Caso Paquetá: defesa questiona falta de provas consistentes

Advogados do jogador pediram adiamento de depoimento e solicitaram sustentação para investigação

O pedido de adiamento do depoimento de Lucas Paquetá à Federação Inglesa de Futebol (FA) partiu da defesa do próprio jogador. Os advogados do meia do West Ham questionam a falta de profundidade na investigação sobre possíveis violações de apostas esportivas e solicitam provas mais consistentes sobre o caso. As informações são do site ge.

A denúncia foi feita com base em um relatório apresentado pela Sports Radar, órgão fiscalizador de ações suspeitas, à FA. A federação apura um cartão amarelo que o brasileiro recebeu durante o jogo contra o Aston Villa, em março, pelo Campeonato Inglês. Segundo informações preliminares, os investigadores detectaram um fluxo incomum de apostas casadas no site Betway feitas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Elas teriam sido feitas em contas vinculadas a pessoas próximas a Paquetá.

Até o momento, porém, não há provas que liguem o caso diretamente ao meia, como interceptações telefônicas, documentos ou até mesmo especificação dos aportes financeiros - como a conduta que norteou a Operação Penalidade Máxima, deflagrada em 2023 no futebol brasileiro.

A defesa de Paquetá também alega danos ao jogador, como o encerramento das negociações com o Manchester City. O clube havia oferecido 70 milhões de libras (R$ 437 milhões) pelo atleta, mas o valor foi recusado pelo West Ham. Os Citizens, então, se preparavam para enviar uma nova proposta, mas desistiram após a investigação se tornar pública.

O imbróglio ainda foi determinante para que Paquetá fosse retirado, às pressas, da convocação da Seleção Brasileira para as duas primeiras rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas. Em entrevista coletiva, o técnico Fernando Diniz confirmou que o nome do jogador estava na listagem inicial, mas acabou substituído em cima da hora.

Na Inglaterra, a fiscalização contra envolvimento de jogadores de futebol com apostas esportivas é grande. Atletas são proibidos de fazerem apostas, estando eles envolvidos nos jogos apostados ou não. Recentemente, o atacante Ivan Toney, do Brentford, foi suspenso de todas as atividades por oito meses por infringir as regras.

Em meio à investigação, Paquetá foi titular e marcou um gol na vitória do West Ham sobre o Chelsea por 3x1, no último domingo (20), pela Premier League. O meia fechou o placar nos acréscimos, após sofrer e converter um pênalti. Na comemoração, dançou e foi abraçado pelos companheiros.

Além de Paquetá, outro brasileiro está envolvido na denúncia: o atacante Luiz Henrique, do Betis. A aposta que gerou a investigação era casada e, além do cartão amarelo ao meia do West Ham, incluía punição semelhante ao ex-Fluminense.

O jogador deveria receber a advertência em jogo contra o Villareal, fora de casa, no mesmo dia 12 de março. Luiz Henrique entrou aos 12 minutos do segundo tempo e levou o cartão aos 43. O atacante, porém, não foi acionado por La Liga para tratar o tema.