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Cartão amarelo foi 'presente de aniversário' de Paquetá ao irmão, diz delator

Informação consta em relatório da CPI das Apostas, instalada no Senado

  • Foto do(a) author(a) Giuliana Mancini
  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Giuliana Mancini

  • Estadão

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 13:34

Paquetá é investigado por cartão amarelo em jogo do West Ham
Paquetá é investigado por cartão amarelo em jogo do West Ham Crédito: West Ham/Divulgação

Lucas Paquetá, meia do West Ham e da Seleção Brasileira, prometeu levar um cartão amarelo em partida do Campeonato Inglês em 2023 como "presente de aniversário e seu irmão", Matheus. A informação foi dada pelo empresário Bruno Lopez de Moura em delação na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, instalada no Senado. O relato consta do relatório final da comissão, que o Estadão teve acesso.

O jogo em questão foi disputado contra o Aston Villa e aconteceu no dia 12 de março de 2023 - mesmo dia do aniversário do irmão do atleta. O delator, Bruno Lopez, é apontado como um dos chefes da máfia de manipulação de jogos no futebol brasileiro e assinou um acordo de não persecução penal feito com o Ministério Público de Goiás em troca de fornecer informações e provas sobre a manipulação de apostas.

Lopez disse à CPI que "teve conhecimento prévio da manipulação" e fez uma aposta combinada em jogos de Paquetá e de Luiz Henrique, quando o ex-atacante do Botafogo ainda defendia o Bétis, da Espanha - hoje ele está no Zenit, da Rússia. 

O empresário afirmou que seu contato, Marlon Bruno Nascimento da Silva, foi quem informou que Paquetá comunicou que receberia o amarelo. O relatório aponta que Marlon recebeu R$ 97 mil de Bruno Tolentino, tio de Lucas Paquetá, em cinco transações diferentes, e tinha a função de cooptar jogadores. De acordo com o delator, Marlon seria amigo de Matheus, irmão do jogador do West Ham.

Bruno Lopez foi apontado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) como o líder de uma organização criminosa acusada de manipular jogos do Campeonato Brasileiro das séries A e B de 2022, além de Estaduais de 2023, para favorecer apostadores. O ex-jogador de futsal e empresário chegou a ser preso preventivamente e está solto desde agosto de 2023 e segue medidas cautelares.

Paquetá está sendo investigado pela Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês) por má conduta em quatro jogos do West Ham, no Campeonato Inglês, entre 2022 e 2023, nos quais ele teria forçado cartões amarelos para beneficiar apostadores. O jogador nega as acusações. Ele chegou a ser convocado para depor na CPI, mas pediu para ter seu depoimento adiado e escapou de prestar esclarecimentos.

A CPI vai pedir o indiciamento de três pessoas: Thiago Chambó, William Pereira Rogatto, que se denominou "rei do rebaixamento" e foi preso pela Interpol em novembro, e Bruno Tolentino Coelho, tio de Lucas Paquetá e que teria desembolsado R$ 30 mil a Luiz Henrique quando ele atuava no Betis, da Espanha, para que recebesse um cartão amarelo.

O relatório final seria apresentado nesta terça-feira, pelo relator Romário, mas a sessão foi suspensa porque não havia quórum mínimo. Com isso, também foi desmarcada a votação do documento, que seria na quarta-feira. A CPI teria de ser encerrada no próximo dia 15, mas existe a possibilidade de prorrogá-la por 45 dias.

A CPI da Manipulação de Apostas Esportivas foi instalada em abril de 2024 por Jorge Kajuru (PSB-GO) eleito presidente da comissão, criada com o argumento de "investigar fatos relacionados às denúncias e suspeitas de manipulação de resultados no futebol brasileiro, envolvendo jogadores, dirigentes e empresas de apostas".