Maguila não será o primeiro atleta a ter seu cérebro estudado pelo grupo da USP. O zagueiro Bellini, campeão mundial em 1958, e, mais recentemente, o pugilista Éder Jofre, falecido em 2022, aos 85 anos, também doaram o órgão para a pesquisa. O estudo é considerado fundamental para criar medidas de prevenção.

Ainda há muita dificuldade para um diagnóstico preciso e da evolução do caso, pois, atualmente, a avaliação só é feita através de pesquisa com o cérebro do atleta após a morte.