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Da Redação
Publicado em 9 de março de 2024 às 20:15
O Bahia está a um empate de disputar mais uma final do Campeonato Baiano. O tricolor colocou um pé na decisão após ganhar do Jequié por 1x0, neste sábado (9), no estádio Waldomiro Borges. Além de dar ao Esquadrão a vantagem para a partida de volta da semi, na Fonte Nova, o resultado positivo também amplia a grande fase que vive a equipe do técnico Rogério Ceni.
Já são seis triunfos seguidos na temporada, entre estadual, Copa do Nordeste e Copa do Brasil. Para aguentar a maratona, Ceni tem adotado um rodízio de jogadores. O treinador mandou a campo um time de reservas para encarar o Jequié, e nem mesmo relacionou os meias Everton Ribeiro e Cauly, preservados por cansaço muscular. Victor Cuesta também ficou de fora, liberado para resolver problemas particulares.
Após um primeiro tempo equilibrado, com o rival criando as principais chances, o comandante promoveu a entrada de titulares para a segunda etapa: Caio Alexandre, Jean Lucas e Thaciano, além de Everaldo e Ademir. O Bahia melhorou, e conseguiu enfim marcar o seu gol aos 42 minutos, com David Duarte. Em entrevista coletiva ao fim da partida, Ceni explicou suas escolhas.
"Muda um pouco o jogo. Um meio de campo não tão criativo e mais competitivo, jogadores de frente mais pesados, um jogo muito mais físico que qualquer outra coisa. Se tentar jogar pelo meio, difícil acertar os passes, mais provável ceder o contra-ataque. Os lados que são um pouco melhores. Hoje, a gente arriscou um pouco no final, porque achava que o triunfo seria importante ter a vantagem. Lutamos tanto na fase de classificação e não poderíamos abrir mão dessa vantagem. Agora, a gente leva a decisão para nossa casa, na presença de nosso torcedor, o que ajuda bastante. Gramado diferente, pode favorecer a gente", afirmou.
O Bahia disputou as duas primeiras rodadas do Baianão com um time sub-20, comandado por Rogério Ferreira, já que o elenco principal fazia pré-temporada em Manchester, na Inglaterra. Após derrota para o próprio Jequié e empate com o Atlético de Alagoinhas, o grupo de Ceni assumiu. Mesmo com o rodízio de jogadores, o Esquadrão assegurou a primeira posição da fase de grupos. Para o treinador, as alterações tem sido essenciais para garantir boas campanhas na temporada. Vale lembrar que o tricolor também é líder isolado na Copa do Nordeste e goleou em sua estreia pela Copa do Brasil.
"Perdemos as primeiras rodadas do Campeonato, e isso fez com que a gente tivesse que correr atrás depois, para recuperar os pontos perdidos. Se a gente tivesse que usar sempre o mesmo time, acho que seria praticamente impossível. A gente viu hoje Cicinho com um pouco de dor, Yago tomando pancada, não temos tantas opções assim. Hoje, diante da necessidade, entrou Ademir, Everaldo, Thaciano. Lógico que a gente queria descansar mais eles, mas também precisava do resultado. Às vezes, tem que correr risco", defendeu Ceni.
O técnico também explicou as decisões diante de um próximo compromisso tão perto. O Bahia volta a entrar em campo na terça-feira (12), para enfrentar o Caxias, pela segunda fase da Copa do Brasil. O jogo será disputado a partir das 21h30, no estádio Centenário, em Caxias do Sul.
"Anteontem foi viagem, ontem foi viagem. Praticamente não vamos treinar. Só na segunda-feira de tarde, para enfrentar o Caxias. Só viagem, viagem, viagem, sem treinamento e descanso, é normal que caia o nível. Acho que as trocas foram bem planejadas nesse sentido. Um time mais competitivo em um gramado não tão bom, que te dá um melhor resultado até do que se você tivesse jogadores tão técnicos", falou.
Já o jogo de volta da semifinal está marcado para o próximo sábado (16), às 16h, na Arena Fonte Nova. Apesar de rasgar elogios ao Jequié, Ceni lembrou sobre a importância de mais um resultado positivo não apenas para confirmar a classificação, mas também para manter a vantagem de decidir a final em casa.
"É muito legal uma equipe do interior do estado chegando pela primeira vez a uma semifinal. Orgulho para a própria cidade ter um time entre os quatro melhores do campeonato. O respeito tem que existir com todos. O jogo foi disputado, o gol só saiu na reta final. Eles marcaram bem, o que dificulta nosso jogo. Não tivemos a mesma precisão que em um gramado melhor, mais molhado, que a bola corra mais. Precisamos vencer de qualquer maneira o jogo da volta para a classificação. É importante manter essa vantagem em saldo de gols que temos", comentou.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Rogério Ceni:
Avaliação sobre Cicinho
Ele nunca teve lesão muscular e pode nem ter tido. Pode ser outra coisa. Perguntei se ele conseguiria ficar ao menos posicionado em campo. Sem correr, só para chamar atenção dos adversários. Ele se esforçou. No final, falei que, se não aguentasse, que saísse. Ele se postou ali no canto e fez o que podia. É um cara que se dedica muito, o torcedor tende a reconhecer isso. Foi capitão do time hoje. Ele está com dor, vamos tentar fazer exames amanhã, não sei se vai ser possível, muitas viagens. Mas acho difícil contar com ele para a próxima convocação.
Mudanças no intervalo
A do Caio já estava programada, ele entraria de qualquer maneira no lugar do Rezende. Já tinha combinado que cada um faria 45 minutos. Os dois já tinham jogado contra o Ceará, estavam desgastados, mas eu precisava de alguém para ditar o ritmo de jogo e da experiência. O Jean pelo Yago foi porque o Yago sofreu uma pancada, não aguentou a dor e pediu para sair. Não tinha o que fazer. E, diante do 0x0, eu precisava arriscar um pouco com o Jean. Um jogador que tem força. Eu já não tinha Everton, não tinha Cauly. Precisei, para tentar vencer o jogo, desgastar o Jean por 45 minutos.