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Após saída do Bahia, Paiva cita mágoa: 'Não admito faltar com o respeito'

Em nota, técnico afirmou que Kanu e Thaciano foram contra a decisão, assim como a diretoria tricolor

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  • Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2023 às 13:43

Renato Paiva pediu demissão do Bahia
Renato Paiva pediu demissão do Bahia Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

Horas depois de pedir demissão do Bahia, o técnico Renato Paiva fez um forte desabafo sobre sua saída. Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira (7), o treinador não deixou claro os motivos exatos que o levaram a tomar a decisão, mas mostrou que deixa o clube "com uma certa mágoa". Ainda assim, disse que leva "boas histórias e alegrias" dessa passagem pelo Esquadrão.

"O Bahia é um clube apaixonante, de uma torcida gigante e acalorada. Mas que também passa do ponto como qualquer outra. No futebol, somos passíveis a elogios e a críticas, o que é normal, faz parte do jogo. O que não admito é faltar com o respeito com o ser humano", diz trecho da nota.

Paiva deixa o Bahia após nove meses, com 49 jogos, com 19 vitórias, 15 empates e 15 derrotas – aproveitamento de 49%. Entre os marcos positivos, conquistou o Campeonato Baiano deste ano e conduziu o Esquadrão até as quartas de final da Copa do Brasil. Por outro lado, foi eliminado na fase de grupos da Copa do Nordeste e deixa o Esquadrão à beira da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A equipe está na 16ª posição e, com 22 pontos, está a um de distância do Santos, o primeiro time do Z4.

Durante sua passagem, o português conviveu com vaias e protestos da torcida tricolor. Recentemente, a principal organizada do clube chegou a publicar uma montagem com o rosto do treinador e orelhas de burro, em forma de protesto pelas escalações e resultados na temporada. 

Paiva também teve uma relação bastante conturbada com boa parte da imprensa. Após a goleada sobre o Red Bull Bragantino por 4x0, no dia 20 de agosto, o técnico protagonizou um bate-boca com o radialista Jailson Baraúna em coletiva de imprensa, e a discussão viralizou.

Ainda na nota sobre a demissão, Paiva falou sobre a dificuldade que teve em montar um novo elenco para 2023, com a chegada de 25 novos jogadores. "Infelizmente, tivemos que montar o elenco com as competições em andamento, mais de 20 reforços chegaram durante a temporada, e não é do dia para o outro que um grande time se forma. É preciso tempo".

O comunicado diz ainda que o português pediu a demissão "apesar de a diretoria da SAF do Bahia e os capitães da equipe, Kanu e Thaciano, terem se posicionado contra sua decisão".

Enquanto não define um substituto, o Bahia se reapresenta na tarde desta quinta-feira (7), sob o comando de Rogério Ferreira, técnico do time sub-20. O treinador, aliás, chegou a comandar o Esquadrão em duas partidas do Campeonato Baiano. Mas, na época, o tricolor já estava classificado para o mata-mata e optou por mandar a campo uma equipe repleta de jovens e reservas.

O próximo compromisso do time será na próxima quinta-feira (14), contra o Coritiba. O jogo, pela 23ª rodada da Série A, está marcado para às 20h, no estádio Couto Pereira.

Veja nota divulgada por Renato Paiva:

Apesar de a diretoria da SAF do Bahia e os capitães da equipe, Kanu e Thaciano, terem se posicionado contra sua decisão, o técnico Renato Paiva pediu demissão na noite desta quarta-feira(06/09) e não comanda mais o Esquadrão. Na sua passagem, conquistou o título baiano deste ano e levou o time às quartas de final da Copa do Brasil, o que não acontecia desde 2019. Deixa o clube na 16ª colocação do Campeonato Brasileiro e leva consigo boas histórias, alegrias, mas também uma certa mágoa.

“O Bahia é um clube apaixonante, de uma torcida gigante e acalorada. Mas que também passa do ponto como qualquer outra. No futebol, somos passíveis a elogios e a críticas, o que é normal, faz parte do jogo. O que não admito é faltar com o respeito com o ser humano. Infelizmente, tivemos que montar o elenco com as competições em andamento, mais de 20 reforços chegaram durante a temporada, e não é do dia para o outro que um grande time se forma. É preciso tempo. Mas o que levarei daqui são os momentos felizes que vivi diariamente com um grupo de jogadores fantástico, que sempre me apoiou e esteve ao meu lado. Serei mais um torcedor deles. Agradeço pela oportunidade que o Grupo City me deu de comandar uma das camisas mais pesadas do futebol brasileiro”.