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Brasil perdeu jogo de propósito para a Bulgária em 2010: 'Não vamos ser hipócritas'

Giba admitiu 'entregada' da seleção masculina de vôlei

  • Foto do(a) author(a) Giuliana Mancini
  • Giuliana Mancini

Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 16:03

Giba em ação pela seleção brasileira de vôlei
Giba em ação pela seleção brasileira de vôlei Crédito: CBV/Divulgação

Um dos capítulos mais polêmicos do Brasil no vôlei aconteceu no Mundial de 2010. A seleção masculina já estava classificada para a terceira fase da competição, mas ainda precisava encerrar a participação na segunda etapa diante da Bulgária. Em um jogo terrível, com os times irreconhecíveis em quadra, a equipe nacional acabou derrotada por 3 sets a 0 (25-18, 25-20 e 25-20). Um dos maiores jogadores da história da modalidade, Giba reconheceu: foi uma entregada verde e amarela.

"Supostamente entregar, não. Entregar. Pelo amor de Deus, não vamos ser hipócritas. Paciência. A gente jogou com a regra. Foi a mesma coisa que aconteceu no mesmo ano, o Kaká fica de fora, o Robinho descansa (Copa do Mundo da África do Sul)... E ninguém fala nada. Foram lá e perderam o jogo. Nós fomos tricampeões mundiais. Nunca se fala no que a coisa é boa", disse o ex-jogador, em entrevista ao Abre Aspas, do ge.

A explicação é simples: uma derrota para a Bulgária colocaria o Brasil em um caminho mais fácil na competição realizada na Itália. Afinal, se vencesse, a equipe enfrentaria na terceira fase Cuba e Espanha, em tese seleções mais fortes. Mas, caso perdesse, cairia em uma chave mais simples, com Alemanha e Espanha. Além disso, a seleção não precisou passar por Florença e foi direto para Roma, que também era o palco das semis e da final.

A Bulgária também não estava interessada em vencer pelos mesmos motivos e escalou apenas um titular. Já o Brasil atuou sem levantador - Marlon se recuperava de uma infecção e Bruninho ficou agasalhado no banco de reservas com gripe. A partida foi terrível e acabou tratada pela imprensa italiana como o 'jogo da vergonha'. O público presente nas arquibancadas também deixou claro o descontentamento: vaias foram ouvidas constantemente, além de gritos de 'palhaçada'.

Na sequência, porém, o Brasil venceu Alemanha, Espanha, Cuba e Itália e conquistou o tricampeonato mundial.

"Aquele jogo foi uma lição para a federação internacional para fazer o "manipulation course". Hoje não existe a possibilidade de fazer isso por conta do regulamento. É a pergunta que eu faço para vocês e para todo mundo em casa: "Gente, vocês prefeririam jogar contra Rússia e Cuba ou contra República Tcheca e Alemanha?". Pelo amor de Deus, né? Foi uma grande discussão que tivemos e que chegou ao tricampeonato mundial (risos)", completou Giba.

De acordo com o ex-jogador, a decisão de entregar a partida foi feita em conjunto. "A gente sempre teve conversa sadia. Foi uma decisão sadia entre os atletas e a comissão por saber respeitar a opinião da maioria. Todo mundo sempre teve o foco de ser campeão. Foi pensar que estou fazendo um bem maior para ser campeão mundial. Ali não quer dizer vitória ou derrota, quer dizer a busca pelo tricampeonato mundial".

"Foi uma decisão em conjunto para termos um caminho, teoricamente, mais fácil. E a gente ganhou de 3 a 2, no sufoco, da República Tcheca. Meu Deus do céu! Vai... Deus castiga (risos). Ser tricampeão mundial consecutivo é para poucos. (...) O que vale é o título. Se a gente tinha essa possibilidade, por que não abraçar? Esse jogo foi primordial para que as regras mudassem", seguiu.