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Carpini atribui desgaste físico a desempenho abaixo do Vitória:'90% da culpa'

O treinador do Leão explicou que a sequência de jogos pesou na exibição da equipe contra o Athletico-PR

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2024 às 06:30

Técnico do Vitória, Carpini acredita que desgaste físico por maratona de jogos influenciou negativamente no desempenho do Leão no jogo
Técnico do Vitória, Carpini acredita que desgaste físico por maratona de jogos influenciou negativamente no desempenho do Leão no jogo Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Em mais uma derrota no Barradão, os torcedores do Vitória deixaram o jogo furiosos com o resultado e o desempenho visto em campo. Além de não aproveitar a oportunidade de abrir vantagem para as equipes na zona de rebaixamento, os jogadores do Leão não conseguiram repetir o nível das últimas atuações. Em entrevista coletiva realizada após o jogo contra o Athletico-PR, o técnico Thiago Carpini reclamou da sequência de jogos e atribuiu o desempenho ao desgaste físico dos atletas.

"Quando nós apresentamos os atletas para a concentração, completamos 48 horas em relação ao último jogo. Não vou atribuir a derrota ao desgaste, mas foi 90% da culpa. Os outros 10% foram as chances do segundo tempo. Era um jogo muito igual, o Athletico-PR jogou na quarta, nós na quinta. Tivemos pouco tempo para a recuperação, mas a Série A é isso, é detalhe. Às vezes a gente tem que rodar o elenco e testar alterações", iniciou Carpini.

"Trabalhamos com o que temos, eu relacionei todo mundo. Tivemos a chance de matar o jogo no início do segundo tempo, mas não fizemos o gol. Eles tiveram as chances deles e fizeram. Só tenho que enaltecer a entrega do grupo, corremos e fizemos tudo o que era possível. Agora é virar a página, teremos um dia a mais de recuperação para competir melhor. Gostaríamos de ter um empate hoje, seria melhor, pelo menos somaria. Mas algumas coisas não dá para controlar, como o desgaste. Os atletas que pediram para sair, tiveram que ir pro banco", complementou.

De acordo com Carpini, um dos erros cometidos pelo Vitória dentro da partida foi ceder espaços na segunda linha de marcação para o adversário explorar. Dentro desse contexto, a equipe apresentou dificuldade de compactação e de recomposição. No entanto, o comandante rubro negro acredita que os erros foram pontuais e aconteceram também pelo cansaço.

"Não conseguimos nem pressionar o homem da bola e nem baixar a linha quando entrava o passe, ficamos distantes. Willean no limite físico, Matheusinho no limite físico, Osvaldo saiu no início e provavelmente estará fora das últimas partidas. A gente nem pressionava o portador da bola e nem conseguimos manter as linhas ajustadas. Não é possível que do Cuiabá para cá nós conseguimos ter esse padrão e em um jogo fizemos tudo errado. Temos que ver o que aconteceu nesse jogo", disse.

Com a derrota por 1x0, o Vitória continua com 12 pontos, ainda ocupando a 15ª colocação da Série A. Agora - com apenas um ponto em relação ao primeiro time dentro da zona de rebaixamento - o clube rubro negro vai precisar descansar durante a semana para enfrentar o Corinthians nesta quinta-feira (4), às 20h, na Neo Química Arena.

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Thiago Carpini:

Entrada de Rodrigo Andrade

"Terminamos o primeiro tempo com o adversário melhor, então a ideia não era jogar, era não perder. Acredito que a entrada do Jean Mota daria mais circulação de bola, mas nós nem tínhamos a bola para colocar o Jean. Era muito mais precavido da minha parte proteger mais o meio-campo e tentarmos uma transição com Janderson, Zé Hugo ou Alerrandro, são estratégias de jogo. Se eu tivesse um elenco com uma situação física melhor, teria melhores opções. O que vocês veem eu também vejo, acha que eu não sei que o Daniel Jr. segura mais a bola e o Rodrigo segura mais… Mas é o que eu penso. Tentamos corrigir o meio, proteger a equipe e tentar encaixar uma bola. Hoje não aconteceu, contra o Fluminense aconteceu, são circunstâncias de cada partida".

Melhorar a finalização

"Às vezes nem temos tempo para trabalhar finalização. Do Fluminense para cá nós não fomos para o campo, só fizemos uma movimentação leve. A gente não tinha muitas opções para rodar e ainda temos os problemas do elenco, estamos sem zagueiro destro, mas o Caio Vinicius fez uma partida boa, o Lepo fez bem a função mais avançado, o Raul Cáceres continua como um coringa. A gente está se virando, mas sem dúvida é um aspecto que temos que melhorar. No jogo contra o Fluminense mesmo tivemos duas ou três boas chances antes do gol e não conseguimos aproveitar. Mas isso é treino e confiança, que melhorou muito o nosso ambiente e o dia a dia, com convicção do que está sendo passado. Quando a gente tiver mais tempo, vamos elevar o nível de trabalho para melhorar as finalizações e vamos em busca de qualificação de acordo com as opções da janela".

Mudanças no ataque

"O ataque já vai ser modificado, porque acho muito difícil o Osvaldo não ter sofrido uma lesão. Se fosse para ir em uma linha ainda mais precavida, talvez tivesse que tirar o Willian Oliveira e o Matheuzinho, mas vocês acham que eu quero fazer isso? Estou vendo o que vocês estão vendo. Primeiro temos que levar o aspecto físico para depois pensar no técnico e tático. O Lepo, Léo Naldi e Wagner Leonardo são os atletas de melhor nível físico do elenco, e o Lepo sentiu. Imagina como estão os outros, o Matheuzinho que está no sacrifício em várias partidas. Eu enganei um pouco o Lepo no segundo, postergando a substituição. Ele queria ter saído no intervalo, mas como eu já tinha tirado o Willian Oliveira e o Matheuzinho, eu não queria fazer três alterações no intervalo. Minha ideia era colocar o Jean, o Daniel e mais um atacante, talvez o Fau, mas fiquei preso nas minhas mexidas hoje, não consegui fazer nada para tentar encaixar uma bola e vencer mesmo com dificuldades".

Perda de Osvaldo no início do jogo

"A gente estava muito ajustado com a primeira linha depois do Alerrandro. O Osvaldo tem esse entendimento do jogo e estava adaptado àquela função. Quando a gente perde ele aos cinco minutos , perdemos a característica e o encaixe, porque nem o Zé Hugo, nem o Fau e nem o Eryc Castillo têm a característica de fazer o que o Osvaldo faz, de flutuar mais, ter o “time” da ultrapassagem do Lucas [Esteves], de mudar a bola de lado… o Zé muda completamente a característica do que pensávamos para o jogo de hoje, influenciou também, mas o principal foi nossa maratona, desde o jogo contra o Juventude. Fora as suspensões, elenco enxuto e os atletas no DM. Temos que expor os fatos, buscar soluções e não criar justificativas para tudo. Uma mexida aos cinco minutos atrapalha, e ainda teve a saída do Willian Oliveira e Matheuzinho, que estão muito adaptados também ao estilo de jogo. A entrada do Rodrigo Andrade e do Janderson muda muita coisa, não estão com o mesmo ritmo e nível físico. Mas agradeço à entrega do grupo e à presença da torcida, que fez uma grande festa, nunca tinha visto o Barradão assim. Mas página virada".

Recuperação de Everaldo

"Everaldo foi liberado para iniciar o último processo da transição. Eu considero o Everaldo como um reforço da janela. Ele ainda não trabalhou com o grupo todo, começou a trabalhar com bola, a cicatrização está boa, mas o déficit muscular dele é muito grande. É arriscado colocar ele para jogar em um momento como esse, em que estamos com um nível de exigência física muito alto. Não tem chance dele jogar nem quinta, nem domingo. Temos que observar e alinhar com o departamento médico para ele não bater e voltar para o DM. Impossível ele estar nos próximos jogos".