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Alzheimer: risco pode ser reduzido com atividade física

Estudo encontrou evidências que o exercício pode diminuir o risco de perda cognitiva e retardar a progressão da doença

  • Foto do(a) author(a) Giuliana Mancini
  • Foto do(a) author(a) Agência Einstein
  • Giuliana Mancini

  • Agência Einstein

Publicado em 14 de março de 2025 às 13:27

Exercícios aeróbicos podem proteger contra o Alzheimer
Exercícios aeróbicos podem proteger contra o Alzheimer Crédito: Shutterstock

Os exercícios aeróbicos são conhecidos por serem grandes aliados da saúde, principalmente na perda de peso. Mas não para por aí: a atividade física também ajuda a proteger o cérebro contra o desenvolvimento do Alzheimer. É o que mostra um novo estudo conduzido por cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Recém-publicada no periódico Brain Research, a pesquisa feita com animais desvendou mecanismos dos efeitos positivos dos exercícios no cérebro. Ainda segundo a equipe, as atividades aeróbicas ajudam a restabelecer o equilíbrio celular, que decai com o envelhecimento.

Os autores selecionaram dez ratos idosos, que foram divididos em dois grupos: durante dois meses, metade correu em uma esteira cinco vezes por semana e os demais permaneceram sedentários. Ao final do período, os pesquisadores analisaram amostras de tecido da formação hipocampal, região do cérebro responsável pela memória e pelo aprendizado.

O grupo que se exercitou apresentou menor quantidade de todos os marcadores envolvidos no Alzheimer: queda de 63% na proteína TAU e de 76% no depósito de beta-amiloide, proteínas que degradam os neurônios. Eles também tinham menor acúmulo de ferro – em excesso, esse mineral induz a morte dos oligodendrócitos, células produtoras da mielina, camada que protege os nervos e favorece a transmissão de impulsos elétricos. Esses animais tinham maior número dessas células, além de menor inflamação cerebral e melhores condições para comunicação entre os neurônios.

Os efeitos da atividade física em pessoas com essa demência já são conhecidos. “O exercício físico tem efeitos benéficos no Alzheimer, pois reduz inflamação geral crônica relacionada ao envelhecimento, prevenindo a perda de mielina, controlando os níveis de ferro no cérebro e reduzindo níveis de moléculas patológicas associadas à doença”, diz o neurocientista Robson Gutierre, um dos autores do trabalho, à Agência Einstein.

Exercícios aeróbicos e treinamento de força desempenham um papel crucial na prevenção de demências, incluindo o Alzheimer. “O treinamento de força também eleva os níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro [BDNF – Brain-Derived Neurotrophic Factor], favorecendo a neuroplasticidade e protegendo contra o declínio cognitivo”, completa Brendo Faria Martins, especialista em fisiologia do exercício do Espaço Einstein de Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Por isso, segundo os autores do estudo, incluir atividade física na rotina pode reduzir o risco de perda cognitiva e retardar a progressão da doença. De acordo com Gutierre, a pessoa que já treina pode fazer exercícios aeróbicos até seis vezes por semana. "O ideal é, no mínimo, três dias de exercícios aeróbios em dias alternados. Para quem não tem o costume de treinar, o ideal é passar por uma avaliação física para saber a frequência e a intensidade dos exercícios", orienta o pesquisador.

Veja opções de exercícios aeróbicos:

Os exercícios aeróbicos são aqueles que necessitam de grandes quantidades de oxigênio para serem praticados. Alguns dos mais conhecidos:

  1. Caminhadas ou corridas
  2. Natação
  3. Ciclismo
  4. Uso de equipamentos cardiovasculares, como esteiras