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Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2018 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
A Maratona da Cidade do Salvador vem aí no dia 23 de setembro e você que está se preparando para correr uma das distâncias da prova já sabe quais são os alimentos essenciais que precisam estar presentes em sua dieta. Para esclarecer as principais dúvidas sobre o tema, conversamos com o nutricionista esportivo Luan Lisboa, que possui experiência no atendimento à atletas de alto rendimento de diferentes modalidades. Especialista em Nutrição Clínica e Esportiva e mestrando em Bioquímica e Biologia Molecular na Universidade Federal da Bahia (UFBA), o profissional esclareceu tudo detalhado para você, leitor do CORREIO*.>
Quais são os alimentos essenciais que todo corredor precisa ter em sua dieta? Não existem alimentos específicos para a corrida. O que existem são alimentos importantes para a corrida. Por exemplo, aqueles ricos em carboidratos complexos, como raízes, pão integral, frutas, etc. A dieta do corredor, a depender da sua rotina de treino, deve ser rica nesses tipos de alimentos, pois o carboidrato é o principal componente utilizado durante a corrida. Garantido o estoque adequado deste nutriente no corpo, o que nós chamamos de nitrogênio, faz com que o tempo até a exaustão aumente. Ou seja, faz com que o atleta demore mais a cansar. A própria água e sucos também são interessantes visto o tipo de prova, que também desidrata bastante.>
Qual o papel de cada um desses alimentos na saúde e consequentemente no desempenho esportivo? >
Garantir a ingestão adequada de carboidrato e energia para a corrida faz com que o atleta tenha mais disposição, mais reserva de energia para que demore mais a cansar. Como citei anteriormente, é fundamental garantir também a ingestão de água para hidratar e reidratar pois, a depender de prova, o atleta chega a perder mais de dois litros. Então é muito importante garantir esses alimentos e, além disso, frutas e verduras ricas em micronutrientes (especialmente os de cores fortes, a exemplo de açaí, kiwi...), que auxiliam para que o corpo se recupere de forma mais rápida. Os alimentos fontes de proteína também, pois a corrida é um esporte bem exaustivo, então desgasta muito o corpo. Garantir também a ingestão de alimentos como queijo, leite, ovos, frango e carne auxilia nesse processo de recuperação e faz com que o atleta chegue mais inteiro na próxima sessão de treino.>
A depender do volume de treino, mudam-se os alimentos ou apenas a quantidade? A depender do volume de treino muda-se a quantidade. Posso dizer que esses alimentos que citei são importantes, mas se a pessoa treina de forma intensa e várias vezes ao dia por um período maior, é importantíssimo garantir uma quantidade maior. Se tem um desgaste maior, é importante alterar a quantidade, já que não existe um alimento específico para a corrida.>
Suplemento é uma necessidade de todo corredor? Depende. Se o atleta conseguir atingir tudo o que precisa através da alimentação, na maioria das vezes não precisa suplementar. Mas em determinadas situações a suplementação ajudaria bastante. Então, se é essencial, não é. A gente consegue adequar tudo na alimentação, mas a utilização do suplemento pode ser interessante a depender do caso e deve ser utilizada em situações bem específicas.>
O déficit alimentar auxilia no aparecimento de lesões? Se sim, como funciona este processo? Se você não garante a ingestão de nutrientes e calorias de forma adequada, isso compromete a recuperação. Se não consegue chegar recuperado, você não consegue treinar. Então o desgaste para o corpo fica maior. E quando ele não se recupera esse acúmulo de desgaste favorece a lesão. E se o atleta vai treinar fadigado, isso para qualquer esporte e também para a corrida, o praticante costuma errar no movimento, o que chamamos de fazer o exercício de forma incorreta: uma pisada inadequada, uma perda de controle motor e perda da eficiência de contração. Toda essa perda da movimentação adequada favorece a lesão, pois acaba desgastando mais uma articulação por estar cansado. Estar em déficit calórico faz com o atleta tenha prejuízo na mecânica do movimento, o que pode acarretar em quedas, tropeços, além do prejuízo na recuperação.>
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